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LULISTAS AGEM COMO "BOLSOMÍNIONS DO BEM"

ADEPTA DE LULA, DE CLASSE MÉDIA, SE DIZ "POBRE" MAS FAZ QUESTÃO DE UM CONSUMISMO EXTRAVAGANTE. E ELOGIA A GRAVATA ITALIANA, TAMBÉM VENDIDA NA FARIA LIMA, QUE JANJA COMPROU PARA PRESENTEAR O MARIDO LULA.

O que pensa a elite do atraso que não quer ser conhecida por este nome? Fala-se da "boa" sociedade, elitista e abastada, mas pretensamente "conhecedora de pobre" e dotada de uma consciência social tão sólida e consistente quanto uma pedra de gelo exposta sob um sol escaldante.

Essa "boa" elite, de forma artificial, reconquistou o protagonismo sociopolítico com a campanha presidencial de Lula, que quis vencer na marra sabotando a competitividade eleitoral e apostando na constrangedora tese da "democracia de um candidato só". É, portanto, uma maneira de forçar a barra das forças lulistas para conquistarem o poder sob um contexto desfavorável e tentarem obter a História em suas mãos, como se estivessem segurando um passarinho capturado.

Essa parcela da sociedade, considerada de "classe média" conforme os critérios do sociólogo Jessé Souza, é tataraneta das aristocracias do Segundo Império e da República Velha, descendente descolada e festiva que e enquadra no perfil das "esquerdas cirandeiras" e que, no jargão do pensamento marxista original, equivale à uma parte hedonista da pequena burguesia.

Pois essa "boa" sociedade age com arrogância, como "bolsomínions do bem", não aceitando críticas ao governo Lula, que se mostra decepcionante desde a campanha presidencial de 2021. No governo atual, é essa parcela da sociedade que está feliz com os descaminhos do presidente, que está em sua performance decepcionante em relação aos dois mandatos anteriores.

Para essa "boa" elite, que se considera a "humanidade mais legal do mundo", tanto faz Lula viajar precipitadamente para o exterior, diante da urgência da tal reconstrução do Brasil, porque essa elite carece de discernimento, não vendo diferença entre trazer resultados concretos para o país e produzir apenas factoides políticos.

As pessoas dessa "boa" sociedade, apesar de se proclamarem "esclarecidas", não conseguem ver a diferença entre sair viajando para o exterior, discursar e opinar e realizar projetos em prol do povo brasileiro. Não conseguem discernir sequer os tempos verbais nem o contexto de época.

Por exemplo, se Lula promete fazer alguma coisa, os lulistas acreditam que ele "já fez" e "os resultados estão aí", embora sem explicar que "resultados" são estes. E o próprio Lula se confunde com as coisas, promovendo clima de festa no Brasil distópico pós-Temer e pós-Bolsonaro e achar que está vivendo em 2003. Daí o desprezo de Lula em criar um programa de governo mais adequado para os tempos atuais.

O pessoal que adora ver Lula viajando no exterior em vez de priorizar a reconstrução do Brasil, sob a desculpa de que ela está sendo garantida por promessas, faz o tipo de sociedade burguesa que só "quer o bem" para o povo pobre nos limites da domesticação social para evitar que a revolta produza novos assaltantes a roubar os bens dessa "boa" elite do "admirável mundo novo" das redes sociais.

 A "boa" sociedade que apoia Lula sempre esteve de bem com a vida, mesmo sob as tormentas de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Afinal, ela não é a classe trabalhadora, não é o proletariado, é a pequena burguesia chique o suficiente para se julgar "socialmente superior", dentro do comportamento elitista mais típico.

Exemplo disso é uma certa indiferença com as desigualdades sociais, "admitidas" na maneira de dizer, mas nunca sentidas nem percebidas de verdade. Ilustrativo é o comentário de uma internauta tipicamente burguesa, apoiadora do Lula atual - que, convenhamos, é um grande pelego - , que escreveu esse comentário bem burguês no seu perfil do Twitter, sobre o fato da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ter comprado gravatas da marca italiana Zegna para o marido:

"O pres. Lula usa a gravata da marca Zegna presenteada por sua mulher, a nosa sempre querida Janja Lula da Silva. Ele (Lula) pode usar Prada ou Doce Gabbana, Lula tem grana para gastar onde e como quiser. Até eu, que sou bem mais pobre (sic), tenho óculos Armani pagos com meu dinheiro. Punto".

Outros internautas que comentaram sobre a gravata da Zegna usada por Lula - uma de um total de dez, adquiridos com valor correspondente a R$ 1.350, pouco mais de um salario-mínimo - também falaram desse "direito ao consumo" que esconde valores de verdadeira cobiça burguesa e elitista, que destoam do imaginário verdadeiramente esquerdista.

Fica muito estranho essas pessoas que se dizem "de esquerda", cuja única percepção "profunda" da pobreza se limita a preconceitos etnocêntricos que julgam ver uma multidão "animalizada" esperando por esmolas ou donativos, serem a "nata" dos brasileiros progressistas. Essas pessoas não têm a verdadeira noção de desigualdades sociais e no entanto fica se achando "PhD em pobre". Pensam que é só dando sopinha e pacotinho de mantimentos que irá combater a pobreza, sem mexer nas estruturas que mantém essas desigualdades.

Nada disso. Eles são a pequena burguesia. Lula é um grande pelego. Essa "esquerda cirandeira" só quer saber de festa e sua "consciência social" é apenas um artifício para ficar bem na foto e lacrar nas redes sociais. Mas, fora desse mundo da fantasia, os pobres continuam abandonados, agonizando, esquecidos pela "boa" sociedade ocupada em aplaudir Lula viajando sem necessidade e ele e Janja esbanjando gastos com móveis caros, hospedagens caras e roupas caras. Os lulistas de hoje estão mais para Caras do que para O Capital...

 

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