Tivemos uma virada de mês na qual houve a notícia da falência da gráfica que imprimia material do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), o que ameaça o famoso teste educacional.
Nessa virada de mês, tivemos como destaque a lembrança do golpe militar de 1964, que fez 55 anos ontem (e não em 31 de março, como oficialmente se celebra).
E com Jair Bolsonaro viajando para Israel para encontrar seu compadre Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro daquele país-cliente dos EUA.
A Justiça havia lançado uma liminar proibindo as comemorações, mas ela foi derrubada.
E aí veio aquele vídeo do governo Bolsonaro com um senhor falando que, com o período militar, "o Exército salvou o Brasil do comunismo".
Houve a realização de eventos em salas de cinema no Brasil, administradas pela rede Cinemark.
E aí houve uma grande confusão, como em Recife e Belo Horizonte.
A exibição do filme favorável à ditadura militar, 1964: Brasil Entre Armas e Livros, da produtora Brasil Paralelo, causou protestos entre opositores da ditadura e discussões entre estes e bolsonaristas, que apelam para uma "outra interpretação" do período macabro, mais "positiva".
O Cinemark foi envolvido na grande confusão, acusado de ter decidido divulgar o documentário.
Mas a rede afirmou que não se responsabiliza pelos eventos, que podem ter sido organizados por decisão de gerências locais dos respectivos shopping centers.
O Cinemark anunciou a proibição de exibição de documentários de conteúdo político-partidário, conforme comunicado reproduzido no final desta postagem.
Em todo caso, tanto os que acusavam o Cinemark de exibir documentário pró-ditadura quanto aqueles que, depois da proibição, acusavam a rede de ser marxista (daí o trocadilho "Cinemarx"), movimentaram a hashtag #BoicoteCinemark, criada após o incidente.
Os bolsonaristas diziam que o Cinemark "não via problema" em exibir filmes como O Jovem Marx e Lula, o Filho do Brasil.
Mas esses dois filmes são biográficos que não apostam na desonestidade de abordagem histórica do documentário da Brasil Paralelo. E são apolíticos, sendo filmes naturalmente biográficos, embora sejam sobre personalidades políticas.
O caso mostrou mais uma vez a boçalidade dos bolsonaristas nesses tempos difíceis em que vivemos.
Fiquemos abaixo com o comunicado da rede Cinemark.
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