Enquanto no Brasil há quem defenda abertamente a chamada "flexibilização" do mercado de trabalho, ou seja, uma forma velada de degradação, um rico ator de Hollywood pensa nos problemas da escravidão moderna.
Ashton Kutcher é co-fundador da Thorn, uma associação sem fins lucrativos que impulsiona a inovação tecnológica para combater a exploração sexual de crianças.
Ele foi pedir ao Congresso dos EUA medidas para combater a escravidão moderna, principalmente a que explora a mão-de-obra de mulheres e crianças.
"O direito de perseguir a felicidade de muitas pessoas é retirado - é estuprado, abusado, tomado pela força, fraude ou coerção. É vendido para a felicidade momentânea de outros", disse o ator, em um discurso de 15 minutos.
Neste discurso, ele descreveu os horrores da escravidão, com ênfase na exploração do trabalho infantil, e descreveu a contribuição que a instituição Thorn fará para combater essa tragédia.
Ashton Kutcher é um homem rico e uma das figuras bastante influentes e populares de Hollywood.
Talvez ele seja até incompreendido por isso.
Ele foi chamado de "canastrão", é tido como "oportunista" e há quem o trate como se fosse uma sub-celebridade arrivista.
Eu, pessoalmente, considero ele um excelente ator, uma figura admirável e um sujeito que se esforça para trazer algo de positivo para a humanidade hoje.
E se ele faz algo de humanista nos EUA, então isso traz vergonha, na verdade, para os "homens de bem" que apoiam ou colaboram com o governo de Michel Temer.
Por sorte, Ashton Kutcher foi garoto-propaganda, daqui, de uma grife de roupas bem diferente da escravista Riachuelo.
E hoje vemos gente defendendo a degradação do mercado de trabalho como se isso fosse gerar mais empregos e crescimento.
Defendem o estrangulamento de salários, a prevalência do negociado sobre o legislado para privilegiar as decisões patronais nos acordos de trabalho e até o aumento da carga horária e o fim dos encargos e proteções trabalhistas.
Vão nas reuniões do Conselhão de Michel Temer defender tudo isso, dentro de um engodo chamado "reforma trabalhista".
E se acham modernos, como se retroceder o padrão de emprego aos níveis anteriores da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que é de 1943, fosse um "avanço".
E esses neocons acham que são modernos, enxergando o mundo a partir de seus umbigos.
Por sorte, o governo Temer está em crise e os escândalos viralizam na Internet.
Senão, teremos "empreendedores" defendendo o trabalho escravo infantil, sob desculpa de "dinamizar" o mercado de trabalho.
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