Com a aprovação definitiva de Alexandre de Moraes para ser ministro do Supremo Tribunal Federal, concluiu-se uma coisa.
Que o governo do presidente Michel Temer revela um grupo político que acha que pode fazer o que quer.
Se tem projetos excludentes para a população, eles querem, mesmo assim, que tudo seja realizado.
Reformas trabalhista e previdenciária estão em andamento, rasgando a CLT e a Constituição.
Nem a Organização das Nações Unidas consegue dar um freio aos ímpetos dessa turminha.
Só muita pressão, muito escândalo, por exemplo, para derrubar ministros.
Se bem que Alexandre de Moraes resistiu a tudo, até porque Temer o quer para obstruir a Lava Jato.
A Operação Lava Jato não é lá grande coisa e seus investigadores contribuíram para o desmantelamento de muitas ações e investimentos em infra-estrutura.
Combatia empresas, quando deveria apenas combater empresários e executivos envolvidos em possível esquema de corrupção.
Mas quando ela chega para investigar esquema de corrupção envolvendo políticos do PMDB e PSDB, a plutocracia tenta agir.
E aí Alexandre de Moraes, o então ministro da Justiça que nem era o favorito para suceder Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal, ganhou a vaga "de barbada".
O favorito era Ives Gandra Martins Filho, amigo de Temer. Será que Gandra está magoado com o presidente?
Moraes era a aposta de Temer para manobrar a Operação Lava Jato e evitar a "sangria" que Romero Jucá já falava com Sérgio Machado.
O valentão vai dar um freio no processo, poupando Temer e seus aliados de serem sequer investigados.
Algo similar ao que Gilmar Mendes fez com uma investigação de um suposto esquema de propinas envolvendo Aécio Neves.
Os próprios senadores governistas que sabatinaram o sósia de Lex Luthor - em outros tempos, Moraes pelo menos lembrava o jornalista Ali Kamel - estão em boa parte citados na Lava Jato.
A sabatina mais parecia uma reedição mais sóbria e politicamente correta da festa que ocorreu na chalana Champagne, na qual Alexandre de Moraes comemorou a possibilidade de entrar no STF.
O que mais preocupa é que os brasileiros médios nem estão ligando para isso.
Eles parecem viver no paraíso, mandando mensagens alegrinhas nas mídias sociais.
Acham que, se houver mais escândalo, é tudo esquete de programa humorístico.
Como se Michel Temer fosse Carlos Alberto de Nóbrega a acolher políticos travessos.
Mas corrupção não é travessura. A coisa é séria.
O Brasil, entregue a políticos que atuam às costas do povo, de Michel Temer aos senadores e juízes, está bastante vulnerável.
A situação do Brasil assusta até os técnicos do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, que não são lá instituições para lá de progressistas.
Como é que esta situação não assusta os próprios brasileiros?
O que nos diria Sérgio Porto, se estivesse vivo hoje, no alto de seus 93, 94 anos de idade?
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