É válido, fundamental e necessário criticar a mídia empresarial, marcada por muitos valores conservadores ou reacionários que historicamente defendeu e continua defendendo. Mas não é isto que se viu no caso da Folha de São Paulo denunciar que Lula teria vacinado contra a dengue antes da campanha do Sistema Único de Saúde pela imunização.
O foco da matéria da Folha foi que Lula foi vacinado na rede privada, mas os adeptos do presidente, ao reagirem ao texto do periódico da família Frias, desviaram o foco do verdadeiro problema e acusaram o jornal paulista de fazer "cobertura negacionista".
Uma internauta escreveu, sobre o episódio: "Que bom né. Significa que a gente não tem um presidente negacionista que além de tomar a vacina ainda garantiu que todos os brasileiros tivessem acesso a ela de graça".
Outro internauta deu uma resposta parecida: "Depois de ter um presidente que desestimulou a vacinação, é muito bom ver a mídia empresarial precisar criticar um presidente por ter se vacinado. É sinal que as coisas voltaram à normalidade".
Isso mostra o quanto os apoiadores de Lula, hoje, são gente de classe média abastada, pequeno-burguesa, de gerações mais recentes que se utilizam de sistemas de Educação e Saúde privadas, tendo cursado em universidades particulares e obtido planos de saúde privados.
Não se trata, portanto, do povo pobre que, decepcionado com Lula, também não tem acesso às redes sociais, estando marginalizado quanto às narrativas que transitam na rede de computadores em atividade no nosso país.
São pessoas bem de vida que produzem as narrativas que prevalecem em favor do atual mandato de Lula. Uma burguesia de chinelos, uma elite ao mesmo tempo bizarra e festiva que se acha "mais povo que o povo" e, por isso, comete esse desvio de foco.
Ora, se foi revelado que a esposa de Caetano Veloso, a empresária e ex-atriz Paula Lavigne, é cliente de um plano de saúde dos EUA, sendo o famoso cantor baiano um grande ídolo dessa multidão lulista, o que dizer desse pessoal que usa as redes sociais para gritar "Viva o SUS!" para depois realizar suas consultas e tratamentos médicos em hospitais do nível de um Albert Einstein ou, quando muito, da rede D'Or! A burguesia de chinelos não nos engana com o seu falso cheiro de povo.
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