Pular para o conteúdo principal

A "GENTE BACANA" E A ILUSÃO DO QUE ENTENDEM COMO "LIBERDADE"

LETÍCIA SABATELLA DEFENDE O "LIVRE DIREITO" DE "ENCHER A CARA.

As elites consideradas "bacanas" decepcionam, na medida em que mostram suas neuroses de classe, diante da má repercussão que suas visões sobre "liberdade" que, sob diversos aspectos, foi expresso por intelectuais e famosos em geral, além de blogueiros que não queriam qualidade de vida para o povo brasileiro, mas tão somente um Brasil libertino e festivo.

Já se conheceu, por exemplo, a intelectualidade "bacana", "sem preconceitos" mas muito preconceituosa, que só queria a bregalização cultural e, a reboque disso, defendia tão somente uma "revolução" festiva de promiscuidade sexual e liberação das drogas.

Alegando pretextos de ativismo social, essa intelligentzia bronzeada, que jurava tivesse uma visão mais transparente de cultura popular e sociedade progressista, só queria que o país continuasse emporcalhado, desde que todos tivessem liberdade de instintos e o Brasil se transformasse num misto de Woodstock com Feira de Acari.

Falaram até bobagens como "occupy qualquer coisa", que diz muito sobre esse "ativismo de resultados". Veio o Coletivo Fora do Eixo que poucos perceberam lembrar, mesmo com as devidas diferenças de contexto, o fenômeno Cabo Anselmo nas crises político-institucionais de 1963-1964.

Tudo virou uma gororoba discursiva que deturpava conceitos do Modernismo e derivados - de repente Oswald de Andrade e Vinícius de Moraes eram empurrados para "justificar" até mesmo as baixarias do "funk" - e pregavam um Brasil ainda miserável e ignorante, mas libertino e grotesco, em que o "mau gosto" era visto como uma "causa libertária".

Me deu a maior trabalheira desconstruir o discurso desse pessoal todo. Intelectuais como Paulo César Araújo e Pedro Alexandre Sanches eram uns "santos" na busca do Google, assim como astros como DJ Marlboro e Waldick Soriano.

Eles tinham o privilégio da visibilidade, do prestígio e da formação acadêmica, eles mesmos eram totens inabaláveis, só a intelectualidade de extrema-direita conseguia repercutir alguma coisa quando criticava os pontos de vista "sem preconceitos" mas preconceituosos da intelectualidade "bacana".

E esta intelectualidade tentava se infiltrar nos cenários progressistas para dizer que o Brasil não deveria pensar em qualidade de vida, melhorias culturais etc. Pregavam que o povo pobre não deveria ser ajudado pela Educação, se limitando apenas melhorias básicas, como água e esgoto, proteções legais e institucionais e, principalmente, pelas mesadas do Bolsa Família.

PATRÍCIA MARX - A ANTIGA ESTRELA MIRIM QUE AGORA SENTE A "LIBERDADE" DE USAR DROGAS.

De resto, o povo que permanecesse burro - era a sua "inteligência" - , enquanto a intelectualidade pregava o fim da cultura brasileira e a implantação da "cultura transbrasileira" (o engodo que seria o brega, em todas as linhagens, dos cafonas do passado aos funqueiros, passando pelos "sofisticados" sambregas e breganejos, transformados em projeto cultural totalitário).

Para a intelectualidade "bacana", legal era ver homens idosos se destruindo na embriaguez do bar, mulheres se prostituindo a vida inteira, jovens se limitando a viver no subemprego vendendo produtos contrabandeados ou obsoletos, todos vivendo em subúrbios fedorentos, com ruas sem asfalto e tomadas pelo lixo, a "paradisíaca" periferia "feliz" sonhada pelos "bacanas".

Mas como a intelligentzia era muito, muito legal - daí um intelectual desses fazer falsos ataques à Veja, ao Ali Kamel e outros reaças da moda só para agradar o pessoal do Centro Barão de Itararé - , ela mesma queria, para sua classe, um Brasil não necessariamente mais próspero, porém mais sexualmente "livre", drogado e festivo.

Até mesmo a visão que essa intelectualidade tem do feminismo e do movimento LGBT se limita a apreciar homossexuais estereotipados, presos nas drag queens da era clubber dos anos 90 e distante do atual contexto em que Matt Bomer não deixa de ser homem e Portia de Rossi não deixa de ser mulher só porque desejam parceiros amorosos do mesmo sexo.

Aqui o feminismo, distante do contexto em que até Emma Watson - que aqui ainda tem o estigma de ídolo adolescente - está consciente das novas posições das mulheres, se expressa muito mais na compactuação de valores machistas - como o sensualismo grosseiro das "mulheres-objetos" - aliado a um celibato forçado do que à luta pela autêntica emancipação feminina.

