O capítulo mais esperado por muitos da "novela" da Operação Lava Jato acontecerá nesta quarta-feira.
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva irá depor para o juiz Sérgio Moro, sobre as diversas acusações atribuídas ao petista.
Lula disse que sempre teve disposição para prestar qualquer tipo de depoimento, sempre que fosse convocado.
Aparentemente, Sérgio Moro demonstrou prudência quando, num vídeo gravado e divulgado nas mídias sociais, apelou para seus apoiadores evitarem ficar nas ruas de Curitiba no próximo dia 10.
É possível que seja prudência, embora se leve em conta dois aspectos.
Um, é que os partidários de Moro é que costumam ser mais agressivos e provocadores que os de Lula.
Outro, a campanha difamatória contra Lula pela grande mídia é que faz com que os opositores do petista tenham o ódio descomunal que só a grande mídia finge ignorar existência.
Moro até agiu certo com o vídeo, porque evitar violência é necessário para prevenir qualquer prejuízo, material ou humano.
Neste sentido, se pode concordar com os apelos de Sérgio Moro.
Mas isso traz uma grande ironia.
Se os manifestantes pró-Moro forem desaconselhados a estarem nas ruas de Curitiba ou, sendo de fora da capital paraense, não forem para lá, algo muito curioso vai acontecer.
A área do entorno da 13ª Vara Criminal Federal poderá ser um reduto de manifestantes do PT.
Se não houver a presença de manifestantes pró-Moro nem vândalos de direita infiltrados entre os petistas, o risco é do movimento se tornar uma propaganda potencial de Lula para 2018.
É certo que a direita já manifestou sua ojeriza a Lula, espalhando cartazes de outdoor dizendo que Curitiba recebe Lula de "grades abertas", uma alusão à tão sonhada, pelos direitistas, prisão do ex-presidente.
Mas é incerto o que acontecerá na próxima quarta-feira.
O Brasil está frágil: desgovernado, caótico, retrógrado, inseguro.
E, diante de uma figura controversa como Lula, tudo pode acontecer.
Até porque o depoimento há muito é comparado como um duelo final de filme de faroeste.
O que faz sentido, diante do país reacionário e provinciano que é o Brasil.
Já se fala do maniqueísmo da Operação Lava Jato e da campanha de Lula para 2018.
Por ora, é esperar o dia chegar e ver o que vai acontecer.
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