Numa situação complicada para o Brasil, em que a normalidade supostamente está voltando mesmo diante das dúvidas da pandemia, o governo Bolsonaro decidiu pelo pior: vetou a compra das vacinas chinesas contra a Covid-19, apelidadas de "Coronavac".
A compra chegou a ser anunciada anteontem, dentro de um acordo, no qual teve a participação do Instituto Butantã, de São Paulo, que previa a aquisição de 46 milhões de vacinas.
Ontem, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, negou a compra e disse que nem o Governo Federal nem o Governo de São Paulo firmaram compromissos em adquirir a vacina.
"Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante. Não há intenção de compra de vacinas chinesas", disse o secretário, em seu pronunciamento.
Jair Bolsonaro teria ordenado o cancelamento, por razões ideológicas, já que a China é país inimigo dos EUA, que por sua vez exercem influência no governo republicano brasileiro.
A vacina, da farmacêutica chinesa Sinovac, seria produzida pelo Instituto Butantã e, depois da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), seria distribuída à população.
A oposição ao governo Bolsonaro já começou a agir para cobrar explicações.
O deputado federal do PT de Minas Gerais, Rogério Correia, com o apoio de toda a bancada do partido na Câmara dos Deputados, protocolou pedido de convocação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para dar explicações sobre a recusa de comprar a vacina.
Diz um trecho do documento:
"Ocorre que mais uma vez o presidente Bolsonaro interfere em assuntos técnicos das áreas fins e desautoriza o ministro da Saúde por motivações ideológicas e diz que o Brasil não vai adquirir a coronavac pela sua origem chinesa. Ao agir desta maneira, além de adentrar em decisões que deveriam ser meramente técnicas, o presidente ameaça a proteção da saúde de nossa população".
O mais preocupante é que, enquanto ocorre esse impasse, o Brasil já vive a multiplicação de aglomerações em várias partes do território nacional.
Um dos casos foi a inauguração de uma loja da Havan em Belém, no Pará, com direito ao espetáculo do empresário e animador Luciano Hang, o "véio da Havan".
A aglomeração atingiu níveis preocupantes, afinal, embora, supostamente, a ação do Coronavírus esteja regredindo, ele continua sendo uma ameaça misteriosa à população.
A terrível recusa da compra de vacinas, por conta de um chilique ideológico, só tende a prejudicar a população, e pode causar sérios problemas para o presidente Jair Bolsonaro, que, com essa atitude, está cometendo um crime contra a humanidade.
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