Em reportagem sobre uma entrevista que o ator Liam Hemsworth, ex-noivo de Miley Cyrus, fez, declarando que sentia nojo de beijar a atriz Jennifer Lawrence ao sentir cheiro de alho ou de atum que ela havia comido antes, a revista Caras cometeu um erro ainda mais nojento, o erro gramatical de concordância.
Fazendo uma tradução provavelmente apressada, embora a produção do texto tenha sido tardia porque essa nota já foi publicada horas antes nos portais Just Jared e Zimbio, o autor do texto veio com a seguinte gafe gramatical, ao traduzir uma frase do ator sobre a colega:
"Todas que eu tive que beijar Jennifer [Lawrence] foi bem desconfortável"
Sim, isso mesmo, todas as cenas de filmagem "foi desconfortável". Uma gafe até mais nojenta do que o nojo em que Liam Hemsworth sentiu quando Jennifer Lawrence disse que comeu alho e atum além de não ter escovado os dentes antes de ter, com o colega, cenas de beijo técnico nas filmagens.
É assim, pasmem, num portal que corresponde a uma revista lida por granfinos ou celebridades, gente que se julga mais instruída, esclarecida e bla bla blá. Com uma tradução que mais parece ter sido feita pelo Google Tradutor.
A revista Caras já publicou um texto sobre a inexplicável "solteirice" de Michelle Pfeiffer, criando uma euforia à toa em seus fãs masculinos, em que pese o fato do marido da atriz, o cineasta David Kelley, ser uma pessoa admirável e estar por trás de excelentes seriados de TV. O casamento continua firme mas o artigo ficou nisso mesmo.
É essa a imprensa cultural que vivemos no país, mão-de-obra barata, gente incompetente que precisa se informar melhor as coisas. Mas exigir que esse pessoal leia Internet Movie Data Base ou entenda melhor o português, além de não subordinar o inglês ao Google Tradutor que não é mais do que um "robô" que traduz palavra por palavra sem criar um sentido real nas traduções.
É lamentável, também, que a mídia comercial se contente em sacrificar a qualidade profissional e a coerência jornalística - e aqui não se fala em problemas ideológicos, como os que atinge a Veja, por exemplo - por causa dos interesses financeiros. Mas a estupidez vem já dos seus chefes e editores, que têm pouco caso com a qualidade do texto e da informação. A burrice já vem "de cima".
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