SURGIRAM RUMORES, DEPOIS DESMENTIDOS, DE QUE GERALDO ALCKMIN SERIA VICE DE LULA. MAS APARENTEMENTE A DIREITA MODERADA PASSOU A APOIAR O PETISTA.
De repente, aquele golpe político ocorrido há cinco anos acabou. Lula inocentado, a Operação Lava Jato praticamente dissolvida, e o petista aparentemente considerado favorito para a corrida presidencial do próximo ano.
É bom demais para ser verdade.
É como na Bolívia. Evo Morales foi reeleito mais uma vez, um golpe o tirou do poder e a direitista Jeanine Añez assumiu o poder.
Mas depois houve eleições presidenciais, e o discípulo de Evo, Luís Arce, foi eleito.
Muito fácil desfazer o golpe assim. Creio que alguma negociação foi feita para entregar uma pequena parte do patrimônio nacional para os estrangeiros. E Luís Arce sinaliza que quer se distanciar de Evo, apesar de aparentemente representar um projeto político progressista.
Até que ponto políticas progressistas serão preservadas?
Os retrocessos trazidos pelo golpe de 2016 perigam não serem revertidos, e tudo o que Lula promete de "mais progressista" incluem coisas necessárias, porém paliativas, como o auxílio emergencial no valor de R$ 600.
Este auxílio virou o "Bolsa Família" da vez. Ou as "cotas raciais" nas universidades. Medidas válidas, mas em contextos emergenciais, não podendo ser consideradas medidas de caráter definitivo acima de qualquer contexto.
E aí nem se fala mais de Bolsa Família e o auxílio emergencial corre o risco de virar "auxílio permanente".
Há rumores de que a gradual extinção da Petrobras, na qual a estatal já pensa em se livrar da minguada participação nas ações da BR Distribuidora, que na prática é uma empresa estrangeira, será mantida e fala-se em fazer "concessão" para a Eletrobras.
"Concessão" é um eufemismo dado a privatização, aparentemente monitorada pelo Estado.
A direita moderada, que até pouco tempo atrás sentia raiva profunda por Lula, subitamente aderiu a ele.
Alguma coisa deve ter sido acertada, e Lula é que deve ter cedido.
E aí vemos o quanto a chamada Terceira Via, da qual Luciano Huck era o favorito, se dissolveu, aparentemente.
É melhor que haja um Lula castrado do que Bolsonaro se reeleger, mas temos que admitir que o petista não fará um governo progressista como sonhamos.
Se ele quiser avançar, terá que ser aos poucos, pois ele terá o apoio da direita moderada, que castrará sua agenda. Vai ser mais ou menos como João Goulart na fase parlamentarista de 1961-1962.
E Lula só terá um mandato de mais quatro anos. E nem sei se o PT vencerá na sucessão do terceiro mandato de Lula.
O que se sabe é que Jair Bolsonaro ainda não caiu e é necessário que as instituições realmente funcionem, para que possam evitar reações dele diante de episódios como a CPI da Covid.
Já existem provas de crimes cometidos pelo presidente, no seu descaso desumano com a pandemia.
Tudo ainda pode acontecer. Não podemos dar o grito de "já ganhou" em relação a Lula. Há um antipetismo ferrenho em curso.
Na minha casa, por exemplo, dois funcionários de uma rede de eletrodomésticos foram montar a mesa de refeições e o home theater, há poucos dias, e eles vieram com piadinhas depreciativas sobre Lula e Dilma Rousseff.
Não podemos subestimar esse antipetismo. Tem muita gente com raiva de Lula. Ainda não sabemos como irão se comportar os reacionários.
O momento não é, ainda, de esperança. É de cautela.
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