Temos uma intelectualidade e um rol de celebridades muito atrasada, até na hora de tentar ser moderna, que pensam ainda numa liberdade de sexo, drogas e bebedeira que, no Primeiro Mundo, só fazia sentido há cerca de 40 anos atrás.

A "CELEBRIDADE DA INTERNET" INÊS BRASIL, AO LADO DE MULHERES SEMI-NUAS - PRETENSO FEMINISMO FUNDAMENTADO EM VALORES MACHISTAS. 

Só para se ter uma ideia, só o elenco de celebridades nos EUA e Europa, cantores e músicos que estavam em evidência entre 1974 e 1979 - época tanto da era disco quanto dos seriados elegantes de TV - mostra um obituário surpreendentemente grande, de Barry White a Farrah Fawcett, de John Denver a Donna Summer, de dois terços dos Bee Gees a Sylvia Kristel.

Aqui, porém, o pessoal mantém o mesmo apetite por drogas, nicotina e álcool que dizimou muitos estadunidenses e europeus. O Brasil tem o cacoete de muitos acreditarem ser um paraíso da inocência, da liberdade sem limites, o que é uma grande ilusão, porque é uma ideia equivocada do que é "ser livre".

Que liberdade é essa que deseja ao povo pobre que permaneça preso a seus valores e simbologias de pobreza, miséria e ignorância, apenas amenizada por alguma proteção das leis e o atendimento de necessidades básicas, como água, saneamento, energia elétrica e Bolsa Família?

Que liberdade é essa que prega valores retrógrados, sobretudo ligados a machismo e racismo, essa "provocatividade" do "mau gosto" popularesco, são tidos como "modernos", quando lá fora eles são vistos como claramente decadentes, coisa só vista em larga escala nos piores rincões do banditismo de luxo das organizações mafiosas?

GRUPO BAIANO PAGODART É UM DOS QUE EXPLORAM UMA IMAGEM CARICATA DO POVO NEGRO.

Que liberdade é essa, um tanto masoquista, outro tanto autodestrutiva, uma liberdade de instintos, sem autocrítica, sem razão, em que o raciocínio argumentativo e questionativo se torna escravo desses valores ao mesmo tempo libertinos e retrógrados, capazes de fazer os "progressistas de ocasião" na véspera virarem "coxinhas neuróticos" amanhã.

Já se fazem as apostas de quantos dos intelectuais e famosos "bacanas", que pregam a bregalização da cultura popular, a autoesculhambação das periferias, a embriaguez e o consumo de drogas, e embarcam na causa LGBT só para garantir a promiscuidade sexual, vão engrossar os exércitos dos "coxinhas" dentro de algum tempo.

Contam-se os dias para ver quando e quem desses "bacanas", que até pouco tempo atrás manifestavam seu "ativismo de resultados", seu "modernismo de conveniências", na Caros Amigos, Fórum, Brasil de Fato e Carta Capital e estavam a um passo do Centro Barão de Itararé, vão virar a casaca e passarem a fazer passeatas reaças ao lado do roqueiro Lobão.

Isso porque eles vão sofrer das mesmas neuroses que os "coxinhas" que se expressam na mídia reacionária. Enquanto o povo pobre se limita a resignar-se com sua pobreza e ignorância e prefere dançar feito um pateta rebolativo, as elites "mais bacanas" ficam felizes.

Da mesma forma, enquanto os pobres se conformam em ficar na prostituição, no alcoolismo, no subemprego e na mais completa ignorância - só amenizada pelo paternalismo dos intelectuais simpáticos - , os intelectuais e famosos "bacaninhas" ficam "solidários" a ponto de posarem de "progressistas" e "esquerdistas" julgando o que pensam ser a "felicidade do povo pobre".

Todavia, se o circo da bregalização e da autoesculhambação passa a ser contestado até dentro das próprias periferias, a intelectualidade "bacana" e seus famosos solidários retoma seus preconceitos sem classe, irritados com a recusa do povo pobre em ficar preso a seus estereótipos caricatos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

ESQUERDAS CORTEJANDO UMA CANTORA IDENTITARISTA... MAS CAPITALISTA

CARTAZ DA BOITEMPO JUNTANDO KARL MARX E MADONNA NO MESMO BALAIO. O Brasil está tendo uma aula gratuita do que é peleguismo, com Lula fazendo duplo jogo político enganando o povo pobre e se aliando com os ricos, e do que é pequena burguesia, com uma elite de classe média abastada que aoosta num esquerdismo infantilizado, identitarista e indiferente aos verdadeiros problemas das classes trabalhadoras. As esquerdas mainstream do Brasil, as esquerdas médias, são a tradução local da pequena burguesia falada pela teoria marxista. Uma esquerda que quer soar pop e que, através dos “brinquedos culturais” que fazem do Brasil a versão vida real da novela das 21 horas da Rede Globo, quer o mundo da direita moderada convertido num pretenso patrimônio esquerdista. Isso faz as esquerdas soarem patéticas em muitos momentos. Como se observa tanto na complacência do jornalista Julinho Bittencourt, da Revista Fórum, com o fato da apresentação de Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, não ter músicos e

A “BOA” SOCIEDADE CANTANDO UMA CANÇÃO DE UM BOLSONARISTA!!!!

