Foi uma notícia dada ontem, ofuscando até mesmo a entrada de Alexandre de Moraes como ministro do Supremo Tribunal Federal.
José Serra deixou o Ministério das Relações Exteriores alegando "problemas de saúde" e desejava regressar ao Brasil.
Em sua carta de demissão, ele disse que precisava completar o "restabelecimento da saúde" recomendado por médicos, já que Serra havia feito uma cirurgia na coluna cervical meses antes.
Ele afirmou que retomou os trabalhos como senador, cargo do qual foi licenciado.
Afirmou que "honrará o trabalho" no Senado Federal, no qual aliás lançou seu projeto de quebra do monopólio da Petrobras na exploração de reservas do pré-sal.
Segundo o Wikileaks, José Serra já estabeleceu contatos com uma representante da Chevron, uma das gigantes estrangeiras do petróleo.
Há muita coisa que se fala sobre a complexa saída de José Serra do MRE.
Que ele estava deprimido, que ele não exercia o protagonismo na equipe do governo Michel Temer etc.
Que José Serra, como dublê de chanceler, foi um desastre, isso é verdade.
Ele implicava com os países esquerdistas do Mercosul e queria sabotar o bloco econômico dos países sul-americanos.
Ele fez piadinhas com a quantidade de mulheres senadoras no México.
José Serra estava sendo jogado para escanteio, apesar de ter um status forte nos homens do governo Temer.
Ele não é carismático, é arrogante, antipático e prepotente, mas também sem habilidade política para coisa alguma.
Nos encontros do Mercosul, certa vez pediu ajuda a Fernando Henrique Cardoso para mediar uma reunião.
No próprio PSDB, Serra nem é um político destacado. Sua tentativa de concorrer ao Planalto foi um desastre.
Tornou-se, entre os tucanos, carta fora do baralho para 2018, polarizando as disputas entre Aécio Neves e Geraldo Alckmin.
Aliás, com a saída de Serra do governo Temer e a entrada de Alexandre de Moraes na corte do STF, a influência de Geraldo Alckmin tende a aumentar.
O consolo é que, com Alexandre de Moraes no STF, José Serra, o "careca" das delações da Odebrecht, tende a ser poupado de qualquer investigação.
O que se pode supor, também, é que José Serra não precisa mais colaborar com os EUA.
O que ele fez como "diplomata" satisfez as "irmãs" do petróleo, ansiosas pelo desmonte gradual da Petrobras.
Serra colaborou para promover o futuro teatrinho de "diversidade empresarial" com as reservas de petróleo vendidas aos poucos para diversas companhias estrangeiras.
Diante do caminho pavimentado pelos colaboradores da plutocracia, eles podem ser descartados.
Foi assim com Eduardo Cunha, deputado que comandou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Daqui a pouco, será Temer a desembarcar do comando político, depois que concluir as reformas amargas que prejudicarão o país.
Nos bastidores, os ricos estão em festa, diante desse espetáculo de horrores da política brasileira hoje.
O brasileiro médio também parece feliz, achando que o lucro será repartido para ele.
Quanta ingenuidade.
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