Tudo normal no Brasil? Não.
A plutocracia no poder comete erros escandalosos e preocupantes e você pensando que isso é só uma demonstração do senso de humor da rapaziada?
Um ministro da Justiça, de atuação não só irregular mas marcada pelo autoritarismo e repressão a movimentos sociais, a caminho do Supremo Tribunal Federal, não impede um domingo ensolarado de lazer e diversão, não é mesmo?
Muitos pensam que talvez fosse melhor Alexandre de Moraes, assim que se desfiliasse do PSDB para se tornar ministro do STF, fosse se filiar ao PT.
Pois assim talvez Moraes pudesse ser hostilizado pela opinião pública.
Numa semana marcada por surtos plutocráticos, com Jair Bolsonaro brigando com o filho no WhatsApp e publicitário paulista matando filha por causa de herança, além da explosão de violência com a greve da PM em Vitória, o "idôneo jurista" foi fazer uma "sabatina informal".
Foi no barco de um dos senadores, Wilder Morais, do PP goiano, que trafegou num lago em Brasília.
Alexandre de Moraes definiu o encontro com Wilder e outros sete senadores como uma "conversa séria e respeitosa".
Uma "conversa séria" onde se via Wilder fantasiado de PM.
Um jantar festivo, no barco do tipo chalana, uma casa flutuante, chamada Champagne e apelidada "barco do amor".
Para o "brasileiro médio" que se explode de ódio ao ver a cara de Lula, é apenas demonstração de que Alexandre de Moraes tem senso de humor e não é aquele brutamontes de olhar pesado.
Esse brasileiro encara com naturalidade que um cara desses vá se tornar ministro do STF.
Alexandre de Moraes não é petista, continua ligado ao PSDB, não mais formalmente, mas solidariamente, à maneira do Gilmar Mendes, só que pior, e por isso todos vão dormir tranquilos.
Ignorantes em leis, a ponto de aceitarem de bom grado a atuação irregular e facciosa do juiz paranaense Sérgio Moro, aceitam numa boa ver no STF um sujeito como Alexandre de Moraes.
O Supremo Tribunal Federal é a instância máxima do Poder Judiciário e entre suas responsabilidades está o zelo à aplicação das leis.
O currículo de Alexandre de Moraes é um completo insulto ao nosso país e um grande perigo à normalidade legal da sociedade brasileira.
Se fosse o José Eduardo Cardozo, ex-ministro de Dilma Rousseff, que estivesse no barco, o pessoal se indignaria e bateria panelas nas suas casas, durante a noite.
Mas sendo um ex-secretário do governo de Geraldo Alckmin e ministro de Michel Temer, hoje licenciado, os incautos pensam que essas barbaridades são como comédias de televisão.
O pessoal deve estar vendo televisão demais para ver uma ameaça dessas com serena e alegre naturalidade.
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