No protesto de ontem, que resultou na destruição de alguns prédios da Esplanada dos Ministérios, Michel Temer fez mais um ato antipopular.
Acionou o Exército para vigiar Brasília e reprimir manifestações.
Mas o Exército não acatou a decisão, agravando ainda mais o isolamento de Temer.
Temer cometeu crime de responsabilidade, pois uma atitude dessas só seria possível sem policiamento ostensivo e sem a intenção repressiva com que foi adotada.
Temer acha que seu governo estará protegido com isso.
Seu desgaste se agrava seriamente.
Este texto foi escrito na noite de ontem, e imagina-se que Temer está vivo, continua no governo e parece indisposto a renunciar.
E que, recado aos marmanjos mais afoitos, continua casado com Marcela Temer.
Desde que eclodiram as denúncias do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, o governo Temer agoniza de maneira progressiva.
Joesley, acusado de envolvimento com esquema de propinas, resolveu fazer delação e praticamente jogou o governo Temer e aliados, incluindo Aécio Neves, hoje senador afastado, na parede.
Aécio pagou o preço caro por se mobilizar contra sua derrota eleitoral em 2014, mas perde seu poder político como quem vê a água escapando de suas mãos.
Mas Joesley também pagou um preço caro. Ele e sua família.
O empresário passou a ser ameaçado e atacado na Internet e resolveu morar nos EUA em lugar ignorado.
As ameaças e ataques também atingiram a esposa, a ex-apresentadora do Jornal da Band, Ticiana Villas-Boas, que com Joesley tem um filho, homônimo ao pai.
Ela, que chegou a cogitar voltar ao país para apresentar o programa Bake Off Brasil, um reality show culinário, desistiu e foi viver com o marido e o filho no exterior.
Joesley tem muita razão para isso, porque abalou com inúmeras reputações do meio político.
E o efeito dominó de muitos escândalos atingiu, em episódios diferentes e uns sem relação com a delação de Joesley, várias personalidades.
Em duas semanas, nomes como Michel Temer, Aécio Neves e sua irmã Andrea, hoje detenta, Alexandre Accioly, Luciano Huck e Reinaldo Azevedo se envolveram em escândalos diversos.
O "dinossauro" da corrupção, Paulo Maluf, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por lavagem de dinheiro e o órgão do Judiciário determinou perda de mandato parlamentar.
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, já preso, tornou-se réu pela 9ª vez pela Operação Lava Jato.
Até a edição deste texto, Temer continua no poder, mas não são poucos os especialistas diversos, seja do Jornalismo, do Direito, da Ciência Política, que dizem que ele se encontra sem condições para permanecer no mandato.
A essas alturas do campeonato, até filas de pretendentes de Marcela Temer começam a se formar nos vários cantos do Brasil.
Este texto vai ao ar quando estou me preparando para o café da manhã.
Se houver uma notícia diferente escreverei assim que puder e depois de ler e analisar todo um turbilhão de notícias que devem vir ao longo do dia.
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