DEFENSORES DE LETÍCIA SABATELLA OFENDERAM AS PESSOAS COMUNS.
Com o episódio de embriaguez, a atriz Letícia Sabatella acabou cometendo uma atitude cruelmente elitista, já que ela e seus defensores acabaram ofendendo as pessoas comuns, um detalhe que poucos perceberam diante de um contexto em que a atriz saiu aparentemente incólume na situação.
Isso porque boa parte do comentário dos "quenuncas" - pessoas que fazem apologia do erro e ficam dizendo o bordão "Quem nunca?", que mais parece criado nos piores momentos do Zorra Total - foram que a embriaguez de Letícia a fez ser "gente como a gente", um comentário que as elites "bacaninhas" achou maravilhoso e positivo, mas na verdade soa ofensivo.
Sim, ofensivo mesmo. Isso porque o comentário deu uma ideia bastante negativa das pessoas comuns, como se gente simples fosse sinônimo de pessoas embriagadas, gente que bebe até cair no chão. Uma grande ofensa para quem não está no bacanal das elites.
É evidente que Letícia saiu impune ou, quando muito, como "vítima injustiçada" do "linchamento" que se voltou contra a atriz. Bonita, famosa, prestigiada e popular, ela faz parte da ala mais nobre das celebridades, dessas que ninguém tem coragem de tirar de seu pedestal.
Mesmo a mídia de celebridades é bastante seletiva e determina quem pode ou não pode errar. O episódio da embriaguez foi poupado porque a ébria em questão foi a carismática Letícia Sabatella. Se fosse a polêmica Luana Piovani, não haveria toda essa patrulha de "quenuncas" em torno dela.
Quanto às pessoas simples, a ofensa se deu pela imagem que os "bacanas" têm da gente comum. A visão de que "ser gente como a gente" é se embriagar até cair é depreciativa, porque chama as pessoas simples de "bebuns", ser pessoa comum é apenas "encher a cara" e deitar no chão, como se a simplicidade da vida fosse tomada dos piores defeitos.
O MESMO ELITISMO - Adeptos de Letícia Sabatella acham que gente simples é "pinguça", a mesma discriminação social que fez Diogo Mainardi chamar os nordestinos de "bovinos".
Letícia integra uma linhagem de intelectuais, artistas, ativistas e acadêmicos que apostavam na bregalização do país porque acreditavam que a emancipação das classes populares se deria na aceitação de seus piores defeitos, como se o maior barato das pessoas simples é viver com lixo na porta de casa, com subemprego, prostituição, bebedeira e esgoto a céu aberto.
Durante muito tempo essa versão foi difundida como se fosse "progressista" e "solidária às classes populares", mas depois pude pesquisar e questionar se o pretenso ativismo de pessoas como Letícia ou outros como Pedro Alexandre Sanches, Denise Garcia, Zeca Baleiro, Paulo César Araújo e tantos outros não passam de jogo de cena.
Esse pessoal "bacana" não é menos "coxinha" do que a turma do outro lado, como Rodrigo Constantino, Lobão, Miriam Leitão. Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor, só para citar alguns. Isso porque os "bacanas" são tão elitistas quanto os "coxinhas", mas apenas disfarçam suas posturas com um discurso "positivo" que eles proclamam ser "sem preconceitos".
Mas os piores preconceitos sempre aparecem, tão cruéis quanto os "coxinhas". Eles acham que o povo, que as pessoas comuns, se expressem apenas pelos seus defeitos. É o favelado que só sabe rebolar, o velho pobre que só se embriaga, a jovem pobre que se prostitui, ser simples é apenas "assumir seus defeitos sem pudor".
Quer dizer, as elites "mais legais", detentoras de um discurso que elas acham "o mais progressista", veem o povo pobre ou mesmo a classe média propriamente dita como um bando de deploráveis "simpáticos", os "bons selvagens" para os quais só lhes resta assumir abertamente seus respeitos, que é o que está oculto na frase "assumir sem pudor".
O ato de Letícia Sabatella acabou se nivelando à declaração do jornalista do programa Manhattan Connection, da Globo News, Diogo Mainardi, que havia chamado o povo nordestino de "bovino". É a mesma discriminação, pouco importando se é reacionarismo aberto ou falso progressismo, já que em ambos os casos o povo sempre é visto de maneira depreciativa.
Não é diferente ver a gente simples como "pinguça" e o nordestino como "gado". É sempre a imagem depreciativa, discriminatória, que está em jogo, e a gente até imagina que a vergonha que Letícia se recusou a sentir por seu ato vai se dar quando ela tentar se explicar para os movimentos sociais sobre suas atitudes e a de seus adeptos "quenuncas" (espécie de "coxinhas" festivos).
A aparente vitória de Letícia Sabatella no mainstream da opinião pública revela, na verdade, uma derrota, pois ela expressa os preconceitos de uma classe que se diz "sem preconceitos" e que sempre viu nas classes populares uma massa desprezível e condenada a ficar associada às piores qualidades humanas.
