A ATRIZ CAROL ANN SUSI, DE THE BIG BANG THEORY, FALECIDA ANTEONTEM.
Elizabeth Norment, Jan Hooks, Elizabeth Peña, e agora Carol Ann Susi, a voz da mãe do Howard de The Big Bang Theory. De repente há uma sequência de famosas que, nos EUA, falece na casa dos 50 e 60 anos, de forma repentina, em certos casos ainda em atividade.
Compare isso com o Brasil, com a tranquilidade com que quarentonas fumam cigarro ou se embriagam, para não dizer o uso de drogas, e ainda levantando bandeiras velhas em prol disso, diante da visão atrasada do Brasil em reproduzir atitudes e procedimentos de 10, 20, 30 ou 40 anos atrás.
Dá muitos calafrios. A chamada "elite bacana", aquela que tem um certo jogo de cintura, porque tem os mesmos preconceitos sociais dos "coxinhas" mas conseguem trabalhar um discurso positivista, usando um jeito simpático para defender a idiotização do povo pobre como se fosse o caminho seguro para sua emancipação.
Dias atrás descrevi o violento ato elitista dos adeptos de Letícia Sabatella (ainda ela), no caso de sua embriaguez, que, ao dizerem que a atriz foi "gente como a gente" ao ficar embriagada - e ainda assim bebendo vodca, uma bebida de elite - , estavam na verdade xingando as pessoas comuns de "bêbadas".
É, portanto, uma discriminação tão cruel quanto Diogo Mainardi chamar os nordestinos de "bovinos", mas da forma como ela foi dita soou, para os "coxinhas do bem" que, por enquanto, não se misturam às passeatas reaças do "negativista" Lobão, essa postura elitista passou despercebida e os "bacanas" mantiveram a falsa imagem de "amigos do povo".
Lá fora, a ressaca "varreu" do mapa um cem-número de artistas, atores e intelectuais dos anos 70 e 80, e outros dos anos 60 - de 2008 para cá, se acelerou, por exemplo, o obituário do rock de garagem sessentista - , enquanto aqui o pessoal dos 40 brinca com fogo, mesmo nos outrora modernos Rio de Janeiro e São Paulo.
As pessoas querem acertar o relógio fora da hora e procuram ainda o prazer perdido de Woodstock e da cena disco dos anos 70 e, quando os jovens brasileiros acharam que, entendendo as raves, o techno e o hip hop em 2003, arrancaram na dianteira do entretenimento mundial, a mídia estrangeira analisava a crise desses cenários.
É um terrível cacoete. Afinal, nesses anos de 2003 a 2005, o techno e o hip hop que os jovens "descolados" achavam a última definição em cultura, eram na verdade traduções tardiamente brasileiras da cena rapper de 1983 e da cena rave de 1988. Um atraso médio de 15 anos, vergonhoso para quem se achava moderno há dez anos atrás.
Claro, hoje o pessoal está mais gororoba do que antes. A geração juvenil nascida entre 1978 e 1983, que puxava o "comportamento padrão" da década passada, era mais fechada no seu tempo. Seu umbigo era seu mundo, e o que não "acontecia" nos tempos de sua infância e adolescência simplesmente não tinha valor.
Hoje as pessoas nascidas entre 1988 e 1993 já assimilam melhor o que era rejeitado pelos seus "irmãos mais velhos", mas mantém destes a falta de discernimento e uma preferência ao lixo de seu tempo. Ainda se nivelam culturalmente por baixo, apesar de serem relativamente mais conscientizados e refinados.
Mesmo assim, todos continuam atrasados. E até mesmo minha geração, que se perde na bebedeira e na busca de um prazer boêmio que não existe mais. A boemia, no passado, antes de ser um simples fato de se sentar numa mesa de bar e "encher a cara", era um estilo de vida. E tinha outras coisas além de uma simples bebedeira.
As pessoas de repente viram na bebedeira um fim em si mesmo e uma "bandeira de luta" depois do caso Letícia Sabatella. E, culturalmente, com toda a apresentação de um mundo intelectualizado nas faculdades, eles preferem ler romances banais sobre diários juvenis ou fantasias de vampiros ou feiticeiros.
São jovens que, apesar da aparente modernidade, são puramente provincianos se comparado com seus similares na Europa e EUA. Aliás, como em toda geração que vive nos dias atuais, mesmo os sessentões que apenas nasceram nos anos 1950 mas pensam que vivenciaram uma ou duas décadas antes de quando nasceram.
Daí soar estranho que pretensos profetas da Economia e da Religião anunciem que o Brasil será "potência mundial" ou "coração do mundo", numa situação bastante problemática. O país ainda mal tenta se resolver, como é que irá comandar o mundo com seus atrasos?
É um grande atraso que sofre o Brasil, e que trará nos próximos anos as tragédias que, no Primeiro Mundo, começarão a ser prevenidas bem antes. E isso com o Brasil esnobando o resto do mundo, porque o que importa é seu umbigo, seu narcisismo ao mesmo tempo bairrista e prepotente, como se sua província fosse o seu mundo.
E aí quem serão as Elizabeth Peña e Carol Ann Susi que falecerão no meio do caminho, depois da "liberdade" de "encherem a cara" ou "soltarem uma fumaça"? Infelizmente, o Brasil é sempre o último a saber...
