ATOS ANTI-DEMOCRÁTICOS DO OITO DE JANEIRO DESTRUÍRAM MOVEIS DOS PRÉDIOS DOS TRÊS PODERES. AQUI, MÓVEIS DO SENADO DETRUÍDOS PELOS VÂNDALOS.
Anteontem acabou o Big Brother Brasil, a "maior atração" do culturalismo vira-lata enrustido, aquele que considera o "funk" uma "vanguarda cultural", É O Tchan e Chitãozinho & Xororó como relíquias cult e elegeram o "genial" Michael Sullivan o "Tom Jobim do Brasil-Instagram". Para essa turma da mediocridade cultural glamourizada, o BBB, como é conhecido o programa, é a "nossa" Hollywood, a abastecer a mídia do entretenimento com novas subcelebridades, às porções.
O Brasil virou um riélite chou. Temos a sociedade do espetáculo, que não se resume a aristocratas que se fecham nas bolhas do colunismo social, depois que a revista Caras passou a fazer o papel que o pensamento desejoso da crítica jornalística tanto idealizou. Antes reduto de granfinos, Caras trocou o jet-set da burguesia ortodoxa (tipo Jacinto de Thormes, Imbrahim Sued e Zózimo Amaral) pelo mundo popularesco e a fauna das subcelebridades. Ou seja, sub-artistas musicais e sub-famosos em geral.
A sociedade do espetáculo vai além dos granfinos, como o culturalismo vira-lata vai além dos jornalistas hidrófobos. Muitos se recusam a definir como sociedade do espetáculo os ídolos popularescos e os influenciadores vazios dos últimos tempos. Da mesma forma, ninguém admite que até mesmo filmes "espíritas" (que são dramaturgias ruins) e o fanatismo pelo futebol (cada vez tomado pela emotividade toxica que não contamina só gangues de torcidas organizadas, mas quase todo mundo) são culturalismo vira-lata.
Temos uma elite que não admite autocrítica e finge gostar de senso crítico, mas o restringe tanto que o chamado "pensamento crítico" é mais um ato de passar pano do que um exercício de questionamento e contestação. A "boa" elite quer espetáculo, entretenimento, consumismo, e quem quer lacrar e repercutir bem na Internet tem que passear pelo mundo encantado da complacência e, de preferência, ter um bom estoque de flanelas, porque a passagem de pano será geral.
Diante do hype que é todo ano o Big Brother Brasil, nesse "excelente" cenário cultural em que vivemos - em que muitos acreditam que basta as verbas mágicas do Ministério da Cultura para transformar a música popularesca em algo "genial" - , até o governo Lula tornou-se um grande reality show, concorrendo com o clima tuiteiro de Jair Bolsonaro quando este presidia o Brasil. O maléfico "capitão" agora é alvo principal da nova CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vem por aí.
É a CPMI dos Atos Golpistas, ou dos Atos Anti-Democráticos ou, simplesmente, dos Atos de Oito de Janeiro, o dia em que uma multidão de trogloditas (é jornalisticamente inadequado falar assim, mas temos que defini-los assim, pela obra que fizeram) destruiu instalações da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Esses crimes foram feitos pelos ditos "cidadãos de bem", "patriotas e cristãos", mas revelaram um risco para os tempos atuais. Pois esses adeptos de Jair Bolsonaro são muitíssimos e extremamente violentos, e o Oito de Janeiro foi apenas uma amostra de como se deve reforçar a segurança para punir tais ações. E o pior é que suspeita-se da complacência da segurança e até mesmo de colaboração com os brutais revoltosos.
A indignação se dá não só pela derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, mas pela vitória de Lula, hostilizado pelos extremo-direitistas. Gente que hostiliza Lula não pelo direito de criticá-lo, mas pelo abuso da calúnia e das acusações inventadas. Mesmo que Lula hoje erre quase sempre, não é direito agir como agiram os revoltosos do Oito de Janeiro.
A CPMI irá investigar os atos e os envolvidos, além de averiguar até que ponto a influência de Jair Bolsonaro foi crucial para tais atos. O risco é dos inquéritos se tornarem "shows", diante do que se viu em eventos semelhantes, com bate-bocas de parlamentares e alguma ação grotesca ou controversa que repercuta na mídia. Mas até nos EUA ocorrem eventos sensacionalistas dessa espécie.
Seria bom que a CPMI, em que pese esse risco do sensacionalismo, buscasse os culpados, sejam quantos eles forem, incluindo responsáveis e possíveis mentores, mesmo que seja o próprio Jair Bolsonaro. Não seria legal se a CPMI empacar e se rebaixar a um reality show político.
Já basta Lula ter deixado o Brasil para se intrometer na guerra entre Rússia e Ucrânia, criar polêmicas internacionais à toa como se fosse um membro de reality show, enquanto os brasileiros têm que enfrentar os preços caros da carne (sim, ela continua cara), do arroz, do feijão, do leite e derivados e outros alimentos.
Que ao menos o risco de volta do bolsonarismo ou de tendências similares possa ser afastado por instituições responsáveis e por um trabalho mais cauteloso, de forma a fazer com que a tão alardeada democracia seja sempre democrática, e não uma conversa para boi dormir enquanto a Faria Lima acumula dinheiros sem controle. Que venha a CPMI dos Atos Golpistas.
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