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"CATOLICISMO MEDIEVAL DE BOTOX" APELA PARA NOVO FILME

 
COM MUITO DINHEIRO, A "RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS INVESTE EM ATORES DE PRESTÍGIO PARA FAZER PROPAGANDA RELIGIOSA.

Qual a religião mais rica e obscurantista do Brasil? É qualquer uma das seitas neopentecostais, marcadas por suas abordagens histéricas, preconceituosas e sua extorsão cobrada dos fiéis pobres, forçados a dar o que não têm em troca de um suposto terreno no céu?

A resposta é não. Com todos os defeitos e erros explícitos que se observa em religiões neopentecostais, que foram a base religiosa do governo Jair Bolsonaro, os "neopenteques" são tratados como bodes expiatórios, não pela falta de elementos negativos, mas por levarem sozinhos a culpa do obscurantismo da fé, mas outra religião torna-se mil vezes pior nos defeitos e irregularidades.

É o Espiritismo brasileiro, religião que, graças à ditadura militar, que a patrocinou para combater a Teologia da Libertação católica, criou narrativas são consideradas "agradáveis" e "confiáveis" porque agradam a elite do bom atraso, maior beneficiária dessa seita que, apesar dos 140 anos de existência, foi sob a ajuda do AI-5 que se fortaleceu a ponto de consagrar como pretenso filantropo um charlatão que usava peruca, era reacionário e foi pioneiro na literatura fake. O farsante foi descrito na postagem anterior sobre o suposto uso de seu nome na Via Anhanguera.

A religião que, apesar sa imagem de "moderna, despretensiosa, modesta e intelectual", nunca foi mais do que o Catolicismo medieval de botox, obscurantista e alvo de superfaturamento de seus principais membros e das lavagens de dinheiro das grandes empresas, a pretexto da "caridade" que nunca de fato existiu, mas que muita gente defende como se fosse verdade absoluta.

Agora esse medievalismo redivivo apela para mais um filme propagandista, Nosso Lar 2, um engodo místico não menos constrangedor que as novelas da Record, que por sinal têm a ressalva de parecerem mais divertidas nos seus enredos sem pé nem cabeça.

A novela "espírita", com seu "mundo espiritual" montado num bosque tedioso e cujos moradores vestem pijamas branquinhos, tem como chamariz o ator e galã Edson Celulari. Rostos atraentes são uma boa propaganda para esse obscurantismo da fé fantasiado de espiritualismo intelectualizado.

Usar atores de novela pelos filmes do Espiritismo brasileiro não é muito diferente do que a Record utiliza nos seus filmes e novelas bíblicos. Aliás, o apelo é maior ainda, porque a reputação "superior" da "religião dos espíritos" se dá porque tem mais "peixe grande" por trás, diferente do clube fechado bolsonarista que blinda as seitas neopentecostais. O Espiritismo brasileiro conta, por exemplo, com o apoio midiático da Rede Globo e da Folha de São Paulo.

Daí que, oficialmente ninguém investiga. O "médium da peruca", que deveria ser suspeito de chefiar fraudes de materialização e tem envolvimento, ainda que indireto, com uma morte suspeita de um sobrinho, que quase foi para a cadeia por usurpar o nome de Humberto de Campos, goza, mesmo postumamente, da mais preocupante impunidade.

E aí vemos o quanto, apesar dos atores de nome e até talentosos que atuam regularmente em novelas da Globo, as temáticas "espíritas" são tão patéticas, que fazem as novelas da Record parecerem franquias da Marvel.  Eu estava no ônibus da linha 967a-10 voltando para casa e uma jovem passageira, de seus 35 anos mais ou menos, estava vendo um filme "espírita".

Vendo de longe, meu constrangimento foi inevitável. Apesar de ser um filme contemporâneo, esteticamente parecia tão cafona que visualmente remetia a 1973, com direito a ator usando o penteado do modelo setentista Pedrinho Aguinaga. A cena, num "centro espírita" cheio de pessoas atormentadas recebendo o tal do "passe" - inútil ritual com pessoas sacudindo as mãos sobre outra (eu já recebi os "passes" quando seguia essa religião) - , é de causar enjoos pelo dramalhão temperado com muita pieguice.

A elite do bom atraso vai adorar, forjando um "sucesso estrondoso" de mais um filme do Espiritismo brasileiro, com aquele mesmo enredo meloso e suas pregações medievais, com ideias dignas do século XII servidas como se fosse "futurismo". Mas, a julgar pela supremacia da bregalização cultural que assola nosso país, o futuro do Brasil é andar para trás, rumo os tempos coloniais quando o Padre Nóbrega, adotado pelos "espíritas", mostrava as "maravilhas" da Idade das Trevas para um Brasil nascido depois dessa época.

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