Depois do caso da palavra-chave "imperador", outra aberração é notada através da busca do Google, quando se procura as palavras-chave "furacão" e "praia", demonstrando que a indústria das metáforas fáceis chega ao ponto do ridículo
Quem entende das coisas sabe que furacão é um tipo de tempestade que consiste numa aceleração extrema do vento cujas correntes de ar formam uma roda e que, uma vez no solo, carrega ou derruba tudo que estiver á sua frente. E praia é uma porção de areia, com algumas plantas e pedras, junto às águas do mar, da baía ou de um rio.
Com este raciocínio, quando alguém procura a expressão "furacão" e "praia", escrevendo as palavras no espaço de preenchimento da busca do Google, tendo as expressões acompanhadas ou não de aspas, imagina-se que os resultados trariam em sua maioria imagens relacionadas à tempestade atingindo costas marítimas.
Mas não é isso que acontece. O que se vê é uma galeria de "boazudas" de biquíni, mostrando seus corpos siliconados na maioria das imagens apresentadas já na primeira página da busca. Somente na quinta linha da lista de imagens é que aparece, e mesmo assim com pouquíssimas fotos, aquelas relacionadas realmente aos furacões que atingiram praias mundo afora.
Evidentemente, o Google não tem culpa na apresentação destas buscas, da mesma forma com a palavra-chave "imperador", em que um jogador de futebol praticamente destronou um monte de monarcas na lista de imagens apresentada na busca.
A culpa está na mídia e no mercado de entretenimento, que, promovendo a "saudável" imbecilização cultural, aquela que delirantes intelectuais tentam "etnicizar" sob a desculpa de ser "expressão das periferias" ou "triunfo da rebelião do mau gosto", vira de cabeça para baixo todos os processos de coerência de fatos ou de ideias.
Temos que compreender isso. Vivemos num país atrasado. A intelectualidade "bacana", de farofafeiros,fora-do-eixo e outros bregalistas, ainda pensa no cruzamento do "milagre brasileiro" da Era Médici (de preferência lapidado pela "distensão" da Era Geisel, que para muitos deixou a ditadura em "bons termos"), por mais que bata os pés e diga que é "progressista da gema".
Com isso, entende-se a liberdade dos instintos - aquela que fez a lindinha Letícia Sabatella ficar imune às críticas contra sua bebedeira - diante de valores pré-AIDS e pré-overdose de 1969, quando "encher a cara" era apenas o lado menor de uma série de hábitos hedonistas autodestrutivos e ingenuamente praticados, embora longe da "bandeira de luta" dos "quenuncas" de hoje.
Daí as libertinagens e futilidades que se vê hoje em dia. E que parecem "provocativas" e aparentemente "modernosas", mas exalam um cheiro de mofo e um bafo de arrogância de seus defensores, que preferem que o Brasil fique mesmo imbecilizado, preso nessa visão "sem preconceitos", mas muitíssimo preconceituosa, sobre o que é a "felicidade popular".
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