O COMPLEXO DO ALEMÃO, NO RIO DE JANEIRO, TEM ATÉ TELEFÉRICO, SÓ NÃO TEM SEGURANÇA NEM QUALIDADE DE VIDA.
É preocupante a ideologia atual em torno do conceito de favela. A imagem que a mídia oligárquica faz das favelas como sinônimo de "arquitetura pós-moderna" é corroborada, quase que em uníssono, por intelectuais e ativistas dotados de porralouquice sob as mesadas generosas de George Soros.
Para eles, favelas não são problema, mas "solução". Criam um ideal ufanista, do qual existem até canções aqui e ali, feitas, é claro, pela "galera" brega-popularesca - de MC Cidinho & MC Doca até Psirico e Parangolé, também respectivamente conhecidos pelo "Lepo-Lepo" e "Rebolation" - , e não foi diferente no TED Global ao mostrar a tal "dança do passinho".
Cria-se um estereótipo do povo pobre que mais parece a do "selvagem dócil", uma imagem adocicada do inocente feliz com sua pobreza, quase infantilizado e um tanto pueril. Cria-se, nas favelas, uma imagem mitológica de "paraísos" dotados de construções mal-feitas, esgoto a céu aberto, lixo e ações violentas.
Se levarmos em conta as denúncias divulgadas por Noam Chomsky, reafirmadas por pessoas como o historiador Sérgio Cabral (nada a ver com as traquinagens do filho homônimo) e a sambista Beth Carvalho, de que a CIA investia no mercado clandestino de armamentos, dá para inferir que as favelas, que me desculpem os clichês esquerdistas, são um subproduto do imperialismo dos EUA.
E são mesmo, repetindo a lógica do Oriente Médio na comercialização clandestina das armas que haviam sido utilizadas pelas Forças Armadas dos EUA, seus parceiros (como Reino Unido, França e outros que integram entidades poderosas da geopolítica internacional, como o G-8 e a OTAN) e países-clientes (como Israel), as favelas brasileiras integram esse mercado obscuro.
A leitura do longo mas esclarecedor livro Contendo a Democracia, de Noam Chomsky, oferece subsídios para compreensão deste assunto, citando o caso dos investimentos da CIA para fortalecer o crime organizado em alguns países da América Central, como forma de dizimar movimentos sindicais e ativistas.
E, para quem acha que isso é frescura comunista, é bom saber que Chomsky se baseia em reportagens feitas por jornalistas NADA ESQUERDISTAS, que por sua vez tomaram como base dessas denúncias documentos confidenciais guardados por autoridades estadunidenses.
Daí a violência que não consegue ser extinta nas comunidades populares do país. E que contradiz o mito de "humildes paraísos" que representam as favelas nesse discurso que deslumbra a opinião pública e que simboliza uma "etnografia de resultados" que nada contribui para resolver as desigualdades sociais.
COMPLEXOS DO ALEMÃO E DA MARÉ EXPLICAM PROBLEMA
Enquanto antropólogos, documentaristas, jornalistas culturais, historiadores, ativistas e até artistas dotados de uma visão "bem bacaninha" sobre cultura popular, dessas que anunciam que os cardápios de música brasileira lançados por rádios popularescas (tipo Nativa FM, Band FM, Beat 98, FM O Dia etc) são o folclore musical de amanhã, falam mil maravilhas das favelas, a realidade é outra.
É uma realidade que páginas e páginas de monografias, reportagens de discurso "intelectualmente correto" e horas e horas de filmagens de documentários não conseguem desmentir nem relativizar. As favelas são um problema, porque surgiram em função da miséria e da exclusão social. Daí não poderem ser consideradas uma solução, se, obviamente, são o próprio problema.
Construções "bagunçadas", ocupações desordenadas de espaços, não por culpa de quem construiu essas casas. Afinal, as casas foram instaladas a partir de um amontoado de madeiras e restos de material de construção deixados aqui e ali. Fato que é relatado até no romance O Cortiço, que Aluísio Azevedo lançou em 1890, nos primórdios da República brasileira.
As favelas só seriam mencionadas em larga escala como fenômeno social a partir da década de 1950, e teriam sido consequência de projetos excludentes de urbanização, como ocorreu no Rio de Janeiro, entre 1905 e 1944.
Nesses tempos, em diversos governos, grandes áreas de comércio e residência populares do Centro carioca, entre o entorno das Barcas e da Zona Portuária até o Rio Comprido, foram demolidas para darem lugares às conhecidas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas. Aos desalojados, se ofereceu precária indenização, que só os permitiu montar casas improvisadas nos morros.
A "bola de neve" cresceu nos morros antes desabitados e compostos de mato e grama, isso quando havia vegetais cobrindo seus solos. E muitos analistas sérios, pelo menos entre 1950 e 1964, sempre viram nas favelas um problema que deveria ser resolvido por políticas de moradias, e não aceito a título de uma pretensa defesa da inclusão social, que nada tem de inclusiva.
