FOTO QUE TIREI DA EXPRESSO GUANABARA, NA SAÍDA DA RODOVIÁRIA DO RIO, NO RIO DE JANEIRO.
A maior pegadinha lançada no meio busólogo brasileiro deixa muita gente desnorteada. É a crença de um grupo empresarial que, mesmo sediado no Rio de Janeiro, iria fundir todas as empresas para elas, transformadas numa só empresa, serem administradas lá longe, em Fortaleza, no Ceará. Houve até lançamento de um sucesso do piseiro celebrando a "nova fase" dessa empresa, a Expresso Guanabara.
Mas o grupo empresarial que incluiu a Util, Real Expresso, Brisa, Sampaio, Expresso (de Goiás), Rápido Federal e a própria Guanabara e que pretende transformar numa empresa só no ano que vem, não quer contar a verdade sobre a extinção dessas empresas, da maior extinção que o grupo empresarial vai realizar através desse mata-mata de empresas.
A maior extinção do Grupo Guanabara é justamente o da Expresso Guanabara, de Fortaleza.
Sim, isso mesmo. Esta é a maior extinção, o maior desaparecimento. Fortaleza perderá, em 2025, sua empresa de ônibus, a Expresso Guanabara, que está com os dias contados. Essa verdade deixa os busólogos atônitos e confusos e há quem se irrite e ache que a extinção da Expresso Guanabara é um blefe, fake news e que ela é justamente a que vai sobreviver dentro do grupo.
Nada disso. A nova Expresso Guanabara será outra. Já me informei, pela Internet, que a empresa já tem CNPJ registrado no Rio de Janeiro, que será a sede do novo "Grupo Guanabara", na verdade a única empresa que surgirá na fusão de todas as envolvidas.
Isso é tão certo que a nova Expresso Guanabara funcionará com uma estrutura empresarial primordial herdada da Util e da Real Expresso, bases estruturais da nova empresa. A Expresso Guanabara que conheceremos se reduzirá a uma filial da empresa e seu papel secundário é tal que ônibus com o código numérico intermunicipal da Grande Fortaleza foram usados para linhas destinadas à Paraíba.
A finalidade da nova Expresso Guanabara em mudar sua sede para o Rio de Janeiro é uma estratégia empresarial para enfrentar a Nova Itapemirim - empresa que havia sido capixaba e hoje virou paulista, sustentada pela Suzantur de Santo André, ABC paulista - , o que seria difícil e oneroso se mantivesse a sede da EG na capital cearense.
Afinal, que serventia terá administrar os negócios na capital cearense, distante dos grandes centros do Brasil? Em termos logísticos, isso seria muito complicado e custaria muito dinheiro. Mesmo quando se atribui a unidade Rio de Janeiro como "autônoma", numa hipotética gestão sediada em Fortaleza, isso soa incoerente, pois neste caso a capital cearense vai acabar fazendo papel de "rainha da Inglaterra" da administração da Expresso Guanabara.
No fundo, a Expresso Guanabara nunca foi, de fato, nordestina. Nordestinas são a Progresso (PE), a Emtram (BA), a Real Alagoas (AL), a Cetro (BA). A Guanabara foi apenas um projeto de expansão de negócios de um empresário carioca (paraense radicado no RJ), Jacob Barata, mas agora os herdeiros deste falecido homem de negócios não querem ousar e querem concentrar os negócios no Rio de Janeiro, portanto Fortaleza não só deixará de ser sede como será uma terceira filial com papel cada vez mais secundário, por mais esforçado que seja para manter os serviços em termos satisfatórios.
Por isso mesmo, tudo indica que a Expresso Guanabara cearense irá desaparecer, sem que isso se manifeste na aparência. Mas a mudança do logotipo mostra que a antiga Expresso Guanabara cearense não irá permanecer, e é bom que os busólogos nordestinos se acostumem.
E, quando se canta "Pega o Guanabara e Vem", os pseudonordestinos Wesley Safadão e Alanzim Coreano, com pinta de garotões do Baixo Gávea e sotaque "nordestino" de A Praça é Nossa (paulista), na verdade o refrão é cantado sob o ponto de vista das ruas do Rio de Janeiro. Até porque os nordestinos de verdade, incluindo cearenses, não se sentem representados por esses ídolos do piseiro nem do forró-brega em geral. Nordestino não é bobo, acha que esse tipo de "cultura" trata o povo do Nordeste como uma mera caricatura.
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