Alexandre Garcia cometeu uma gafe.
O jornalista da Globo, dado a se achar um sábio, confundiu "gestão" com "gestação".
"Ouvi agora um “especialista em gestão de pessoas”. Ora, especialistas em gestão de pessoas são as mulheres, que gestam pessoas por 9 meses", disse ele.
Simbolo do jornalismo dito "opinativo", especie de deus dos chamados "lideres de opinião", Garcia representa hoje o establishment do jornalismo conservador.
É um guru dos conservadores mais adultos, embora considerado um dinossauro pela geração coxinha.
Daí as piadas que os jovens fazem com mais facilidade sobre o caso.
Mas não é a unica gafe cometida pelo comentarista.
Outra gafe que repercutiu mal foi quando fez um comentário irônico no seu perfil no Twitter.
"“Feminicídio” é invenção de quem pensa que homicídio é matar 'hômi'", escreveu.
Não foi só isso.
"Me ajude, então: assassinato de homem vulnerável seria 'androcídio'? ", continuou o jornalista.
E mais: "Mas homicídio não é matar primata do gênero humano, da espécie homo sapiens -não importa o sexo? Ou a Biologia já sanciona 'mulher sapiens'?" prosseguiu o sabichão.
Os leitores se indignaram, comparando Alexandre ao sensato Chico Pinheiro ou pedindo para o comentarista ler o dicionário antes de comentar.
Pelo menos os tempos são outros.
Antes os jornalistas eram vistos como semi-deuses..
Alexandre Garcia foi desse tempo em que o comentarista era tido como o juiz final.
O jornalista-juiz, o sub-prefeito, uma versão acessível mas simplória do intelectual.
Em certos casos, um esquerdista frustrado.
Um suposto detentor de segredos do universo. No fundo, um chato que fala demais.
Outra besteira foi dizer que "o país não era racista até criarem as cotas".
As cotas são geralmente paliativas, mas ajudaram muitos pobres a entrar nas faculdades.
E não se podia dizer que o Brasil não era racista pela conhecida realidade vivida pelo povo negro.
Garcia também não aprova as manifestações estudantis, como comparar a interrupcao de uma aula em Brasilia a um ato nazi-fascista.
Em outro, comparou os protestos estudantis ao terrorismo.
"Inclusive eu, estudante na época, como todo mundo (sic), tinha no carro o plástico: ‘ame-o ou deixe-o’, que era um recado para os terroristas, entre os quais estava a Dona Dilma".
Alexandre Garcia tem um histórico como assessor de generais da ditadura militar.
Até ai nada demais.
O problema é que seu reacionarismo piorou, as razões conhecidas sobre a mídia venal.
E que sepultam o mito de messianismo dado ao Jornalismo no Brasil.
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