É muito estranho.
Toda vez que o governo Temer entra numa séria crise, entra em ação os patrulheiros do "funk" com seu discurso já muito surrado.
O "funk" é um fenômeno muio estranho para ser considerado um movimento cultural.
É dotado de um rigor estético bastante severo.
O "funk carioca", surgido em 1990, só descobriu o violão 15 anos depois.
A título de comparação, o rock já conhecia as orquestras na década de 1950, época de seu surgimento.
No "funk", o MC não podia tocar uma gaita.
E olha que o povo pobre é louco por um instrumento musical. Tendo um no acesso, o pobre pega e toca.
O "funk" nunca foi uma expressão natural do povo pobre, isso é um discurso armado pelos empresários-DJs para arrancar verbas do Estado.
A retórica serviu também para atrair o turismo acadêmico às custas de tamanha falácia.
Afinal, o "funk" sempre foi uma base sonora para todo mundo,não sendo mais que simples caraoquê.
Além disso, o "funk" vende tanto a imagem de "progressista" mas é apoiado pelas Organizações Globo, Grupos Folha e Abril e por gente como Luciano Huck, Ronaldo Nazário, Alexandre Frota e Susana Vieira.
O Dia Estadual do Funk foi proposto por um político doo PMDB carioca que apoiou Aécio Neves em 2014.
Nas mídias sociais, o "funk" faz a trilha sonora de muitos "coxinhas",deses que não veem a hora de ver um tucano novamente no Palácio do Planalto.
E aí na crise do governo Temer, mais uma matéria na mídia neutra, mas endossada por Carta Capital.
A edição brasileira do jornal alemão Deutsche Welle estava fazendo uma matéria sobre o samba.
Nem precisava ter se lembrado do "funk", em cartaz até nas páginas de Caras.
A citação é um curto parágrafo no final do texto, mas bastante tendenciosa:
Foi uma citação do pesquisador Nei Lopes, uma pequena citação que foi usada como gancho para o título.
"Mas o samba se sofisticou, virou uma linguagem artística, que requer certa musicalidade, ligação com a poesia, se tornou menos espontâneo. O funk ocupou esse espaço da 'voz do morro', das criações espontâneas das favelas e subúrbios do Rio".
A boa-fé do estudioso numa pequena citação virou uma propaganda oportunista de um ritmo que glamouriza a pobreza e a ignorância.
Com todo o discurso socializante, até parece que os funqueiros preferem a pobreza do que os poobres.
Querem uma pobreza social, mas com dinheiro.
O discurso do "funk" hoje lembra, e muito, um certo marinheiro em 1963-1964. E deu no que deu.
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