O relato é fictício, formalmente falando, mas é algo que pode ocorrer, e muito, na realidade cotidiana, e mostra o quanto a tal "sociedade do amor", "humanista e democrática" é marcada de muito egoísmo. Um homem, desses "mauricinhos" pós-modernos, com cabelo cacheado e barbinha, passa pela rua e um pedinte, chorando, lhe suplica, aos prantos: - Piedade, amigo, estou passando dificuldades, você poderia me dar dinheiro para eu poder viver? Com uma cara mal disfarçada de aborrecimento, o sujeito, fazendo com uma das mãos o gesto de mandar o outro parar, tenta ser educado com as palavras e fala, ao mesmo tempo com calma e frieza: - Desculpe, meu caro, mas eu não tenho dinheiro. Estou sem grana pra te dar, me desculpe. O rapaz foi embora, enquanto o pedinte permanece em sua triateza sem fim. Até que o sujeito que recusou a dar dinheiro entrou num supermercado próximo e o pedinte, que voltou a se sentar na calçada, se levantou e foi observar o outro. O rapaz hav