Afinal, ocorre uma tendência, simbolizada por essa intelectualidade cultural dotada de muita visibilidade, mas que só quer bregalizar o país, pouco importando com nosso rico patrimônio cultural, que é de promover, a pretexto da "inclusão social", a manutenção das condições culturais inferiorizadas das classes populares como se isso fosse "algo positivo".
Aceitar por aceitar não significa, necessariamente, perder o preconceito. Aceita-se tudo como está e o problema é mantido. Daí que posturas como a da intelectualidade "bacana", tida como "desprovida de qualquer preconceito", expressa um preconceito bastante cruel e injusto: "o povo pobre é admirável, desde que permaneça nas suas condições simbólicas de gente inculta, miserável e idiotizada".
É algo que, de maneira estarrecedora, era vendido nas mídias esquerdistas como "visão progressista", como se apenas a Lei Rouanet e a Bolsa Família pudessem resolver algum problema existente. Mas nunca de forma a tirar o povo pobre de seus aspectos simbólicos de ignorância, mediocridade, miséria e outros aspectos retrógrados causados pela exclusão social do poder político e econômico.
Tudo fica naquela visão demagógica de que "a pobreza é linda". Mas essa visão da intelectualidade "bacana", que preenchia até as páginas de Carta Capital, Caros Amigos, Fórum e Brasil de Fato sob o rótulo de "defesa das periferias", era de uma visão não menos urubológica (antipopular) do que se lia nos espaços mais reacionários de Veja, Rede Globo, Folha de São Paulo e Estadão.
Gente que não estava aí para a reforma midiática - defendida apenas nos limites do elogio petista - , nem para a superação das caraterísticas de pobreza e ignorância, e nem para o resgate do nosso patrimônio cultural, da recuperação do sistema educacional ou da efetivação de políticas habitacionais mais consistentes.
Endeusar as favelas não resolveu nosso problema. A violência dos complexos da Maré e do Alemão, localizadas no caminho entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e o centro do Rio de Janeiro, é um caso ilustrativo.
No complexo do Alemão, existe até teleférico, para tentar fazer frente ao famoso bondinho do Pão de Açúcar, mas não tem qualidade de vida nem habitações relevantes, contrastando a bagunça das casas nos morros com uma série de galpões abandonados na Av. Brasil e arredores. E o único espetáculo que se vê no Alemão e na Maré é o bangue-bangue de bandidos, milicianos e policiais.
É preocupante a ideologia atual em torno do conceito de favela. A imagem que a mídia oligárquica faz das favelas como sinônimo de "arquitetura pós-moderna" é corroborada, quase que em uníssono, por intelectuais e ativistas dotados de porralouquice sob as mesadas generosas de George Soros.
Para eles, favelas não são problema, mas "solução". Criam um ideal ufanista, do qual existem até canções aqui e ali, feitas, é claro, pela "galera" brega-popularesca - de MC Cidinho & MC Doca até Psirico e Parangolé, também respectivamente conhecidos pelo "Lepo-Lepo" e "Rebolation" - , e não foi diferente no TED Global ao mostrar a tal "dança do passinho".
Cria-se um estereótipo do povo pobre que mais parece a do "selvagem dócil", uma imagem adocicada do inocente feliz com sua pobreza, quase infantilizado e um tanto pueril. Cria-se, nas favelas, uma imagem mitológica de "paraísos" dotados de construções mal-feitas, esgoto a céu aberto, lixo e ações violentas.
Se levarmos em conta as denúncias divulgadas por Noam Chomsky, reafirmadas por pessoas como o historiador Sérgio Cabral (nada a ver com as traquinagens do filho homônimo) e a sambista Beth Carvalho, de que a CIA investia no mercado clandestino de armamentos, dá para inferir que as favelas, que me desculpem os clichês esquerdistas, são um subproduto do imperialismo dos EUA.
E são mesmo, repetindo a lógica do Oriente Médio na comercialização clandestina das armas que haviam sido utilizadas pelas Forças Armadas dos EUA, seus parceiros (como Reino Unido, França e outros que integram entidades poderosas da geopolítica internacional, como o G-8 e a OTAN) e países-clientes (como Israel), as favelas brasileiras integram esse mercado obscuro.
A leitura do longo mas esclarecedor livro Contendo a Democracia, de Noam Chomsky, oferece subsídios para compreensão deste assunto, citando o caso dos investimentos da CIA para fortalecer o crime organizado em alguns países da América Central, como forma de dizimar movimentos sindicais e ativistas.
E, para quem acha que isso é frescura comunista, é bom saber que Chomsky se baseia em reportagens feitas por jornalistas NADA ESQUERDISTAS, que por sua vez tomaram como base dessas denúncias documentos confidenciais guardados por autoridades estadunidenses.
