IMAGEM DE UM VÍDEO DE CAMPANHA A FAVOR DA DITADURA MILITAR DE 1964-1985, PROMOVIDA PELO SETOR DE COMUNICAÇÃO DO GOVERNO JAIR BOLSONARO.
"Viemos para recuperar a democracia e extinguir o escandaloso governo da aventura que estava arrasando o Brasil", disseram os opositores ao governo progressista de João Goulart, em 1964.
PRIMEIRO DE ABRIL!!!!
A ditadura militar era inaugurada no Dia da Mentira (véspera do Dia do Mentiroso, aniversário de um suposto "símbolo da caridade, da paz e do amor ao próximo").
Mas como já começou mentindo, sendo um golpe autoproclamado "Revolução de 1964", promovendo a "restauração da democracia" e a "reconstrução do Brasil", então tinha que se evitar o Primeiro de Abril.
A comemoração foi creditada antes, 31 de Março, que era o meio do caminho de um processo golpista.
E, por incrível que pareça, foi o setor financeiro que declarou golpe militar.
O banqueiro e governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, dono do Banco Nacional de Minas Gerais (que nos anos 80 teve Ayrton Senna como garoto-propaganda), cujo espólio hoje é parte do Itaú, não esperou que os debates que haviam sobre como se daria o golpe continuassem.
Naquela época, até mesmo as autoridades estadunidenses discutiram como se daria a Operação Brother Sam, que estava disposta a esmagar as forças resistentes comandadas pelo ex-governador gaúcho, Leonel Brizola, que começava a mudar domicílio político para a Guanabara.
Magalhães Pinto não esperou planos estrategistas e ordenou o general de um quartel de Juiz de Fora, Olímpio Mourão Filho, a chamar suas tropas para se dirigirem ao Rio de Janeiro, para o 1º Comando do Exército, ponto estratégico para o golpe militar.
Era um golpe civil-militar, para se dizer a verdade devido ao forte apoio da mídia e do empresariado.
As tropas saíram de Juiz de Fora no dia 30 de março e levaram dois dias consumar o golpe, que contou com a adesão de forças do general de Jango, o Ministro Chefe da Casa Militar da Presidência, Argemiro de Assis Brasil, antes designadas para combater os golpistas.
O 31 de Março seria o "meio do caminho".
Mas houve o freio histórico que colocou o 31 de Março como o "Dia da Revolução".
Durante anos o golpe era "revolução" e a ditadura, "governo revolucionário".
A leitura ditatorial quase foi recuperada recentemente, quando um vídeo institucional produzido pelo setor de Comunicação do governo Jair Bolsonaro fez elogios ao período de 1964-1985.
No vídeo, um senhor idoso dá seu depoimento, atribuindo o período de crise do governo Jango um "tempo de ameaças", definindo a situação do Brasil como uma "escuridão".
Sob o pretexto de que "estava registrado nos jornais e outros veículos de mídia da época", o anônimo narrador dizia que o povo "apelava para o Exército agir em defesa do Brasil".
Em seguida, o narrador comentava feliz pelo período político de 1964-1985, dizendo duas vezes que "o Exército salvou o Brasil" do comunismo.
Em seguida, a introdução do Hino Nacional Brasileiro é tocada ao fundo e, no final, uma voz em off, se não me engano do famoso locutor Ferreira Martins (TV Bandeirantes, PSDB, Bradesco, Hyundai), dizendo "o Exército não quer palmas nem homenagens. O Exército apenas cumpriu o seu papel".
Bolsonaro já havia dito que "não houve ditadura" e que o período militar só teve "uns probleminhas", que, sabemos, são a tortura, os assassinatos, a censura, a omissão de informações às famílias sobre presos e mortos políticos etc.
Ontem eu dei minha caminhada no Gragoatá e o motoqueiro vestido com a réplica do uniforme do Vigilante Rodoviário rodava sua moto tocando canções militares.
O motoqueiro costuma tocar canções estadunidenses e, às vezes, algum Rock Brasil.
Mas ele apoiou Jair Bolsonaro, tocando o jingle de campanha na época eleitoral e agora foi celebrar o golpe de 1964 tocando canções como o "Cisne Branco".
É um tempo muito complicado. Imagino muitos pais tentando explicar aos filhos a desordem política que hoje vivemos.
O vídeo do governo Bolsonaro elogiando o período militar de 1964-1985 só repercutiu bem para os bolsonaristas de sempre, descontando o "efeito manada" dos "bolsonarizados de ocasião" da campanha de 2018.
Até porque esses "bolsonarizados" já se desiludiram com a avalanche de desastres desse governo catastrófico, que ninguém sabe se continuará de pé.
A fragilidade de um governo que nada trouxe de positivo, mesmo nos limites do ultraconservadorismo, é tão notória que até a mídia venal já está reclamando do "mito" que ajudou a eleger.
A situação está tão deplorável e o país, arrasado, só está próspero mesmo para as elites jurídicas, financeiras e rentistas que armaram o golpe político de 2016.
Assim como o golpe civil-militar de 1964 foi visto como "revolução", o golpe político-jurídico de 2016 foi apenas um "remédio político" baseado na suposta normalidade das instituições.
E imaginar que, em ambos os casos, foi o setor financeiro que agiu para defender seus privilégios exorbitantes.
