A (AINDA) RUA CORONEL MOREIRA CÉSAR, EM NITERÓI, EM ICARAÍ, É ONDE FICA A CONFEITARIA BEIRA-MAR, QUE O ATOR PAULO GUSTAVO FREQUENTAVA EM VIDA.
A Câmara Municipal de Niterói aprovou, por 18 votos a 3, a mudança do nome da Rua Coronel Moreira César, em Icaraí, para Rua Ator Paulo Gustavo.
A proposta foi encaminhada pelo prefeito da cidade, Axel Grael (PDT-RJ), por ironia nascido na cidade de São Paulo, onde moro e de onde escrevo estas linhas, e ele vai sancionar a mudança.
A votação dos parlamentares também incluiu emendas que derrubam as disposições que impediriam a mudança, garantindo assim a alteração.
Estima-se que, em cinco anos, os niteroienses e os forasteiros que frequentam a cidade irão se acostumar com o novo nome da rua, uma das principais de Icaraí.
O prefeito Grael manifestou satisfação pela mudança e deu o seguinte comunicado:
"Fiquei muito feliz com a aprovação, agora há pouco, na Câmara de Vereadores de Niterói, por 18 votos a 3, da mensagem que encaminhei propondo a mudança do nome da Rua Coronel Moreira César para Rua Ator Paulo Gustavo. Com esta homenagem, Niterói demonstra carinho, admiração e respeito por este artista que, em toda a sua trajetória, enalteceu nossa cidade com sua genialidade e talento".
Paulo Gustavo divulgava a cidade de Niterói em seus filmes, fazendo mais do que muitos telejornais que, ao focalizarem a cidade, creditam, de maneira humilhante, como "Rio de Janeiro-RJ", reduzindo a antiga capital fluminense como um "quintal" da atual.
Curiosamente, Paulo Gustavo participou, também em tomada feita em Niterói, do filme Os Mercenários (The Expendables), o mesmo filme de 2010 dirigido por Sylvester Stallone que quase teve Brittany Murphy no elenco (dizem que ela teria salvo sua vida se tivesse topado participar do filme).
Não é a primeira vez que uma rua de Niterói sofre grande mudança. E a mudança é a segunda realizada em Icaraí em mais de seis décadas.
Em 1961, com o falecimento do governador do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Silveira, num acidente aéreo, em pleno mandato, Niterói resolveu homenageá-lo mudando o nome de uma avenida.
A então Av. Estácio de Sá, que ligava o Canto do Rio, parte extrema de Icaraí, à então Rua e hoje Avenida Marquês do Paraná, foi rebatizada, ainda naquele ano, com o atual nome de Avenida Roberto Silveira.
Agora vamos lutar para a mudança de nome do logradouro que surgiu como a Avenida da Ciclovia, em Piratininga.
Esse logradouro tem o nome de um suposto "médium" que, embora seja adorado por muitas pessoas, tem trajetória cheia de pontos sombrios, incluindo a morte suspeita de um sobrinho, que recebeu ameaças de morte porque denunciava as fraudes "mediúnicas" do tio (ver Manchete, 09.08.1958).
Era um religioso que, apesar de tanto alarde, nunca fez a "caridade" que lhe garante a fama póstuma, 19 anos após seu falecimento. Afinal, tudo o que ele fazia era distribuir as doações de terceiros e passar terrenos doados para o espólio da "Federação Espírita Brasileira".
Aliás, o "médium" mais se recusava a ajudar o próximo do que fazia (se é que fazia).
Em seus mais de 400 livros, o sádico "médium" defendia a Teologia do Sofrimento, que recomendava ao sofredor extremo a aceitação e a conformação da própria desgraça, em silêncio, sem queixumes e sem sequer gemer de dor.
E o "médium" foi uma das personalidades que mais defenderam a ditadura militar, chegando a apoiar o AI-5 sob a desculpa de "combater o caos" (mesmo argumento dos bolsonaristas quando pedem "intervenção militar" temendo "a volta do PT").
