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RÁDIO CIDADE E O FUNDAMENTALISMO DE SEUS OUVINTES

 O MERCADO DO ROCK, NO RIO DE JANEIRO, PASSA PANO NA RÁDIO CIDADE.


A Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, resolveu investir no terraplanismo histórico.


Ela agora se autoproclama "A Rádio Rock Original do Rio de Janeiro", termo que comete três desonestidades históricas.


Primeiro, é quanto à Rádio Cidade realmente original, que NADA tinha de roqueira, era sinceramente pop e bem mais despretensiosa e criativa do que sua atual fase "jaquetão de couro".


Segundo, é o apagamento da memória de duas rádios de rock que, antes, eram bem mais autênticas e criativas do que a Rádio Cidade hoje em dia, a Eldo Pop e a Fluminense FM.


A terceira desonestidade está na Rádio Cidade tomar para si o prestígio da Fluminense FM, sem ter um milésimo da competência da antiga emissora.


A Eldo Pop tenho lembranças de ter ouvido na infância, quando percorria, com minha mãe e meu irmão, nos passeios por Niterói para diversos compromisso.


A Fluminense FM, eu comecei a ouvir na carona de um vizinho guitarrista, em 1982, quando eu curtia minhas insônias na cama, quando morava no Centro de Niterói.


Fiz curso de rádio, ouvi a Fluminense FM, mas também sintonizava rádio pop que me serviram de comparação, e posso afirmar: como dublê de rádio rock, a Rádio Cidade nunca passou de uma canastrona de FM.


Seus locutores parecem ter vindo do "resto" não aproveitado em rádios pop, anunciando bandas de rock com o mesmo modo de falar e as mesmas entonações de quem anuncia grupos de k-pop. Tem horas que o Cidade do Rock mais parece cópia escancarada de um programa da Mix FM.


Eles até pronunciam bem as palavras, mas observa-se, prestando atenção, que eles não têm conhecimento de causa e anunciam bandas de rock sem dar credibilidade, até pelo distanciamento que esses radialistas têm do universo roqueiro.


Em outras palavras, os locutores da Rádio Cidade representam aquilo que o anedotário dos bastidores do rádio define como "profissionais de rock", cujo envolvimento com o gênero é medido pelo cartão de ponto do trabalho.


O que preocupa não é apenas o fato da Rádio Cidade ser uma rádio ressentida, que, apesar de ter feito história no dial FM, transformando a linguagem e coisa e tal, sempre sentiu ciúme pela Fluminense FM e nunca engoliu o sucesso diferenciado da rival.


Da mesma forma, não é somente o fato da Rádio Cidade ser "dona" do mercado roqueiro, não admitindo o protagonismo de outras rádios bem melhores do que ela.


E também não é a única preocupação, embora seja das mais fortes, de todo o mercado especializado em rock, seja a Internacional Magazine no passado, seja o "espólio" dos órfãos da Flu FM (Maldita 3.0, Cult FM e Kiss FM Rio) passarem pano na canastrice eletrônica da Rádio Cidade.


Assim como não é a única preocupação o fato da Rádio Cidade, como rádio de rock, ser absolutamente medíocre, limitada ao hit-parade roqueiro, ainda que, nos últimos anos, seu cardápio musical tenha se tornado menos repetitivo.


O problema são seus ouvintes fundamentalistas, que nem são roqueiros de verdade, mas os histéricos fanáticos que se acham os "donos da verdade" da cultura roqueira, sem apreciar 1% sequer das bandas e músicas produzidas pelo gênero.


Ando lendo os livros de Jessé Souza e existe esse negócio de "capital cultural", que produz um pretenso "gosto musical" feito não pela identificação natural com a música que diz curtir, mas para obter vantagens pessoais com isso.


O curioso é que fanatismo e fundamentalismo envolvem os pretensos admiradores, que acolhem superficialmente uma causa visando a promoção pessoal, porque os verdadeiros admiradores, em que pesem eventuais presunções e radicalismos, soam bem menos fanáticos do que parecem a olho nu.


