FOTO DE MARCOS MION AO LADO DE JAIR BOLSONARO E MICHELLE BOLSONARO EM 2020 FOI TIRADA DE CONTEXTO. MION NÃO APOIAVA NECESSARIAMENTE O ENTÃO PRESIDENTE.
O atual governo Lula é decepcionante, não apenas por erros imensos cometidos pelo atual presidente, mas pelos de seus seguidores, que, pelo jeito, não parecem muito empenhados em levar o "gabinete do amor" muito a sério.
Pois foi Marcos Mion fazer críticas a uma declaração de Lula, que associava a violência das escolas a problemas de saúde mental, que os lulistas, agindo como "bolsomínions do bem", resolveram relançar uma antiga foto em que Mion apenas formalmente compareceu a um evento com o então presidente Jair Bolsonaro, em 2020.
Mion apenas contatou Bolsonaro, por conta de uma lei, de número 13.977, que instituía a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno de Espectro Autista, que recebeu o nome de Romeo Mion, o filho autista do apresentador. Foi apenas uma formalidade, mas aí os internautas resolveram interpretar mal e descontextualizar, como se Mion fosse um bolsonarista de carteirinha. Nunca foi.
Só que ninguém tem coragem de admitir, nas redes sociais, quanto a quem poderia ser realmente bolsonarista, como um "médium" do "Espiritismo de chiqueiro" que se faz no Brasil que, tendo falecido em 2002, se livrou das maravilhas de conhecer sua alma gêmea que (des)governou o Brasil entre 2019 e 2022. Lembremos que eu, quando segui o Espiritismo brasileiro, tive contato com as ideias do picareta de Uberaba, o dito "lápis de Deus", e essas ideias eram de um ultraconservadorismo que fedia a frutos podres oriundos do século XII.
Só que o "médium" pioneiro das psicografakes - que inescrupulosamente vitimavam, sem dó, nomes como Humberto de Campos, Cornélio Pires, Olavo Bilac, Auta de Souza e até Du Bocage, todos "perdendo" seus estilos nas tais "psicografias" - foi mencionado num curso EAD que ando fazendo e tive que tirar os fones de ouvido antes que o asqueroso nome fosse pronunciado pelo ingênuo professor. E isso numa época em que o horripilante filme dos "mensageiros" finalmente será lançado para enganar as pessoas.
E aí a descontextualização se inverte, pois há um mensagem que plantou a ideia sem lógica alguma de que o tal "médium" - o mesmo que, em pleno programa de TV, defendeu radicalmente a ditadura militar na sua pior fase, com um sadismo de deixar o coronel Brilhante Ustra babando de prazer - teria, supostamente, "apoiado" o comunismo sob a influência de um padre jesuíta, alegando que a doutrina marxista seria "válida" se ela estivesse "de acordo com os ensinamentos cristãos".
Expliquemos. A mensagem é de 1945, numa época em que o Departamento de Estado dos EUA tolerava o comunismo. Era o tempo da aliança provisória dos EUA com a URSS para combater o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial. Antes apoiado pelos EUA, o nazifascismo fugiu do controle da direita "civilizada" e se tornou uma perigosa tirania genocida que abalou o mundo.
Portanto, o contexto era outro e o "médium", tão ultraconservador quanto um monge obscurantista dos mais trevosos tempos medievais, nunca apoiou o comunismo, apenas seguindo uma tendência de tolerância provisória vigente nas vésperas da Guerra Fria. Tanto que, no programa da TV Tupi, em 1971, o "médium", tão conhecido pela "paz, caridade e amor ao próximo", disparou hidrofobia contra o esquerdismo, o que indica que ele, se vivesse hoje, teria apoiado Jair Bolsonaro com mais convicção e ardor do que o seu amigo e discípulo de Salvador.