Bizarra a elite do bom atraso, nesse Brasil louco dos anos loucos à brasileira (ou Roaring Twenties pós-tropicalistas). Gente com orgulho de jogar comida fora, que acha futebol sinônimo de civismo, que adora filmes sobre pretensos fenômenos “espíritas” a ponto de botar frases de “médium” picareta defensor da ditadura militar para “alegrar o dia”, que não tem dinheiro para ajudar o próximo mas tem grana de sobra para comprar cervejas (consumidas em dimensões diluvianas) e até cigarros.  Essa gente egoísta metida a generosa ainda será assunto em outra postagem, pois aqui vamos mostrar apenas um aspecto desta burguesia ilustrada que se acha dona de tudo e ainda não se curou da obsessão de dominar o mundo, agora esperançosa de, quem sabe, contar com o apoio da senhorita Ciccone para tamanha ambição planetária. Pois a patota do viralatismo cultural enrustido, que acha que “música vintage” é Odair José, Michael Sullivan e É O Tchan e que acha que a perda do cantor do medíocre grupo Molejo, A

O PESADELO GAÚCHO QUE DESAFIA O "SONHO BRASILEIRO"

O CENTRO DE PORTO ALEGRE COM ÁGUA QUE ATINGIU CINCO METROS DE ALAGAMENTO. Não há como sonhar grande. O risco de cair da cama é total. A terrível tragédia do temporal no Rio Grande do Sul é algo que nos faz parar para pensar. Isso é normal para um país próspero? Falta alguma consciência ambiental no nosso país? Até o fechamento deste texto, 56 pessoas morreram e vários estão entre feridos, desabrigados e desaparecidos. Porto Alegre, Caxias do Sul e Gramado estão entre as inúmeras cidades atingidas por chuvas intensas, vendavais, trovoadas e transborda de rios, entre eles o Guaíba. E nós manifestamos pesar sobre essa traumatizante ocorrência e solidariedade às vítimas. A situação é muito triste, mas não deixa de ser lamentável o oportunismo das subcelebridades, aspirantes a super-ricos, de oferecer doações milionárias para as vítimas das enchentes. Uma sociedade que, em condições naturais, quer demais para si e, egoísta, não quer abrir mão do supérfluo para ajudar o próximo a ter o neces

FLUMINENSE FM E O RADIALISMO ROCK QUE QUASE NÃO EXISTE MAIS

É vergonhoso ver como a cultura rock e seu mercado radiofônico se reduziram hoje em dia, num verdadeiro lixo que só serve para alimentar fortunas do empresariado do entretenimento, de promotoras de eventos, de anunciantes, da mídia associada, às custas de produtos caros que vendem para jovens desavisados em eventos musicais.  São os novos super-ricos a arrancar cada vez mais o dinheiro, o couro e até os rins de quem consome música em geral, e o rock, hoje reduzido a um teatro de marionetes e um picadeiro da Faria Lima, se tornou uma grande piada, mergulhada na mesmice do hit-parade . Ninguém mais garimpa grandes canções, conformada com os mesmos sucessos de sempre, esperando que Stranger Things e Velozes e Furiosos façam alguma canção obscura se popularizar. Nos anos 1980, houve uma rádio muito brilhante, que até hoje não deixou sucessora à altura, seja pelos critérios de programação, pelo leque amplo de músicas tocadas e pela linguagem própria de seus locutores, seja pelo alcance do s

BRASIL NO APOGEU DO EGOÍSMO HUMANO

A "SOCIEDADE DO AMOR" E SEU APETITE VORAZ DE CONSUMIR O DINHEIRO EM EXCESSO QUE TEM. Nunca o egoísmo esteve tão em moda no Brasil. Pessoas com mão-de-vaca consumindo que nem loucos mas se recusando a ajudar o próximo. Poucos ajudam os miseráveis, poucos dão dinheiro para quem precisa. Muitos, porém, dizem não ter dinheiro para ajudar o próximo, e declaram isso com falsa gentileza, mal escondendo sua irritação. Mas são essas mesmas pessoas que têm muito dinheiro para comprar cigarros e cervejas, esses dois venenos cancerígenos que a "boa" sociedade consome em dimensões bíblicas, achando que vão viver até os 100 anos com essa verdadeira dieta do mal à base de muita nicotina e muito álcool. A dita "sociedade do amor", sem medo e sem amor, que é a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, está consumindo feito animais vorazes o que seus instintos veem como algo prazeroso. Pessoas transformadas em bichos, dominadas apenas por seus instin