Estudantes de Direito da Universidade de São Paulo entregaram ontem um abaixo-assinado à Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, em Brasília.
Os estudantes fazem parte do Centro Acadêmico XI de Agosto, ligado à USP.
Eles lamentaram não terem sido recebidos pelo presidente da CCJ, senador Edison Lobão (PMDB-MA) nem pelo vice, Antônio Anastasia (PSDB-MG), apesar da promessa de encontro.
Um funcionário da comissão é que se responsabilizou em protocolar o abaixo-assinado.
O documento quer o impedimento do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, de assumir a vaga de Teori Zavascki, morto em desastre aéreo, no Supremo Tribunal Federal.
A entrega da petição representou um manifesto de protesto contra a indicação.
Estavam na secretaria da CCJ no Senado deputados e senadores do PSOL, REDE, PC do B e PT.
Nomes como os senadores Gleisi Hoffman e Lindbergh Farias e a deputada Jandira Feghali discursaram.
No improvisado manifesto, lembrou-se do currículo lamentável de Alexandre de Moraes.
Além de ter atuado como repressor dos movimentos sociais, tanto como ministro de Temer quanto como secretário de Segurança Pública do governador paulista Geraldo Alckmin, outras acusações pesam sobre o ministro.
Ele é acusado de omissão na violenta crise penitenciária em várias partes do país.
Moraes também é acusado de ter plagiado um livro do espanhol Francisco Rubio, e de ter creditado, no seu perfil no Currículo Lattes, um pós-doutorado que nunca existiu e foi registrado por engano.
No protesto na CCJ, nenhum senador da base governista apareceu.
Hoje é o dia da sabatina de Alexandre de Moraes no Senado, processo que avaliará se ele pode ou não assumir a vaga no STF.
Outra irregularidade é que Moraes foi indicado por Michel Temer, citado mais de 40 vezes em delações da Operação Lava Jato.
Não é só as esquerdas que não querem ver Alexandre de Moraes no STF.
Uma parte da grande imprensa, como a Veja, se sente incomodada.
A mídia venal se divide com tal ideia. As Organizações Globo querem Alexandre de Moraes no STF.
Infelizmente, é forte a tendência da sabatina ser uma "conversa entre amigos", da parte dos senadores da base governista do presidente temeroso.
A oposição promete fazer perguntas mais desafiadoras, mas infelizmente a plutocracia política sempre agiu por seus interesses particulares.
Ainda assim, com parte da direita admitindo rejeitar Moraes, porque ele irá obstruir a Operação Lava Jato, a situação ainda vai ficar cada vez mais complicada.
O que se anuncia é que, se Alexandre de Moraes for aprovado, haverá novos protestos.
Espera-se que os protestos sejam intensos, porque será perigoso um sujeito desses integrar a suprema corte do Judiciário.
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