A CLASSE MÉDIA ABASTADA QUE SE ACHA "O POVO" CONTRIBUIU PARA O AUMENTO DO PIB COM SEU CONSUMISMO FRENÉTICO.
O governo Lula, no seu atual mandato, está muito estranho. Promete uma reconstrução em clima de festa, suas supostas proezas ocorrem de maneira fácil demais e extremamente rápida e isso causa ima euforia entre os lulistas que, de tão exagerada, chega aos níveis tóxicos de emoções baratas exaltadas a níveis estratosféricos.
Ou seja, há euforia e otimismo fora da realidade. O lulismo é como aquele canal do YouTube que tem um clube de assinantes que têm direitos plenos para usufruir de todo o conteúdo dessa “democracia” promíscua comandada pela pequena burguesia de esquerda junto aos neoliberais cordiais antes associados ao MDB constitucionalista e ao PSDB raiz.
A bolha lulista é esse “clube de assinantes VIP”, onde nem todo mundo pode ser “todo mundo”. A “democracia” de um homem só, o presidente Lula, só é reservada para uns poucos milhões de pessoas cheios de dinheiro e dotados de espírito festivo, para curtir esse “milagre brasileiro” em que um idoso bonachão substituiu os sisudos generais de pijama.
O “Brasil de todos” não é para todos. Não é para o miserável que dorme na calçada, o pobretão que vive nas incômodas favelas, o solteirão que fica em casa nos fins de semana, o camponês expulso das fazendas, o proletariado que agora deixou de ser puvido até pelas esquerdas médias e a ex-classe média tornada réu porque o desemprego as fez inadimplentes em relação às taxas de condomínio e outros tributos e contas.
Esses excluídos da vida real, que destoam do otimismo dos que detém as narrativas oficiais do lulismo, não usam Instagram e mal conseguem uma conta no WhatsApp para obter contato com algum recrutador de emprego. Não têm poder de formar opinião, seu realismo não presta, ao passo que as “gigantescas realizações” de Lula 3.0 não refletem no seu cotidiano em que os salários são baixos, os preços caros e as contas caras difíceis de serem pagas, porque o candidato a um emprego está desempregado porque foi passado para trás porque o comediante de estandape lhe puxou o tapete, inventando do nada uma falsa experiência profissional.
A notícia recente do governo Lula é que o Produto Interno Bruto cresceu 0,8 % no primeiro trimestre deste ano, atingindo 2,5 % no atual mandato. Os apoiadores de Lula saíram na euforia, porque, para eles, Lula é o Rei Midas de um Brasil estranhamente festivo, lúdico demais para um país em reconstrução, como se das ruínas se fizesse um palácio da noite para o dia.
A euforia lulista, que se reflete no entretenimento consumista que marca os roaring twenties à brasileira dos últimos anos, não admite visões realistas, a realidade é escrava da fantasia e qualquer esboço de realismo e pensamento crítico é visto como “pessimista” e “ressentido”.
Neste AI-SIMco dos tempos atuais, só é permitido contar piada, gargalhar, brincar, se divertir, dançar e consumir bens e instintos. O pensamento crítico não é punido com torturas, prisões e mortes, mas sofre o profundo desprezo público desta “sociedade do amor” que, quando quer, sabe também ser bastante odiosa e insensível.
O PIB atial cresceu, segundo informações do governo, porque o consumo aumentou devido à “expansão de renda dos brasileiros”. Sabemos bem, aqui fora da bolha carnavalesca do lulismo, que não é o operário de chão de fábrica, o sem-teto, o sem-terra e o inadimplente a caminho dos tribunais que contribuiu para isso.
Quem está feliz com Lula 3.0 e recebe os devidos benefícios é a classe média abastada, a burguesia enrustida disfarçada de “povo”, com tempo de sobra para moldar a realidade conforme suas vontades e seus desejos. Daí as narrativas nem tão realistas assim, com o pessoal extasiado sem perguntar se essa “reconstrução” foi fácil e rápida demais para apostarmos na recondução do Brasil ao posto de oitava economia do mundo e, daí, para o Primeiro Mundo, mesmo sob um cenário social e culturalmente deteriorado.
A euforia com o lulismo atinge níveis tão tóxicos que um pingo de realismo é ridicularizado de maneira impiedosa. Jovens infantilizados e domesticados pela mídia e pelo veneno sonoro da música popularesca (sobretudo trap e “funk”) e da MPB carneirinha (tipo Melim e Anavitória) riem e contam piadas enquanto um miserável em situação de rua dorme tristonho para esquecer por uns minutos o pesadelo real em que vive.
Mas se até gente com mais de 50, 60 ou mesmo 70 anos sente uma euforia com o momento atual em dimensões patológicas preocupantes, como se não bastasse a obsessão do próprio Lula em ser o “menino mimado da História”, vemos o quanto a ideia de “sonhar grande” que o próprio presidente brasileiro fala atinge níveis perigosamente extremos. O risco dos lulistas caírem da “nuvem nove” e tombarem no chão é grande. Mas não se oode dizer isso, senão a “boa” sociedade cancela e boicota.
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