No esforço de manter a plutocracia em alta na vida política do Brasil, um grupo de empresários decidiu criar um "fundo cívico" para financiar políticos afinados com ideais "liberais".
A informação foi dada pelo colunista de O Globo, Lauro Jardim.
O grupo, que pretende lançar oficialmente a ideia na próxima semana, em São Paulo, tem pelo menos quatro empresários notáveis.
O mais carismático deles é o apresentador Luciano Huck, astro da Rede Globo, pai da gíria "balada", maior incentivador do "funk" no Brasil e dublê de filantropo.
Há também dois membros do Conselhão do governo Michel Temer.
Um é Nizan Guanaes, publicitário baiano, que recentemente pediu para Temer "aproveitar sua impopularidade para lançar medidas impopulares".
Outro, Abílio Diniz, é sócio da empresa alimentícia BRF, cujo um dos executivos, ligado ao empresário, foi preso numa etapa da Operação Lava Jato.
Há também o ex-presidente do Banco Central durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga.
Fraga é membro-fundador do Instituto Millenium, pupilo de George Soros e discípulo de Milton Friedman, economista neoliberal.
Há outro menos famoso, Eduardo Mufarej, empresário do ensino privado, dono da Tarpon Investimentos, controladora do grupo Somos Educação, que havia sido durante muito tempo a Abril Educação, até o Grupo Abril desistir da participação empresarial.
O Somos Educação administra a rede de colégios pH, do Sistema Motivo e das editoras Ática e Scipione, entre outras.
Os empresários envolvidos, que podem contar com novas adesões, pretendem, com o fundo cívico, apoiar políticos que defendem a ideologia liberal.
Os princípios enunciados no projeto são "responsabilidade fiscal, ética e sustentabilidade".
Os candidatos a serem apoiados não precisam ser filiados a um único partido, mas vários que estejam afinados com a causa.
Mas, no recheio, vemos os tais "valores da livre iniciativa", eufemismo para defesa radical do capitalismo.
Isso significa que o projeto político a ser financiado pelo fundo cívico priorizará medidas que favorecem os interesses do empresariado.
Luciano Huck aparece até jogando futebol com crianças pobres, mas o espetáculo "filantrópico" se limita a ser apenas uma mera atração no seu Caldeirão.
De resto, é querer investir em políticos liberais, levar adiante as reformas excludentes do governo Michel Temer e fazer devoção ao deus mercado.
Para os pobres, haverá o consolo de aparecerem no espetáculo paternalista de um programa de TV. Nada muito além disso.
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