Daí a violência que não consegue ser extinta nas comunidades populares do país. E que contradiz o mito de "humildes paraísos" que representam as favelas nesse discurso que deslumbra a opinião pública e que simboliza uma "etnografia de resultados" que nada contribui para resolver as desigualdades sociais.
COMPLEXOS DO ALEMÃO E DA MARÉ EXPLICAM PROBLEMA
Enquanto antropólogos, documentaristas, jornalistas culturais, historiadores, ativistas e até artistas dotados de uma visão "bem bacaninha" sobre cultura popular, dessas que anunciam que os cardápios de música brasileira lançados por rádios popularescas (tipo Nativa FM, Band FM, Beat 98, FM O Dia etc) são o folclore musical de amanhã, falam mil maravilhas das favelas, a realidade é outra.
É uma realidade que páginas e páginas de monografias, reportagens de discurso "intelectualmente correto" e horas e horas de filmagens de documentários não conseguem desmentir nem relativizar. As favelas são um problema, porque surgiram em função da miséria e da exclusão social. Daí não poderem ser consideradas uma solução, se, obviamente, são o próprio problema.
Construções "bagunçadas", ocupações desordenadas de espaços, não por culpa de quem construiu essas casas. Afinal, as casas foram instaladas a partir de um amontoado de madeiras e restos de material de construção deixados aqui e ali. Fato que é relatado até no romance O Cortiço, que Aluísio Azevedo lançou em 1890, nos primórdios da República brasileira.
As favelas só seriam mencionadas em larga escala como fenômeno social a partir da década de 1950, e teriam sido consequência de projetos excludentes de urbanização, como ocorreu no Rio de Janeiro, entre 1905 e 1944.
Nesses tempos, em diversos governos, grandes áreas de comércio e residência populares do Centro carioca, entre o entorno das Barcas e da Zona Portuária até o Rio Comprido, foram demolidas para darem lugares às conhecidas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas. Aos desalojados, se ofereceu precária indenização, que só os permitiu montar casas improvisadas nos morros.
A "bola de neve" cresceu nos morros antes desabitados e compostos de mato e grama, isso quando havia vegetais cobrindo seus solos. E muitos analistas sérios, pelo menos entre 1950 e 1964, sempre viram nas favelas um problema que deveria ser resolvido por políticas de moradias, e não aceito a título de uma pretensa defesa da inclusão social, que nada tem de inclusiva.
Afinal, ocorre uma tendência, simbolizada por essa intelectualidade cultural dotada de muita visibilidade, mas que só quer bregalizar o país, pouco importando com nosso rico patrimônio cultural, que é de promover, a pretexto da "inclusão social", a manutenção das condições culturais inferiorizadas das classes populares como se isso fosse "algo positivo".
Aceitar por aceitar não significa, necessariamente, perder o preconceito. Aceita-se tudo como está e o problema é mantido. Daí que posturas como a da intelectualidade "bacana", tida como "desprovida de qualquer preconceito", expressa um preconceito bastante cruel e injusto: "o povo pobre é admirável, desde que permaneça nas suas condições simbólicas de gente inculta, miserável e idiotizada".
É algo que, de maneira estarrecedora, era vendido nas mídias esquerdistas como "visão progressista", como se apenas a Lei Rouanet e a Bolsa Família pudessem resolver algum problema existente. Mas nunca de forma a tirar o povo pobre de seus aspectos simbólicos de ignorância, mediocridade, miséria e outros aspectos retrógrados causados pela exclusão social do poder político e econômico.
Tudo fica naquela visão demagógica de que "a pobreza é linda". Mas essa visão da intelectualidade "bacana", que preenchia até as páginas de Carta Capital, Caros Amigos, Fórum e Brasil de Fato sob o rótulo de "defesa das periferias", era de uma visão não menos urubológica (antipopular) do que se lia nos espaços mais reacionários de Veja, Rede Globo, Folha de São Paulo e Estadão.
Gente que não estava aí para a reforma midiática - defendida apenas nos limites do elogio petista - , nem para a superação das caraterísticas de pobreza e ignorância, e nem para o resgate do nosso patrimônio cultural, da recuperação do sistema educacional ou da efetivação de políticas habitacionais mais consistentes.
Endeusar as favelas não resolveu nosso problema. A violência dos complexos da Maré e do Alemão, localizadas no caminho entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e o centro do Rio de Janeiro, é um caso ilustrativo.
No complexo do Alemão, existe até teleférico, para tentar fazer frente ao famoso bondinho do Pão de Açúcar, mas não tem qualidade de vida nem habitações relevantes, contrastando a bagunça das casas nos morros com uma série de galpões abandonados na Av. Brasil e arredores. E o único espetáculo que se vê no Alemão e na Maré é o bangue-bangue de bandidos, milicianos e policiais.
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