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BRASIL NÃO TEM MAIS O HUMORISMO E A ALEGRIA DE PAULO GUSTAVO


Apesar de todas as correntes positivas, infelizmente Paulo Gustavo não foi salvo da Covid-19 e morreu vitimado pela doença, com 43 anos incompletos.

O humorista, nascido em Niterói - cidade que hoje vive uma séria decadência e a qual eu deixei meses atrás para viver hoje em São Paulo - , ficou internado desde 13 de março último, no Hospital Copa Star, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro (outra cidade que vive grave decadência).

Paulo já chegou a cumprir a quarentena que nós tivemos que cumprir ano passado, devido à pandemia. Ele havia manifesto seu temor em pegar a doença.

Cabe aqui elogiar todo o esforço que os médicos do Copa Star fizeram para manter Paulo Gustavo vivo e todo o seu planejamento em procurar manter todo o controle da doença. Não foi por falta de luta dos médicos que Paulo foi derrotado pelo Coronavírus. A equipe fez o possível para tentar salvá-lo.

Diz a nota do hospital:

"Às 21:12h desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da COVID-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis. A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos".

Perdemos um grande humorista que teria uma carreira promissora pela frente.

Quem conviveu com ele, mesmo profissionalmente, dizia que ele, nos bastidores, era um grande amigo e uma pessoa descontraída e divertida. A perda desse convívio é, sem dúvida, uma tristeza infinita.

E Paulo Gustavo era também um grande exemplo, pela relação de profundo amor, respeito e carinho que tinha com o marido, o dermatologista Thales Bretas, com quem tinha dois filhos, Gael e Romeu, gerados de uma barriga de aluguel.

Os dois estavam casados há quase seis anos, depois de dois de namoro, e a relação era tão digna que, mesmo num país homofóbico que é, em boa parte, o Brasil, ganhou o respeito da sociedade.

Por ironia, um outro Paulo, heterossexual, cometeu um feminicídio, na véspera do Natal passado.

O engenheiro Paulo Arronezi esfaqueou 16 vezes na ex-mulher, a juíza Viviane Amaral, mesmo sob o protesto das filhas, num condomínio da Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. 

Ele deveria mudar seu sobrenome para Horrornezi. Com 52 anos, Arronezi tinha um físico infartável, com barriga de chope, e é de surpreender que, com toda sua fúria e um ódio sem limites, manifesta no contexto do Natal, ele não teria morrido de ataque cardíaco.

Com uma violência daquelas, só Arronezi olhar para o rosto assustado de qualquer uma de suas filhas seria pretexto para ele sofrer um ataque cardíaco fulminante e cair morto no chão.

Mas, por sorte (ou azar do ex-engenheiro), ele, pelos agravantes do seu feminicídio, a pena que ele receberá de prisão (em regime fechado, como a lei atual determina) equivalerá a uma "prisão perpétua", porque, até terminar o cumprimento da sentença, Arronezi estará provavelmente falecido.

Daí que é uma vergonha, para os machistas, ver que relações homossexuais podem ser mais dignas e edificantes que muita relação heterossexual, em que homem e mulher se tornam, na prática, rivais.

E esse homossexualismo, que fazia Paulo Gustavo transmitir um semblante feminino - eu notei isso em uma foto de adolescência - , o fazia também parecer convincente no papel de Dona Hermínia, seu mais famoso personagem.

Nos meus primeiros dias da última temporada em Niterói (onde fui criado e onde morei por três temporadas, incluindo a última), em 2009, eu via os cartazes de Minha Mãe é uma Peça e de início eu não acreditei que a personagem era interpretada por um homem.

A mesma personagem ele interpretou numa campanha do Banco do Brasil, no ano passado. Uma vez eu, meu pai e meu irmão, quando pagávamos a conta em caixa eletrônico, eu via na tela a "Dona Hermínia" e eu, no íntimo, sorria para essa pessoa admirável que era o Paulo Gustavo.

