CARTAZ DA BOITEMPO JUNTANDO KARL MARX E MADONNA NO MESMO BALAIO.
O Brasil está tendo uma aula gratuita do que é peleguismo, com Lula fazendo duplo jogo político enganando o povo pobre e se aliando com os ricos, e do que é pequena burguesia, com uma elite de classe média abastada que aoosta num esquerdismo infantilizado, identitarista e indiferente aos verdadeiros problemas das classes trabalhadoras.
As esquerdas mainstream do Brasil, as esquerdas médias, são a tradução local da pequena burguesia falada pela teoria marxista. Uma esquerda que quer soar pop e que, através dos “brinquedos culturais” que fazem do Brasil a versão vida real da novela das 21 horas da Rede Globo, quer o mundo da direita moderada convertido num pretenso patrimônio esquerdista.
Isso faz as esquerdas soarem patéticas em muitos momentos. Como se observa tanto na complacência do jornalista Julinho Bittencourt, da Revista Fórum, com o fato da apresentação de Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, não ter músicos e ser somente de pleibeque, quanto na campanha da editora esquerdista Boitempo, que deixou de lado a coerência e a seriedade para pegar carona, sem necessidade, no fenômeno Madonna.
Antes de mais nada, lembremos que Madonna anda decadente e desgastada nos EUA, teve um grave problema de saúde que quase a matou e atualmente ela funciona como uma titia para o pop rasteiro, dançante e extremamente coreografado, que só faz grande sucesso em países como o Brasil.
Nos EUA, quem realmente se destaca é a ex-estrela mirim McKenna Grace, cantora, compositora, atriz de excelente multitalento e cuja nova canção, “Gentleman”, é uma divertida declaração de amor ao cãozinho Yorkshire dela, Gizmo. Recentemente McKenna lançou o filme Ghostbusters - Apocalipse de Gelo (Ghostbusters - The Frozen Empire), que ainda não estreou nos cinemas brasileiros.
Na campanha da Boitempo, a imagem de Karl Marx é editada usando um boné do MST. O economista tem sua imagem colocada ao lado de Madonna, Na legenda, a Boitempo, na desnecessária homenagem, pôs a expressão “Dia M”, como se a letra M de Marx e Madonna fossem mais do que mera coincidência. A forçada associação também teve xomo gancho o dia de aniversário de Marx, 05 de maio.
Esquece o pessoal da Boitempo que Madonna representa o capitalismo da música internacional, o ultracomercialismo do pop estadunidense e seus artifícios de precarização cultural. Como no caso da apresentação em Copacabana, ocorrida anteontem, sem músicos e com pleibeque, mostrando que é só uma música para dançar, sem engajamento político fora dos limites permitidos pelo identitarismo social que, nos EUA, não é uma causa de esquerda, mas uma causa da direita moderada respaldada pelo Partido Democrata.
Julinho Bittencourt exaltou o espetáculo do erotismo de Madonna, alegando que o pleibeque é "necessário" para eventos de entretenimento. Em tese, tudo bem, mas a precarização cultural não dá direito a ironias arrogantes do tipo "Quem não gostou que vá ver o Paul McCartney". Não dá para atribuir superioridade artística ao pleibeque e ao poo dançante mais trivial, como os idiotas das redes sociais tanto fazem. Exemplo disso foi a bobagem do "BTS maior que os Beatles" que viralizou durante um tempo.
Podemos também citar um comentário consistente do jornalista Breno Altman, a respeito da empolgação que setores das esquerdas sentem por Madonna. Breno faz críticas duras e lembra que a cantora passa pano na política genocida de Israel contra o povo palestino:
"Emblemática a empolgação, em círculos de esquerda, com o discurso estético de Madonna, com sua mensagem. Um suco de liberalismo progressista é sorvido como se fosse uma retumbante narrativa revolucionária, mesmo que a artista perfile ao lado do colonialismo sionista e seus crimes.
Devemos separar a arte do artista. Que as pessoas adorem a música de Madonna e tenham se divertido com seu show, perfeito. Outra coisa é torná-la ícone de esquerda, quando é apoiadora do Estado racista de Israel e seu discurso libertário, nessa condição, exala hipocrisia".
Portanto, foi um grande erro da Boitempo cortejar Madonna, o que mostra que as esquerdas médias não querem criar um mundo novo realmente de esquerda, mas tão somente fazer parte do mesmo mundo neoliberal que está aí. O marxismo original define esta postura como pequena burguesa.
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