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O BRASIL TENDE A SER PARQUE DE DIVERSÕES, NÃO UM PAÍS DESENVOLVIDO


A madrugada de 25 de junho de 2024 foi um pesadelo de oito horas para cerca de 300 famílias, na comunidade da Olaria, favela localizada no bairro de Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo. Foi uma tragédia sem mortos nem feridos, mas que destruiu 1.500 metros quadrados, deixando várias famílias desabrigadas. Doze caminhões do Corpo de Bombeiros foram enviados para combater as chamas, enquanto moradores ajudavam com baldes de água.

A tragédia se deu principalmente porque as casas eram de madeira. Foram horas de agonia e pavor, um pesadelo vivido fora do sono habitual, e que se tornou notícia na manhã do dia 25. Mas, infelizmente, o impacto da terrível notícia se evaporou com mais facilidade do que o fogo do incêndio.

Afinal, era dia do viralatismo cultural brasileiro se lembrar dos 15 anos de saudade do mediano ídolo estadunidense Michael Jackson, falecido em 25 de junho de 2009, superestimado no Brasil como um suposto gênio visionário, mas que no país de origem, os EUA, encerrou sua vida como subcelebridade e faleceu quando tentava recuperar sua carreira musical.

As pessoas que perderam tudo na favela localizada no Campo Limpo continuam no seu sofrimento, socorridas em uma escola utilizada como abrigo, traumatizadas com o ocorrido. Mas a notícia dessa tragédia caiu no esquecimento, num país em que a aprovação da descriminação do porte de maconha fez a festa das esquerdas médias identitaristas, esperançosas na consagração do uso recreativo dessa droga que causa transtornos mentais em seus usuários, como a euforia extrema, a insônia e a perda de concentração.

O tema está em uso pelos ministros do Supremo Tribunal Federal desde 2015 e, nas últimas semanas, a discussão e a votação foram retomadas. Houve um adiamento para visto da proposta de descriminalização, mas nesta semana as votações foram finalmente continuadas e o placar se tornou em seis votos a favor e três contra, faltando mais dois. Mas, tecnicamente, a proposta de descriminalização do porte de maconha está aprovada, o que permitirá o uso livre e pessoal da droga.

Em que pese a medida beneficiar os negros e pobres que sempre iam para a cadeia sob o pretexto de serem vendedores da droga, aparentemente tendendo a restringir a arbitrariedade policial tão caraterística nessas situações, a medida abre caminho para o uso recreativo, dentro do incômodo clima festivo que transforma o Brasil num grande parque de diversões.

Em outras palavras, a tão imaginada justiça social não irá acontecer, pois por um lado o entretenimento compulsivo, dentro do clima de positividade tóxica do Brasil de Lula 3.0, irá atingir níveis ainda maiores de consumismo, criando um contraste entre a precarização do trabalho de quem vende bebidas e lanches e o enriquecimento abusivo dos empresários do divertimento, seja de música brega-popularesca, sejam os festivais musicais em geral.

Para reforçar o "bom" momento em que vivemos, o "funk" persiste na sua choradeira "contra o preconceito", desta vez com o documentário Funk Favela, de Kenya Zanatta, que repete sempre o discurso chato em prol do gênero, sustentado pela "carteirada" da pobreza, um mito de pobreza que passa longe da realidade dramática dos moradores que perdem barracos em incêndios e têm até crianças e entes queridos mortos pela abusiva e truculenta ação policial.

O documentário ainda conta com o depoimento do professor Thiagson, um dos intelectuais "bacanas" descritos no meu livro Esses Intelectuais Pertinentes... e sua versão condensada Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa).... Com sua hipocrisia temperada de muito coitadismo, Thiagson tenta argumentar que não é a música ruim caraterística do "funk" brasileiro que causa rejeição, mas é a suposta origem social desse gênero que enriquece exorbitantemente DJs e empresários às custas da cosmética da "pobreza linda":

"Por que o funk incomoda? Incomoda por muitas razões. Tem o incômodo prático, da alta intensidade sonora, mas que é a superfície da coisa. Incomoda por mexer com as estruturas políticas. A maneira como se canta o crime, a maneira como se canta a sexualidade. A gente sabe que as pessoas não gostam não é da música em si, mas de onde ela vem.