Houve gente da imprensa popularesca que confundia o humor dele com arrogância e estrelismo. Ignoravam que o jeito de Paulo Gustavo era fruto de seu entusiasmo eletrizante.

Ele também era generoso, tendo doado, recentemente, R$ 1,5 milhão para a construção de um hospital. Se vivesse mais, ele teria feito outros atos generosos.

Devemos também levar em conta a hipocrisia com que o presidente Jair Bolsonaro manifestou pesar em relação à morte do humorista.

Paulo Gustavo adoeceu justamente porque Bolsonaro nunca realizou uma política que pudesse prevenir os brasileiros de uma nova onda de Covid-19.

Em vez disso, Bolsonaro chamou a doença de "gripezinha", esnobou as mortes da pandemia e receitou supostos remédios sem eficácia real contra a enfermidade.

E quando foi obrigado a adquirir as vacinas, veio com chiliques ideológicos e tentou sabotar a vacinação, privatizando o uso para poucos.

Agora Bolsonaro é alvo de investigações da CPI da Covid, que, esperamos, possa ser realmente eficiente na identificação e punição dos responsáveis por esse caos sanitário.

E Paulo Gustavo já chegou a gravar mensagem pedindo para os brasileiros se cuidarem e defendia a vacinação contra a doença, medida ridicularizada pelos bolsonaristas a partir do próprio presidente.

Voltando à relação com o marido Thales Bretas, quando soube pela Internet da morte do humorista, eu fiquei parado, pensativo.

Pensava o quanto Paulo Gustavo era querido, não só pelo marido, mas também por colegas e fãs. Me lembrava de Tatá Werneck falando de momentos divertidos que ela tinha com o amigo, manifestando solidariedade de forma tão doce.

Fiquei triste ao imaginar quantas pessoas amavam ele e ficaram órfãs do convívio revigorante com ele.

Da mesma maneira, vejo o quanto Thales Bretas - que, dias atrás, chegou a interagir, numa última vez, com Paulo Gustavo - , que comprovou seu amor intenso ao falecido marido, realmente amava o rapaz.

Devemos respeitar as pessoas, combater a homofobia, porque Thales e Paulo eram, além de um excelente casal, pais responsáveis. Com certeza os filhos ficaram tristes ao perder o convívio com uma pessoa vibrante e que trazia alegria para essas crianças.

Mas acredito que Thales é um homem forte e, embora seja incurável a dor intensa da perda do seu amado, ele levará a vida para a frente e transformará os filhos em pessoas dignas e prósperas.

Fico por aqui, reproduzindo a mensagem de despedida que Thales escreveu para Paulo Gustavo, de uma sensibilidade, sinceridade e profundidade cortantes. 

E é com muita tristeza que manifestamos, aqui, nossa solidariedade aos entes queridos que agora sentem a falta do vibrante convívio com o humorista. Fica o nosso apoio a eles neste momento extremamente difícil, e fiquemos com o texto de Thales Bretas:

"Ainda é muito difícil processar tudo o que aconteceu nos últimos dias...Nossa caminhada tinha tudo pra ser longa! Linda como vinha sendo... tão feliz! E foi muito! Como fui feliz nesses últimos 7 anos que tive o privilégio de conviver com você! Como eu aprendi, cresci! Espero poder passar um pouco do seu legado de generosidade, afeto, alegria e amor. Você é um furacão! Uma estrela que brilhou muito aqui na Terra, e vai brilhar ainda mais no céu, olhando pela nossa família sempre!!! Eu te amo tanto... e sempre te amarei, pro resto da minha vida! Não consigo escrever um centésimo do quanto você foi e é importante pra mim e pro mundo. E continuará sendo, eternamente... Peço desculpas aos amigos e aos fãs por não conseguir elaborar tudo como gostaria e responder a todos. Estou vivendo um turbilhão de sensações. Obrigado pelas energias positivas e orações. Muito amor tenho recebido, espero num momento mais oportuno conseguir retribuir! Bjs saudosos..."



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