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A ARROGÂNCIA DOS QUE PERTURBAM COM FESTAS DE MADRUGADA


Infelizmente, o Brasil hoje passa por uma degradação sociocultural tão grande que soa uma insanidade acreditar que nosso país irá atingir o Primeiro Mundo e iniciar 2025 já integrando o banquete dos países desenvolvidos. Lula ainda vai brincar de ser protagonista na reunião do G-7, buscando uma projeção pessoal que só convence os seguidores deslumbrados do presidente, que vivem no Brasil.

O nosso país, infelizmente, beneficia mais os hedonistas doentios que gritam e fazem barulho durante a madrugada, com uma trilha sonora horrenda que envolve trap, sambrega e, principalmente, o "funk", do que aqueles que precisam dormir cedo não só para enfrentar o trabalho nos dias úteis, mas também acordar cedo nos fins de semana e feriados para caminhar, passear ou visitar um familiar ou amigo.

Num bairro da Zona Norte de São Paulo, é notória a arrogância de um grupo de pessoas que, nas madrugadas de sábado para domingo e, às vezes, em outras viradas de dias, fazem uma barulheira irritante em suas casas, perturbando a vizinhança que precisa de um descanso.

Os delinquentes adultos, com a voracidade de trogloditas, riem alto, tocam som em alto volume, contam piadas sem graça que só eles acham engraçadas e seu jeito aparentemente infantil de contar piadas ou falar bordões como "Bebe! Bebe! Bebe!" não nos engana porque nada tem da puerilidade das crianças. Tudo é perverso, mesmo.

As festas improvisadas ocorrem durante toda a madrugada, e a demonstração de respeito humano é zero. Zero de dignidade, zero de decência. Os afoitos da barulheira não têm escrúpulos de contar para a vizinhança suas vidas particulares. No último fim de semana, arriscaram a perguntar, uns para os outros, como foi a "primeira vez" (eufemismo para a primeira transa sexual).

Isso é horrível e não deveria ser aceito sob a desculpa de ser uma suposta demonstração de "felicidade" e "liberdade" humanas. Devemos, ao menos, baixar a reputação destas festas de pura poluição sonora, se não é possível chamar a polícia sob risco de represálias, porque a polícia não está aí para garantir o anonimato por inteiro, porque em dado momento os denunciados acabam descobrindo o denunciante.

Isso mostra o quanto o Brasil não melhorou com o momento que se passou a viver a partir de 2023. Com a elite do atraso, agora repaginada numa classe "boazinha" e "democrática", na tentativa de botar para debaixo do tapete seu longo histórico de atrocidades, obtendo protagonismo apoiando Lula (hoje subordinado ao neoliberalismo "democrático"), o que se vê é o abuso consumista de bens e euforias de uns poucos, cheios da grana e completamente vazios de caráter e senso de dignidade e respeito.

É lamentável haver um quadro assim, e mais lamentável ainda é ver que há muita resistência da sociedade em reconhecer esses problemas, pois muita gente acha natural tais abusos, como se eles fossem "saudáveis" para nossa "democracia". Pelo jeito, a "democracia" de 2024 não é muito diferente da de 1964, no sentido de ser feita para poucos, em detrimento do sofrimento e da paciência de muitos que sacrificam o necessário para garantir o supérfluo para a "boa" sociedade.


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