A música representa grupos sociais. Quando a gente ouve rock, quando a gente ouve sertanejo, quando a gente ouve funk no Brasil, a gente já sabe qual é o grupo social que faz aquela música – e existem tensões entre os diversos grupos. No fundo, é o preconceito contra pobres favelados pretos de baixa renda".

Informação bastante mentirosa, verdadeiras fake news transmitidas pelo ambicioso acadêmico. Afinal, o negro pobre é visto sempre como um refém do "funk", mas a realidade mostra que a população pobre não se sente representada pelo gênero, só o "pobre de novela", que não vive as aflições das mães negras e pobres, aflitas de que suas filhas voltem dos "bailes funk" engravidadas e trazendo mais despesas para o orçamento asfixiado dos pobres da vida real.

E, o que Thiagson, que é branco e de classe média abastada, não sabe, é que o negro e pobre está gostando mais de samba de raiz, jazz e MPB e temos até o caso de um canal em ascensão, o PROGland, dedicado ao rock progressivo e ao classic rock, cujos membros são em boa parte negros e de origem humilde e realizaram a façanha de serem o primeiro veículo midiático brasileiro a entrevistar membros da icônica banda britânica Gentle Giant, extinta há 40 anos. Um dos vocalistas do grupo, o também tecladista Kerry Minnear, foi um dos entrevistados do PROGland.

Em contrapartida, quem adora "funk" é o pessoal burguês, branquinho, rico e europeizado, que frequenta locais como Jurerê Internacional, em Florianópolis, Trancoso, na Bahia, e Fernando de Noronha, no litoral pernambucano, maior beneficiado dessa estética hedonista cheia de mentiras supostamente progressistas. 

Enquanto a classe média abastada mergulha no divertimento compulsivo, na alegria tóxica e na total rendição aos instintos e impulsos animalescos, que os leva a comprar produtos sem ver o preço, a adquirir supérfluos e a consumir cigarros e cervejas em quantidades bíblicas, em muitos casos incluindo a maconha nesse cardápio hedonista, quem está fora dos festejos do período lulista atual pena.

São pessoas com dívidas até o pescoço e com um pé nos tribunais por não terem dinheiro para pagar os tributos e as despesas, gente que não tem casa ou vive em favelas e que, eventualmente, sofre o drama de perder tudo em incêndios como na favela da Olaria, no Campo Limpo, o que contraria o mito da "favela linda" que, durante duas décadas, esteve nas narrativas persistentes da intelligentzia consagrada pela "santíssima trindade" de Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna, e que tem em Thiagson seu mais recente, e desesperado, ideólogo.

O Brasil está virando um parque de diversões, embora as narrativas das esquerdas médias deslumbradas com o medíocre governo Lula 3.0, com muita persistência, tentem afirmar que nosso país se tornará desenvolvido, com "funk", subcelebridades e gente fumando, cheirando e bebendo álcool feito bestas feras comendo carniça.

E tudo isso, mais as lágrimas pelos 15 anos de perda do "rei do pop" Michael Jackson, acontece na "boa" sociedade, indiferente aos pobres da vida real que vivem seus dramas pessoais de extrema gravidade, coisas muito piores do que o "funk" e sua apologia à pobreza - a qual os funqueiros usam como pretexto para se enriquecerem às custas do entretenimento fútil - mostram de "contestação".

Há um Brasil pseudo-humilde que só serve para mascarar os interesses da burguesia enrustida. Enquanto isso, quem está fora da festa do lulismo 3.0 sofre um doloroso drama considerado invisível na sociedade atual. O Brasil nunca será um país desenvolvido de verdade, apenas uma pequena elite brincará de "primeiro mundo" dentro de seu parque de diversões de todo o sempre.

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