RODRIGO PACHECO FOI ELEITO PRESIDENTE DO SENADO E DO CONGRESSO NACIONAL, SOB O APOIO DO PRESIDENTE LULA. AQUI, PACHECO ENTRE LULA E GERALDO ALCKMIN EM NOVEMBRO DE 2022.
Imagine se, na largada de uma corrida automobilística, o piloto favorito tivesse, em vez de partir de imediato com seu carro, conferisse o combustível e a engrenagem, pavimentasse o seu caminho, conversasse com presidentes de outras federações esportivas e se apresentasse de braços abertos à plateia, antes de seguir em frente na sua competição.
Pois é. Lula agiu assim, perdendo um mês inteiro - ou seja, "dez meses" de seus 40 anos em 4 - se preocupando em três coisas: a sua blindagem política, a sua promoção pessoal e o desmonte do bolsonarismo. Até o episódio da tragédia da tribo Yanomami está no contexto do desmonte bolsonarista, mais do que o do "combate à fome". Causa que, aliás, foi o apelo desesperado para que Lula fosse eleito "candidato único" para a Presidência da República, mas que agora nada se foi feito neste sentido.
Lula preferiu desmontar o bolsonarismo, depois que houve aquela invasão golpista de 08 de janeiro passado. Se preocupou, quase unicamente, em demitir simpatizantes de Jair Bolsonaro em quadros militares e funcionais, incluindo os da República.
Depois, Lula foi viajar para estabelecer contatos com governantes latino-americanos, além de reencontrar o presidente do Uruguai, José Mojica, seu amigo. Lula prometeu ajudar, através do BNDES, outras nações sul-americanas, enquanto só consegue reajustar o salário dos trabalhadores de R$ 1.212 para R$ 1.302, e essa merreca ainda vai sair do papel no próximo Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, para favorecer a propaganda pessoal do presidente.
Foi apenas isso. Blindagem e propaganda pessoais de Lula e desmonte do bolsonarismo. A fome e a miséria não esperam, mas Lula as deixa esperar. Tem grana para a imprensa de esquerda e para o Carnaval de Salvador, presente da ministra Margareth Menezes. Trabalhadores veem contas mais caras e alimentos idem, e o dinheiro mal conseguindo pagar metade do necessário. Mas bobagens como Bell Marques, Ivete Sangalo, É O Tchan e Léo Santana já têm verbinhas para se apresentar ao vivo.
Mais um ato do teatro publicitário de Lula ocorreu ontem. Os poderes Legislativo e Judiciário tomaram posse, iniciando as atividades da jornada deste ano. Isso incluiu as campanhas das eleições, votadas pelos parlamentares das respectivas casas legislativas, para as presidências do Senado e da Câmara dos Deputados.
Sabe-se que, na hierarquia do Executivo federal, o presidente da Câmara dos Deputados é o segundo suplente, depois do vice-presidente. O presidente do Senado, que acumula a função de presidente do Congresso Nacional (ou seja, chefe máximo do Poder Legislativo), é o terceiro na hierarquia dos suplentes do Governo Federal.
Na presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que já foi aliado de Jair Bolsonaro mas agora promete colaborar com o governo Lula, foi reeleito. A preocupação maior do presidente da República é com a eleição da Presidência do Senado, havendo uma disputa entre Rogério Marinho (PL-RN), apoiado pelos bolsonaristas, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado por Lula. Rodrigo também se reelegeu.
Enquanto Lira, do total de 513 deputados, dos quais 509 votaram, recebeu 464 votos, Chico Alencar (PSOL-RJ), da Federação PSOL-REDE, teve 21 votos e Marcel Van Hattem (NOVO-RS), 19. Houve cinco votos em branco. Já Rodrigo Pacheco, do total de 81 senadores, recebeu 49 votos. Marinho recebeu 32. Eduardo Girão (PODEMOS-CE) desistiu da candidatura e foi apoiar o candidato bolsonarista.
Com isso, Lula terá um Legislativo presidido por um aliado e um convergente. O que se viu até agora foi Lula fazer política, fazer propaganda. Mas o combate à fome e à miséria, que o fez chorar em seus discursos de campanha presidencial, até agora não tiveram ações prioritárias.
Lula preferiu a "pavimentação" do seu caminho e a preparação tardia do seu combustível, além de se exibir para a plateia, tal será a viagem para ele "conhecer os reais problemas do povo brasileiro", como se o próprio presidente não tivesse conhecimento destes problemas.
Lula está decepcionando e está agindo conforme seus impulsos. São praticamente totais as chances dele fazer um governo fraco, como fraco foi seu desempenho nas urnas. Não vai dar para os brasileiros serem felizes de novo. Se ao menos puderem comer três vezes ao dia, já será bom.
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