Com o episódio de embriaguez, a atriz Letícia Sabatella acabou cometendo uma atitude cruelmente elitista, já que ela e seus defensores acabaram ofendendo as pessoas comuns, um detalhe que poucos perceberam diante de um contexto em que a atriz saiu aparentemente incólume na situação.
Isso porque boa parte do comentário dos "quenuncas" - pessoas que fazem apologia do erro e ficam dizendo o bordão "Quem nunca?", que mais parece criado nos piores momentos do Zorra Total - foram que a embriaguez de Letícia a fez ser "gente como a gente", um comentário que as elites "bacaninhas" achou maravilhoso e positivo, mas na verdade soa ofensivo.
Sim, ofensivo mesmo. Isso porque o comentário deu uma ideia bastante negativa das pessoas comuns, como se gente simples fosse sinônimo de pessoas embriagadas, gente que bebe até cair no chão. Uma grande ofensa para quem não está no bacanal das elites.
É evidente que Letícia saiu impune ou, quando muito, como "vítima injustiçada" do "linchamento" que se voltou contra a atriz. Bonita, famosa, prestigiada e popular, ela faz parte da ala mais nobre das celebridades, dessas que ninguém tem coragem de tirar de seu pedestal.
Mesmo a mídia de celebridades é bastante seletiva e determina quem pode ou não pode errar. O episódio da embriaguez foi poupado porque a ébria em questão foi a carismática Letícia Sabatella. Se fosse a polêmica Luana Piovani, não haveria toda essa patrulha de "quenuncas" em torno dela.
Quanto às pessoas simples, a ofensa se deu pela imagem que os "bacanas" têm da gente comum. A visão de que "ser gente como a gente" é se embriagar até cair é depreciativa, porque chama as pessoas simples de "bebuns", ser pessoa comum é apenas "encher a cara" e deitar no chão, como se a simplicidade da vida fosse tomada dos piores defeitos.
O MESMO ELITISMO - Adeptos de Letícia Sabatella acham que gente simples é "pinguça", a mesma discriminação social que fez Diogo Mainardi chamar os nordestinos de "bovinos".
Letícia integra uma linhagem de intelectuais, artistas, ativistas e acadêmicos que apostavam na bregalização do país porque acreditavam que a emancipação das classes populares se deria na aceitação de seus piores defeitos, como se o maior barato das pessoas simples é viver com lixo na porta de casa, com subemprego, prostituição, bebedeira e esgoto a céu aberto.
Durante muito tempo essa versão foi difundida como se fosse "progressista" e "solidária às classes populares", mas depois pude pesquisar e questionar se o pretenso ativismo de pessoas como Letícia ou outros como Pedro Alexandre Sanches, Denise Garcia, Zeca Baleiro, Paulo César Araújo e tantos outros não passam de jogo de cena.
Esse pessoal "bacana" não é menos "coxinha" do que a turma do outro lado, como Rodrigo Constantino, Lobão, Miriam Leitão. Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor, só para citar alguns. Isso porque os "bacanas" são tão elitistas quanto os "coxinhas", mas apenas disfarçam suas posturas com um discurso "positivo" que eles proclamam ser "sem preconceitos".
Mas os piores preconceitos sempre aparecem, tão cruéis quanto os "coxinhas". Eles acham que o povo, que as pessoas comuns, se expressem apenas pelos seus defeitos. É o favelado que só sabe rebolar, o velho pobre que só se embriaga, a jovem pobre que se prostitui, ser simples é apenas "assumir seus defeitos sem pudor".
Quer dizer, as elites "mais legais", detentoras de um discurso que elas acham "o mais progressista", veem o povo pobre ou mesmo a classe média propriamente dita como um bando de deploráveis "simpáticos", os "bons selvagens" para os quais só lhes resta assumir abertamente seus respeitos, que é o que está oculto na frase "assumir sem pudor".
O ato de Letícia Sabatella acabou se nivelando à declaração do jornalista do programa Manhattan Connection, da Globo News, Diogo Mainardi, que havia chamado o povo nordestino de "bovino". É a mesma discriminação, pouco importando se é reacionarismo aberto ou falso progressismo, já que em ambos os casos o povo sempre é visto de maneira depreciativa.
Não é diferente ver a gente simples como "pinguça" e o nordestino como "gado". É sempre a imagem depreciativa, discriminatória, que está em jogo, e a gente até imagina que a vergonha que Letícia se recusou a sentir por seu ato vai se dar quando ela tentar se explicar para os movimentos sociais sobre suas atitudes e a de seus adeptos "quenuncas" (espécie de "coxinhas" festivos).
A aparente vitória de Letícia Sabatella no mainstream da opinião pública revela, na verdade, uma derrota, pois ela expressa os preconceitos de uma classe que se diz "sem preconceitos" e que sempre viu nas classes populares uma massa desprezível e condenada a ficar associada às piores qualidades humanas.
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