LULA, AQUI AO LADO DO PRESIDENTE CHINÊS XI JINPING, PERDEU UM ANO INTEIRO PRIORIZANDO A POLÍTICA EXTERNA EM DETRIMENTO DA RECONSTRUÇÃO NACIONAL.
O que aborrece no governo Lula é que ele quer fazer tudo de tido sem medir contextos e realiza alianças sem perceber os limites das afinidades circunstanciais. É como se, em seu modelo de “democracia”, o galinheiro, que deveria acolher pombos, patos e canários, acaba preferindo acolher raposas. Esse é o problema de Lula, o galo de briga que adora convidar uma raposa para entrar no seu galinheiro.
Dito isso, vemos que o Ministério dos Esportes, ao trocar a atuação técnica e humanizada de Ana Moser pelo fisiologismo de André Fufuca, pagou o preço caro de não só priorizar o futebol em detrimento de outras modalidades como está beneficiando redutos políticos de aliados do ministro.
A Lava Jato desnorteou Lula, que, colocando o carro, ou talvez o trem-bala, na frente dos bois, foi viajar antes se reconstruir o país. A arrogância dos lulistas não admite críticas, acreditando que Lula sempre acerta mesmo quando está errando, mas a verdade é que havia necessidade de um hiato para o Brasil se recuperar internamente, sem precisar que, antes disso, tivesse que “melhorar” a imagem do país no mundo.
É como nas relações humanas. A pessoa primeiro precisa desenvolver suas qualidades individuais, antes de os outros terem boa impressão da mesma. O Brasil precisava primeiro resolver seus problemas internos, para depois Lula decidir passear para rever seus amigos.
É doloroso para muitos saber, mas o atual mandato de Lula, apesar de ser o mais ambicioso dos três, é o mais fraco de todos, por se focar mais no personalismo do presidente do que das necessidades de melhorar a vida dos brasileiros, item que só obteve baixos resultados, sem que haja, por exemplo, uma ruptura com antigos paradigmas.
No mercado de trabalho, por exemplo, os velhos paradigmas tecnocráticos e burocráticos regem as normas de contratação de mão-de-obra. O etarismo ainda é um preconceito muito constante e cruel, mas quando se flexibiliza o emprego é para contratar gente divertida em vez de talentosa, que para cada dez minutos de trabalho, seis são para brincar com os colegas.
Não há como construir um país novo se nossa ordem social ainda remete aos tempos do general Geisel. Os heróis dos brasileiros ainda são os mesmos da ditadura, seja na música, nos esportes e até na religião.
Fica preguiçoso as esquerdas adotarem atitudes como transformar a pobreza humana numa pretensa etnia, defendida e glamourizada sob a desculpa do “combate ao preconceito”, e, em contrapartida, jogar 524 anos de males cometidos no território brasileiro na conta de Bolsonaro. Daqui a pouco, a família Bolsonaro vai pagar até pela condenação de Tiradentes, ocorrida em 1792.
Mas a verdade é que Lula, por mais que tente honrar, em tese seu compromisso com os pobres e o proletariado, está desnorteado politicamente. Finge não estar priorizando a classe média, até porque a elite do bom atraso é a burguesia de chinelos, invisível a olho nu. A elite que toma chope em botequins tipo os suburbanos não se considera classe média, mesmo rodando de SUV e podendo viajar para o exterior com a facilidade de quem quer passear num bairro vizinho.
Está mais do que claro que Lula, pela pressa desmedida em desfazer o legado bolsonarista, sem mexer nas estruturas que condicionaram esse desastrado governo de 2019-2022, erra em promover primeiro a política externa, em costurar alianças fora de suas afinidades reais e subestima as pautas sociais e trabalhistas, lembradas mais para alimentar a propaganda pessoal do petista.
Por isso é que, por mais que Lula tenta parecer fiel ao projeto progressista dos dois mandatos anteriores, que eram moderados e pouco criativos, mas promissores, o que se nota hoje é uma repaginação do “milagre brasileiro”, acrescido de um relativo assistencialismo social, mas sem mexer de verdade nos privilégios das elites.
Pelo contrário, as elites se enriquecem muito mais e, para piorar, o setor do entretenimento torna-se, hoje, a maior indústria de novos super-ricos, e isso inclui desde a música popularesca, as subcelebridades e mesmo uma cultura rock feita refém, por meio do rádio, por um magnata da Faria Lima.
O Brasil é um país cheirando a mofo tóxico, mas se vende como a “nova nação a dominar o mundo”. É claro que o Primeiro Mundo, que com suas imensas imperfeições e problemas, é mais experiente que o Brasil, não vai deixar nosso país impor sua prepotência ao planeta, pois isso não é mais uma bravata que apenas possui um valor doméstico, a ser compartilhado e apoiado por milhares de brasileiros, mas totalmente sem utilidade prática no resto do mundo.
Por isso, a velha ordem brasileira dos tempos do “milagre” da ditadura militar, mas repaginada como uma sociedade “boazinha” apoiadora de Lula, só está brincando de potência de Primeiro Mundo e de nova nação líder do planeta dentro de seus espaços privativos dentro do Brasil. Aqui dentro essa tese prevalece como verdade indiscutível. Mas fora de “casa” as regras são totalmente diferentes.
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