Em mais uma travessura, a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, agora autoproclamada "sociedade do amor", mostra sua hipocrisia que torna compreensível sua intolerância ao pensamento crítico. A "boa" sociedade que pede "mais amor, por favor", na verdade só pensa em dinheiro e não quer amar.
Uma amostra disso é uma postagem que lembra do hábito de um pinguim macho conquistar uma fêmea da mesma espécie lhe oferecendo uma pedra preciosa de presente. A postagem apareceu no Instagram.
A repercussão da postagem foi preocupante. Não somente mulheres, mas homens também, exaltaram a atitude do pinguim macho em "comprar" uma conquista amorosa e, dentro dos padrões primários da "boa" sociedade que se acha dona de tudo, considerou o ato animal como uma "demonstração de romantismo".
Em outra ocasião, lembramos de um vídeo que circulou meses atrás de um rapaz simpático que ofereceu flores e bombons para uma garota e ela, assustada, caiu fora, deixando o jovem pretendente muito triste. Não fomos informados da repercussão da melancólica postagem.
Nas esquerdas identitárias, há uma tendência de aceitar que mulheres apelem para o golpe do baú para serem sustentadas por homens ricos, sob a desculpa das fêmeas se "vingarem" do machismo, dentro de uma perspectiva em que as ditas relações amorosas não passam de uma "guerra dos sexos" marcada pelos jogos de interesses e pelas conveniências sociais.
O mais assustador é que, quando um feminicida de boa posição social deixava facilmente a cadeia, ele conseguia novas namoradas que, atraentes e inteligentes, eram quase feministas, ao passo que homens mais sensíveis ficam com mulheres nada atrativas e sem afinidade.
Esse cenário de "guerra dos sexos", do uso do "amor" como fachada para o jogo de interesses, da valorização do "deus" dinheiro como uma forma brutal de ascensão social, mostra o quanto nossa sociedade está terrivelmente atrasada, mas se achando destinada a dominar o mundo e ditar o futuro da humanidade. É de abismar qualquer um que tenha o cérebro com um mínimo de funcionamento.
Isso quer dizer que o amor está em baixa. Nas festas, as pessoas não dançam mais abraçadas ao som de música lenta, que agora faz as pessoas apenas balançarem, lentamente, é claro, os braços para cima. Os casais agora dançam abraçados, isto é, agarrados, ao som de forró. E isso de maneira animal, mesmo.
Isso desmascara a elite do bom atraso que não tolera o senso crítico. E mostra a hipocrisia e o cinismo de uma elite que suplica para outros demonstrarem mais amor, mas essa classe não faz a sua parte.
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