Quem tem dinheiro demais nunca está satisfeito com o que tem e quer governos que possam lhes oferecer até bem mais.
"Viemos para recuperar a democracia e extinguir o escandaloso governo da aventura que estava arrasando o Brasil", disseram os opositores ao governo progressista de João Goulart, em 1964.
PRIMEIRO DE ABRIL!!!!
A ditadura militar era inaugurada no Dia da Mentira (véspera do Dia do Mentiroso, aniversário de um suposto "símbolo da caridade, da paz e do amor ao próximo").
Mas como já começou mentindo, sendo um golpe autoproclamado "Revolução de 1964", promovendo a "restauração da democracia" e a "reconstrução do Brasil", então tinha que se evitar o Primeiro de Abril.
A comemoração foi creditada antes, 31 de Março, que era o meio do caminho de um processo golpista.
E, por incrível que pareça, foi o setor financeiro que declarou golpe militar.
O banqueiro e governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, dono do Banco Nacional de Minas Gerais (que nos anos 80 teve Ayrton Senna como garoto-propaganda), cujo espólio hoje é parte do Itaú, não esperou que os debates que haviam sobre como se daria o golpe continuassem.
Naquela época, até mesmo as autoridades estadunidenses discutiram como se daria a Operação Brother Sam, que estava disposta a esmagar as forças resistentes comandadas pelo ex-governador gaúcho, Leonel Brizola, que começava a mudar domicílio político para a Guanabara.
Magalhães Pinto não esperou planos estrategistas e ordenou o general de um quartel de Juiz de Fora, Olímpio Mourão Filho, a chamar suas tropas para se dirigirem ao Rio de Janeiro, para o 1º Comando do Exército, ponto estratégico para o golpe militar.
Era um golpe civil-militar, para se dizer a verdade devido ao forte apoio da mídia e do empresariado.
As tropas saíram de Juiz de Fora no dia 30 de março e levaram dois dias consumar o golpe, que contou com a adesão de forças do general de Jango, o Ministro Chefe da Casa Militar da Presidência, Argemiro de Assis Brasil, antes designadas para combater os golpistas.
O 31 de Março seria o "meio do caminho".
Mas houve o freio histórico que colocou o 31 de Março como o "Dia da Revolução".
Durante anos o golpe era "revolução" e a ditadura, "governo revolucionário".
A leitura ditatorial quase foi recuperada recentemente, quando um vídeo institucional produzido pelo setor de Comunicação do governo Jair Bolsonaro fez elogios ao período de 1964-1985.
No vídeo, um senhor idoso dá seu depoimento, atribuindo o período de crise do governo Jango um "tempo de ameaças", definindo a situação do Brasil como uma "escuridão".
Sob o pretexto de que "estava registrado nos jornais e outros veículos de mídia da época", o anônimo narrador dizia que o povo "apelava para o Exército agir em defesa do Brasil".
Em seguida, o narrador comentava feliz pelo período político de 1964-1985, dizendo duas vezes que "o Exército salvou o Brasil" do comunismo.
Em seguida, a introdução do Hino Nacional Brasileiro é tocada ao fundo e, no final, uma voz em off, se não me engano do famoso locutor Ferreira Martins (TV Bandeirantes, PSDB, Bradesco, Hyundai), dizendo "o Exército não quer palmas nem homenagens. O Exército apenas cumpriu o seu papel".
Bolsonaro já havia dito que "não houve ditadura" e que o período militar só teve "uns probleminhas", que, sabemos, são a tortura, os assassinatos, a censura, a omissão de informações às famílias sobre presos e mortos políticos etc.
Ontem eu dei minha caminhada no Gragoatá e o motoqueiro vestido com a réplica do uniforme do Vigilante Rodoviário rodava sua moto tocando canções militares.
O motoqueiro costuma tocar canções estadunidenses e, às vezes, algum Rock Brasil.
Mas ele apoiou Jair Bolsonaro, tocando o jingle de campanha na época eleitoral e agora foi celebrar o golpe de 1964 tocando canções como o "Cisne Branco".
É um tempo muito complicado. Imagino muitos pais tentando explicar aos filhos a desordem política que hoje vivemos.
O vídeo do governo Bolsonaro elogiando o período militar de 1964-1985 só repercutiu bem para os bolsonaristas de sempre, descontando o "efeito manada" dos "bolsonarizados de ocasião" da campanha de 2018.
Até porque esses "bolsonarizados" já se desiludiram com a avalanche de desastres desse governo catastrófico, que ninguém sabe se continuará de pé.
A fragilidade de um governo que nada trouxe de positivo, mesmo nos limites do ultraconservadorismo, é tão notória que até a mídia venal já está reclamando do "mito" que ajudou a eleger.
A situação está tão deplorável e o país, arrasado, só está próspero mesmo para as elites jurídicas, financeiras e rentistas que armaram o golpe político de 2016.
Assim como o golpe civil-militar de 1964 foi visto como "revolução", o golpe político-jurídico de 2016 foi apenas um "remédio político" baseado na suposta normalidade das instituições.
E imaginar que, em ambos os casos, foi o setor financeiro que agiu para defender seus privilégios exorbitantes.
Quem tem dinheiro demais nunca está satisfeito com o que tem e quer governos que possam lhes oferecer até bem mais.
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