LULA COM O MAGNATA MEXICANO CARLOS SLIM, QUE APOIOU O GOLPE POLÍTICO DE 2016 NO BRASIL.
Lula mudou para pior no atual mandato, em relação aos anteriores. Não podemos mais usar antigas narrativas, como as de que Lula “incomoda a Faria Lima”, “briga com a burguesia“ ou que o presidente brasileiro “abandonou a classe média”. Tais narrativas, persistentes no imaginário lulista, há muito deixaram de fazer sentido. E isso não é uma constatação opinativa, fatos mostram que o esquerdismo de Lula é coisa de um passado que não volta mais.
Também não podemos usar a “democracia” como um eufemismo para permitir que Lula faça concessões à direita moderada conforme as vontades e os impulsos do chefe do Executivo nacional lhe determinarem. Os surtos neoliberais de Lula não ocorrem porque são posturas “mais democráticas”, mas porque Lula cedeu aos encantos da burguesia. E ceder a tais encantos também não pode ser aceito sob a desculpa de ser uma atitude “democrática” de Lula.
Lula ainda é o mito sustentado pelo pensamento desejoso de seus seguidores e amigos diretos, sempre sonhando que o antigo sindicalista desperte no coração do presidente e se manifeste nas aparentes lágrimas de comoção que o presidente costuma expressar nos seus discursos.
Sonham os seguidores e amigos de Lula que seu projeto esquerdista, mesmo ferido por concessões à frente ampla ou ao Centrão, mantenha o prometido vigor, mesmo quando os fatos mostram que o atual mandato está mais próximo dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso do que o primeiro mandato do petista, há cerca de duas décadas.
Não são os seguidores de Lula, nem mesmo seus amigos que com ele conviveram, quem pode avaliar com segurança o que é realmente o atual mandato. Nem mesmo os chamados esquerdistas raiz, até certo ponto críticos do atual governo, mas em dado momento sentido esperança de ver o velho Lulão sindicalista voltando à ação, podem seguramente dar seus pareceres.
A realidade mostra Lula hoje completamente rompido com as raízes sindicais, e distanciado dos primeiros mandatos progressistas, dos quais, quando muito, age como se fizesse um arremedo dos dois governos anteriores. Lula hoje faz um governo de centro-direita,
O que se observa em Lula hoje é o contraste que seu versátil sistema de simulacros expressa em relação à realidade dos fatos. Como as narrativas hegemônicas estão nas mãos dos lulistas, elas sempre apelam para os clichês do antigo mito de Lula: amigo do povo pobre, defensor das classes trabalhadoras e das causas trabalhistas, e garantidor do desenvolvimento nacional a ponto de assegurar a hipotética entrada do nosso país no Primeiro Mundo.
São como aquelas narrativas que parecem verdadeiras porque são compartilhadas por um grande número de pessoas. Infelizmente é o que funciona no Brasil, quando mesmo mentiras vergonhosas recebem o tratamento de “verdades indiscutíveis” por haver uma rede combinada de apoiadores e sustentadores dessas teorias e miros mentirosos. Como é o caso de um famoso “médium” de Uberaba, marcado por uma trajetória macabra (que envolve fraudes literárias em mais de 400 livros, defesa da ditadura militar e até morte suspeita de um sobrinho) que permanece invisível nas narrativas oficiais, hegemônicas e persistentes, que exploram nessa figura deplorável a imagem pretensa e tendenciosa de “símbolo da caridade e do amor ao próximo”.
No caso de Lula, as narrativas hegemônicas só fazem sentido no compartilhamento restrito de sua bolha. Mas como quem detém as narrativas é quem quase monopoliza os canais de divulgação da xhamada opinião pública, nem mesmo o comportamento tipicamente pelego de Lula, que salta aos olhos, pode ser amplamente difundido.
A oobreza aumenta assustadoramente. Os salários são baixos, os preços continuam altos, o sistema de valores ainda preso a resíduos da ditadura militar, o atraso cultural é gritante. Mas aoesar de serem fatos, eles não são oficialmente reconhecidos pelo consenso público, que prefere acolher narrativas nem sempre fidedignas à realidade, mas que servem a interesses estratégicos de setores sociais dominantes atualmente, que vão dos setores financeiro e empresarial até as esquerdas identitárias que nem são tão esquerdistas assim.
E aí, por mais que sintamos dor, temos que aturar a supremacia das fantasias de uns privilegiados que têm as narrativas oficiais se impondo sobre a realidade, e temos que aprender a dormir com o barulho dessas mentiras compartilhadas milhares de vezes, lembrando a frase certeira do deplorável Goebbels. Talvez, dormindo, a gente reencontre a realidade jogada para fora de escanteio pelo Brasil-Instagram de hoje.
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