Dito isso, voltemos para o caso dos lulistas, que se esquecem que o apresentador Marcos Mion é apolítico, não tem um compromisso ideológico algum. E se ele não criticou Jair Bolsonaro, é porque não houve um contexto para isso. Mas, hoje, se ele criticou Lula, é porque o tema do comentário do atual presidente envolve o autismo, um dos alvos do preconceito social que contamina até as esquerdas, que desde 2021 andam agindo como os valentões da escola.
A associação tendenciosa da violência dos atentados estudantis aos problemas de saúde mental atinge quem não é considerado "legal" pelo establishment social do Brasil de hoje. Infelizmente, mesmo as esquerdas discriminam portadores da Síndrome de Down, autistas e solteirões (estes definidos como "celibatários involuntários", das iniciais em inglês InCel), erroneamente confundidos com terroristas escolares.
Não se pode ser solitário, reservado ou ser portador de doenças que afetam funções cerebrais. O jovem rapaz que tiver essas limitações é discriminado nas redes sociais, sendo o primeiro a sofrer ataques do "tribunal da Internet", esse processo de agressões que começa com um simulacro de chat, depois parte para ofender a vítima nas redes sociais e, em seguida, o líder das agressões cria um blogue de ofensas e difamações contra o agredido e, sabendo de seu endereço, faz "visitas" ameaçadoras ao local.
É triste ver internautas ridicularizando Marcos Mion, de tal forma que até o respeitável jornalista Chico Pinheiro mordeu a isca e, sem necessidade, chamou o pai de Romeo Mion de "apresentador dos atos de Oito de Janeiro".
O pessoal não entende que a luta de Marcos Mion para seu filho autista ter uma vida melhor está acima de ideologias, correntes políticas e o que quer e o que pensem os "tudólogos" das redes sociais? Ou acima até mesmo de muitos lulistas alucinados que não se comportam de maneira diversa à de um Monark, um Caio Coppolla ou um Rodrigo Constantino, apesar do plano ideológico aparentemente oposto?
Está certo que Lula pediu desculpas pelo comentário exagerado. Mas e se Lula não tivesse pedido desculpas? Os seguidores do atual presidente lhe dariam sempre razão? O coitado do Marcos Mion, dando tudo de si para diminuir o sofrimento de Romeo, é massacrado e xingado de "bolsomínion" só porque criticou Lula
Quer dizer que Lula não pode ser criticado? Que Lula pode errar à vontade, que será sempre considerado como quem está agindo sempre corretamente? Lula pode fazer o que quer, ele está acima de tudo e de todos? Ele é o dono da democracia? A Terra agora gira em torno de Lula e o esforço é que o Universo inteiro siga o mesmo movimento?
Não. E, da forma como anda conduzindo sua política, Lula está se apequenando, mesmo quando luta para se tornar um "gigante planetário" na sua megalomania internacional que o fez viajar para o exterior enquanto o Brasil continua passando fome.
Além disso, começa a ventilar notícia, pelo UOL, de que Lula quer "comprar" a Câmara dos Deputados para montar uma base aliada, negociando verba extra de R$ 3,5 milhões a R$ 7 milhões, para parlamentares aprovarem as medidas do governo. Lula já deu aumentos salariais para os Três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, o que inclui o próprio presidente, que ganha R$ 46 mil, equivalente a cerca de 35 salários mínimos.
Será que Lula virou realmente um corrupto? Ou atribuir essa hipótese tornou-se um "palavrão"? Enquanto se esperam os próximos capítulos dessa empreitada, os trabalhadores só recebem R$ 1.320 mais R$ 672, não chegando a ter nas mãos R$ 2 mil, exceto quem tem a sorte de ganhar, pelo menos, dois salários mínimos. Mesmo assim, é pouco para reconstruir o país, matar a fome, trazer qualidade de vida e inclusão social.
Enquanto isso, Lula faz turismo no exterior, como um pelego feliz. E quem criticá-lo ganha rótulo de "bolsonarista", mesmo sendo opositor ou indiferente a Jair Bolsonaro e companhia. Brasil injusto.
Comentários
Postar um comentário