A defesa lhe rendeu uma condecoração da Escola Superior de Guerra, e o "médium", tido como "símbolo da paz", aceitou o convite. Isso contraria qualquer tese (por sinal, sem pé nem cabeça) de que o "médium" defendeu a ditadura militar "só para salvar sua pele". Ele colaborou com o regime.
Vale a pena manter o nome dele na que foi a Avenida da Ciclovia?
Essa avenida nem tem cara de avenida. Parece uma rua abandonada, sem asfalto, com feições rurais. Mais parece a Rua da Carroça.
Essa acomodação deve ser devido às obsessões espirituais que o nome da avenida dá ao local, que carece de urbanização, sofre descaso do poder público e vive de pobreza e insegurança.
É a mesma obsessão que paralisa Várzea das Moças, com um terrenão ocioso para uma nova avenida para aliviar o tráfego da RJ-106 - humilhantemente sobrecarregada como "avenida de bairro" - , por causa de um "centro espírita" no local.
Vão esperar que o terrenão ocioso, que deveria ser para nova avenida ligando RJ-100 a RJ-108 evitando a RJ-106, seja ocupado pela especulação imobiliária ou pelas milícias, condenando a RJ-106 à sina eterna e incômoda (e contrária à mobilidade urbana) da "avenida de bairro"?
Naquela área não há como resolver o problema da falta de acesso direto entre Várzea das Moças e Rio do Ouro, que só se comunicam de alguma maneira efetiva pela rodovia estadual, atrapalhando o vai e vem dos veículos que se deslocam de muito longe, na Região dos Lagos.
E isso com tantos exemplos de rodovias cheias de mergulhões, viadutos e vias alternativas para evitar congestionamentos, em todo o Brasil. Só na Via Dutra, se vê vários exemplos assim. Nada de usar rodovia como "avenida de bairro" para satisfazer vaidades de não se sabe quem.
Voltando à avenida em Piratininga, a mudança de nome para Avenida Fernanda Young deve ser tão urgente como a Avenida Rio do Ouro-Várzea das Moças (que é a Cafubá-Charitas da vez).
E quando se fala urgente é para ser rápido.
No caso da Avenida Fernanda Young, a mudança da outrora Avenida da Ciclovia para o nome da saudosa dramaturga, nascida em Niterói, melhoraria as energias, expulsando as nuvens trevosas que o nome do "bondoso médium", acusado de fraudes "psicográficas", impôs ao local.
Nuvens que trazem tudo que é mau agouro. Atraiu até traficante de armas para morar em Piratininga.
Teve deslizamento de barracos de uma favela, acidente de carro matando jovens etc. Nos anos 1990, teve homem suspeito de estuprar e matar mulheres atuando no local.
A região também é uma das primeiras a virar reduto de milicianos em Niterói.
Mudar o nome, em princípio, não alterará a insegurança em Piratininga, mas trará ares bem melhores. Haverá uma disposição astral para modernizar a via, dar a ela realmente um aspecto de avenida.
O fanatismo religioso em torno do "médium", que exerce a perigosíssima fascinação obsessiva - condenada severamente pela obra original de Allan Kardec - nos seus seguidores, impede o progresso da área, sobretudo nessas vias próximas ao bairro de Imbuí, em acesso difícil a Jurujuba.
Em todo caso, mudar o nome para Av. Fernanda Young, homenageando uma das dramaturgas mais criativas do Brasil, que nos deixou cedo há cerca de dois anos, será símbolo de novas perspectivas para Piratininga, um dos bairros da Região Oceânica, que, bem ou mal, está crescendo.
Lembremos que Fernanda Young foi uma personalidade bastante expressiva nascida em Niterói. Em contrapartida, o "bom médium" nada fez pela cidade e só tem expressão para seu círculo restrito de fanáticos.
E, pelas ideias do "médium de peruca", ele estava mais para perdoar as atrocidades de Antônio Moreira César do que prestar alguma ajuda a Paulo Gustavo, que por azar foi impedido de continuar sua missão de ajudar muita gente com sua alegria e seu altruísmo.
A propósito. Paulo Gustavo deve ter ido ao céu e em nenhum momento viu sinal do "médium" citado na esquete. Mas pessoas parecidas com Ronnie James Dio e Bon Scott teriam sido vistas andando por lá.
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