Elizabeth Norment, Jan Hooks, Elizabeth Peña, e agora Carol Ann Susi, a voz da mãe do Howard de The Big Bang Theory. De repente há uma sequência de famosas que, nos EUA, falece na casa dos 50 e 60 anos, de forma repentina, em certos casos ainda em atividade.
Compare isso com o Brasil, com a tranquilidade com que quarentonas fumam cigarro ou se embriagam, para não dizer o uso de drogas, e ainda levantando bandeiras velhas em prol disso, diante da visão atrasada do Brasil em reproduzir atitudes e procedimentos de 10, 20, 30 ou 40 anos atrás.
Dá muitos calafrios. A chamada "elite bacana", aquela que tem um certo jogo de cintura, porque tem os mesmos preconceitos sociais dos "coxinhas" mas conseguem trabalhar um discurso positivista, usando um jeito simpático para defender a idiotização do povo pobre como se fosse o caminho seguro para sua emancipação.
Dias atrás descrevi o violento ato elitista dos adeptos de Letícia Sabatella (ainda ela), no caso de sua embriaguez, que, ao dizerem que a atriz foi "gente como a gente" ao ficar embriagada - e ainda assim bebendo vodca, uma bebida de elite - , estavam na verdade xingando as pessoas comuns de "bêbadas".
É, portanto, uma discriminação tão cruel quanto Diogo Mainardi chamar os nordestinos de "bovinos", mas da forma como ela foi dita soou, para os "coxinhas do bem" que, por enquanto, não se misturam às passeatas reaças do "negativista" Lobão, essa postura elitista passou despercebida e os "bacanas" mantiveram a falsa imagem de "amigos do povo".
Lá fora, a ressaca "varreu" do mapa um cem-número de artistas, atores e intelectuais dos anos 70 e 80, e outros dos anos 60 - de 2008 para cá, se acelerou, por exemplo, o obituário do rock de garagem sessentista - , enquanto aqui o pessoal dos 40 brinca com fogo, mesmo nos outrora modernos Rio de Janeiro e São Paulo.
As pessoas querem acertar o relógio fora da hora e procuram ainda o prazer perdido de Woodstock e da cena disco dos anos 70 e, quando os jovens brasileiros acharam que, entendendo as raves, o techno e o hip hop em 2003, arrancaram na dianteira do entretenimento mundial, a mídia estrangeira analisava a crise desses cenários.
É um terrível cacoete. Afinal, nesses anos de 2003 a 2005, o techno e o hip hop que os jovens "descolados" achavam a última definição em cultura, eram na verdade traduções tardiamente brasileiras da cena rapper de 1983 e da cena rave de 1988. Um atraso médio de 15 anos, vergonhoso para quem se achava moderno há dez anos atrás.
Claro, hoje o pessoal está mais gororoba do que antes. A geração juvenil nascida entre 1978 e 1983, que puxava o "comportamento padrão" da década passada, era mais fechada no seu tempo. Seu umbigo era seu mundo, e o que não "acontecia" nos tempos de sua infância e adolescência simplesmente não tinha valor.
Hoje as pessoas nascidas entre 1988 e 1993 já assimilam melhor o que era rejeitado pelos seus "irmãos mais velhos", mas mantém destes a falta de discernimento e uma preferência ao lixo de seu tempo. Ainda se nivelam culturalmente por baixo, apesar de serem relativamente mais conscientizados e refinados.
Mesmo assim, todos continuam atrasados. E até mesmo minha geração, que se perde na bebedeira e na busca de um prazer boêmio que não existe mais. A boemia, no passado, antes de ser um simples fato de se sentar numa mesa de bar e "encher a cara", era um estilo de vida. E tinha outras coisas além de uma simples bebedeira.
As pessoas de repente viram na bebedeira um fim em si mesmo e uma "bandeira de luta" depois do caso Letícia Sabatella. E, culturalmente, com toda a apresentação de um mundo intelectualizado nas faculdades, eles preferem ler romances banais sobre diários juvenis ou fantasias de vampiros ou feiticeiros.
São jovens que, apesar da aparente modernidade, são puramente provincianos se comparado com seus similares na Europa e EUA. Aliás, como em toda geração que vive nos dias atuais, mesmo os sessentões que apenas nasceram nos anos 1950 mas pensam que vivenciaram uma ou duas décadas antes de quando nasceram.
Daí soar estranho que pretensos profetas da Economia e da Religião anunciem que o Brasil será "potência mundial" ou "coração do mundo", numa situação bastante problemática. O país ainda mal tenta se resolver, como é que irá comandar o mundo com seus atrasos?
É um grande atraso que sofre o Brasil, e que trará nos próximos anos as tragédias que, no Primeiro Mundo, começarão a ser prevenidas bem antes. E isso com o Brasil esnobando o resto do mundo, porque o que importa é seu umbigo, seu narcisismo ao mesmo tempo bairrista e prepotente, como se sua província fosse o seu mundo.
E aí quem serão as Elizabeth Peña e Carol Ann Susi que falecerão no meio do caminho, depois da "liberdade" de "encherem a cara" ou "soltarem uma fumaça"? Infelizmente, o Brasil é sempre o último a saber...
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