Percorro tudo quanto é lugar, sejam os quiosques de Gragoatá e a Praia de Icaraí, aqui em Niterói, os arredores de São Gonçalo ou as ruas do Rio de Janeiro ou da Baixada Fluminense e fico abismado quando vejo que o pessoal que mais ouve a rádio nem tem pinta ou jeito de roqueiro.


São as mesmas pessoas que, até dois anos atrás, estavam ouvindo FM O Dia, Mix FM ou, na melhor das hipóteses, rádios de MPB.


Nas redes sociais, há todo aquele pessoal que parece ter saído de uma sessão de hipnose, passando pano na Rádio Cidade e aceitando tudo o que aparece nessa canastrona de FM.


Não é um pessoal que se possa conversar seriamente sobre rock, porque o pessoal é deslumbrado e se comporta como se tivesse saído de um dia inteiro na Disney World.


No entanto, esses ouvintes se irritam quando ninguém os leva a sério. Tudo o que os ouvintes da Rádio Cidade fazem é se irritar, com um comportamento que, há vinte anos, antecipou o gado bolsonarista de hoje.


Para complicar, o rock vive uma fase de decadência e a obsessão da Rádio Cidade pelo rock - comparável à obsessão do cantor Michael Jackson pelo mesmo gênero, que contribuiu para arruinar sua carreira - é problemática e agravada pelo desempenho canastrão da emissora dos 102,9 mhz.


Num Rio de Janeiro decadente, praticamente entregue às milícias e perdido num pragmatismo que aos poucos desfaz a antiga grandeza carioca e fluminense, trocando a Bossa Nova pelo "funk" e deixando o Museu Nacional ser devorado pelas chamas, preocupa a arrogância dos internautas locais.


O pessoal do Rio de Janeiro se acha dono da verdade, acha que pode mandar no mundo com o umbigo, e impõe ao país os retrocessos adotados no Estado, não bastasse seu patrulhamento que lincha, moralmente, quem discordar de sua indigência sócio-cultural.


Os ouvintes da Cidade são apenas uma parcela dessa arrogância típica dos jovens do Grande Rio, que atuaram de forma decisiva, mais do que a Operação Lava Jato, para o golpe contra Dilma Rousseff e a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder.


O Rio de Janeiro se comporta assim, mesclando mediocridade resignada, arrogância e fanatismo, pela frustração do município não ser mais capital do Brasil, ressentimento que influiu muito na fusão com o antigo Estado do RJ que fez Niterói virar capacho da ex-Cidade Maravilhosa.


O Rio de Janeiro decai a olhos vistos, em completo choque ao pensamento desejoso de muita gente, mesmo de esquerda, que se esquece que o Estado tornou-se perigosamente tão reacionário quanto Santa Catarina.


E ver que o ouvinte padrão da Rádio Cidade se situa entre o pobre de direita e o riquinho festivo do Leblon, passando pela burguesia com mania de carteirada na Barra da Tijuca e Recreio, isso é preocupante.


Claro que, diante de um roqueiro autêntico dos EUA, o ouvinte da Rádio Cidade passaria vergonha absoluta, porque sua arrogância não convence nem assusta o pessoal que tem no rock sua música pátria de raiz.


Da mesma forma que a programação da Rádio Cidade - que seria uma espécie de Havan das "rádios rock" - causaria risadas até diante das piores emissoras roqueiras do interior dos EUA.


Aqui é que, em terra de cego, quem tem um olho é rei. Rádio que toca apenas hits roqueiros, mesmo com certo "profissionalismo", só é considerada "genial" por quem não está a par com o que realmente acontece no mundo.


Claro, o pessoal só ouve Anitta, Thiaguinho, Zezé di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone, quando ouve apenas os "grandes sucessos" de um punhado de bandas grunge e poser, bandas australianas e suecas e os medalhões do rock em geral, o pessoal sai babando.


Acham que estão ouvindo tudo o que acontece no rock, quando não conhecem mais do que 1%. Afinal, a Cidade é pequena demais para o rock.


E, cá para nós, as redes sociais que passam pano não só na Rádio Cidade como em tantas outras coisas são um verdadeiro curral digital, isolado do que, de fato, está acontecendo fora da província que se tornou o Estado do Rio de Janeiro.

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