EX-PRESIDENTE LULA, EM MACEIÓ, RECEBENDO DIPLOMA DO CORPO DOCENTE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE ALAGOAS, EM 23 DE AGOSTO DE 2017.
As forças progressistas ainda continuam vulneráveis, por mais que o governo Jair Bolsonaro esteja em crise e Sérgio Moro, o "herói" do golpe de 2016, se prepara para sair de cena, desgastado.
A advogada Maria Tavares Ferro, candidata a vereadora pelo PSDB em Maceió, e candidata derrotada, em 2018, a deputada federal pelo partido Novo, moveu um processo na Justiça contra Lula.
Ela pediu o cancelamento do diploma ao Tribunal de Justiça de Alagoas, sob a desculpa de que um "condenado" não poderia ser homenageado com um título como o de Doutor Honoris Causa.
O juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, da 4ª Vara Cível de Arapiraca, acatou a decisão e determinou o cancelamento do diploma.
"Não é razoável, nem atende à moralidade administrativa conceder honraria a alguém condenado judicialmente e que ainda responde a outras ações penais", alegou o juiz.
Carlos Bruno decidiu julgar a ação, que foi anteriormente negada pelo Tribunal de Justiça estadual, porque "não restou configurado a probabilidade do direito ou o perigo do dano".
A reação dos membros do PT, como Paulo Pimenta e Gleisi Hoffmann, esta presidenta do partido, foi do mais completo repúdio.
Pimenta legou que a sentença é contrária à autonomia universitária e Gleisi, por sua vez, afirmou que o juiz quer se promover, "saindo do anonimato profundo", nas palavras dela.
Lula ainda tem mais de 30 títulos semelhantes, mas o cancelamento de apenas um deles aquece os corações golpistas dos anti-petistas, sejam de extrema-direita, sejam os da direita moderada.
A situação não está boa, e as esquerdas andam infantilizadas e desmobilizadas.
Perdidas em fazer número, inventando "marxistas" aqui e ali, os esquerdistas se esqueceram do povo e já nem falam da prioridade das prioridades, que é reverter a reforma trabalhista.
Desde a vergonha do "Fora Temer", que foi um grande fiasco, as esquerdas não conseguem mais agir para frear o golpismo político.
Não trabalharam para conscientizar politicamente o povo e perderam parte das classes populares para o bolsonarismo.
Ficaram os esquerdistas presos aos "brinquedos culturais" da centro-direita, com seus "heróis" do culturalismo conservador que aprenderam quando eram crianças, durante a ditadura militar.
Não têm um projeto para o país e não se unem para coisa alguma, se fragmentando as esquerdas na campanha eleitoral de 2020, em nome de protagonismos eleitorais arriscados.
Enquanto ficam felizes falando em maconha, cerveja, espiritualidade, futebol e "funk", as esquerdas se perdem no caminho, diante de um quadro frágil em que vive o Brasil.
A direita continua empoderada, a queda, talvez momentânea, de alguns personagens do golpe político de 2016, não afasta o risco da radicalização do cenário distópico.
Ver as esquerdas felizes com seus "brinquedos culturais" da centro-direita é vexaminoso. Foi para isso que as forças progressistas queriam obter protagonismo e visibilidade em 2010, com a ascensão da mídia alternativa?
Com uma mídia alternativa assim, não há regulação de mídia que funcione, se bem que essa causa anda sendo esquecida pelas esquerdas. Hoje elas preferem empoderar a mídia hegemônica que fez o golpe de 2016.
ATUALIZAÇÃO: O mesmo juiz Carlos Bruno teve que voltar atrás e devolveu o diploma de Lula pela Universidade do Estado de Alagoas. A ação popular movida por Maria Tavares Ferro prescreveu e a sentença favorável à cassação do diploma apresentou problemas no processo.
Por sua vez, o desembargador Fernando Foch, da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, derrubou a decisão do juízo da 32ª Vara Cível que censurou 11 matérias do Jornal GGN envolvendo o Banco BTG Pactual.
Foi entendido que a censura prejudicaria uma pequena empresa jornalística e traria ameaça séria ao direito de informação. Com isso, Luís Nassif segue com seus trabalhos investigativos sobre as irregularidades cometidas pela instituição financeira.
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