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Mostrando postagens de julho, 2017

MUITO ESTRANHO O "FUNK", ORIGINÁRIO DE MIAMI, SE INSERIR NAS PAUTAS ESQUERDISTAS

A inclusão do "funk" na agenda das esquerdas é muito estranha. O ritmo, por mais que a intelectualidade "bacana" diga que tenha "sotaque afro-brasileiro", se inspirou claramente no miami bass  da Flórida, EUA. Sabe-se que a Flórida não é lá um bom ambiente para se expressar ideais socialistas. O local é reduto de latino-americanos de direita, inclusive cubanos anti-castristas, mas também jamaicanos, dominicanos e portorriquenhos, entre outros, de perfil bastante conservador. Evidentemente, são pessoas de elite ou de classe média, mas não parece que os intérpretes, produtores e o público de miami bass , associado às classes populares, esteja inclinado a algum ideal de esquerda. Talvez eles sejam do tipo neutro e despolitizado, embora não seja impossível haver os chamados "pobres de direita", sobretudo anti-castristas, no gênero. Sabe-se que o miami bass  é um ritmo abertamente comercial, seu esquema profissional é precarizado, e nos

TV LINHAÇA: OS ERROS DO "FUNK"

Texto questionando a imagem do "funk" promovida por seus defensores. Também enumera os maiores defeitos do "funk", que condicionaram a rejeição que o ritmo recebe da sociedade.  

"FUNK" QUER OFUSCAR O DEBATE DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

O "FUNK" DEU UMA GRANDE PEGADINHA AO PEGAR CARONA NO PROTESTO ANTI-IMPEACHMENT  DE 17 DE ABRIL DE 2016. No texto passado, comparamos o "funk" ao Cabo Anselmo, líder da Revolta dos Sargentos que ocorreu em 1963-1964. Vale detalhar aqui como os dois episódios serviram para desviar o foco dos debates públicos dos movimentos sociais. São ambos eventos de pura espetacularização e de criação de polêmicas que desnorteiam as discussões. Naquele biênio de 1963-1964, João Goulart propunha a reforma agrária, a reforma universitária, o limite da remessa de lucros ao exterior e outras medidas em prol das classes populares. Eram tempos em que as reformas iam em favor do povo e não contra ele. Aí veio a tal revolta liderada por Cabo Anselmo que superestimou e tratou, de maneira espetacularizada, direitos específicos de militares de baixa patente. Isso desviou o foco. De repente, a intenção passou a ser, primeiro, discutir se sargentos poderiam ser candidatos a ca

A LUTA DO "FUNK" PARA DESTRUIR AS ESQUERDAS NO BRASIL

FURACÃO 2000 FEZ ENFRAQUECER UMA DAS ÚLTIMAS MANIFESTAÇÕES QUE TENTAVAM SALVAR O MANDATO DE DILMA ROUSSEFF, EM 17 DE ABRIL DE 2016. Algo muito estranho está acontecendo. Toda vez que o governo Temer ou qualquer situação de interesse dos plutocratas entra em aguda crise, os funqueiros se infiltram nas esquerdas para fazer o proselitismo de sempre. Aquela "choradeira" apelando para o coitadismo, usando alegações ligadas à pobreza e à negritude, lançando mão de um papo-cabeça que bate na mesma tecla dos argumentos conhecidos. Tipo "combate ao preconceito", "expressão das periferias" e desculpas que vão da "alegria" à "geração de empregos" (isto lembra reforma trabalhista). Parece ser de propósito. Toda vez que Temer cai, os funqueiros vão logo bancar os "bons amigos" dos esquerdistas, com uma tendenciosa "solidariedade" visando, a princípio, apenas o dinheiro que um possível retorno do PT ao poder irá ser

AINDA SOBRE A COMPLACÊNCIA DOS ERROS DE "GENTE IMPORTANTE"

IMAGINE SE A PRAIA DE COPACABANA FOSSE PRIVATIZADA E FECHADA PARA O PÚBLICO? Os brasileiros médios ficam complacentes com os erros gravíssimos cometidos por pessoas consideradas "importantes". É o político conservador que pratica um grande esquema de corrupção, desviando grandes somas de dinheiros públicos para as elites político-empresariais. É o juiz que interpreta as leis de forma leviana ou tendenciosa, camuflando seus equívocos graves com alegações do mais puro juridiquês. É o empresário que reduz salários e direitos dos trabalhadores porque "não quer ver sua empresa falir". É o ídolo religioso que comete desonestidades mas se protege por trás de crianças e velhos pobres e se julga "em contato direto com Deus". É o famoso, não muito a celebridade, mas sobretudo a subcelebridade - em época de mediocridade, até as celebridades soam como subcelebridades - , que se envolve em escândalos que mais parecem divertir do que afligir as pessoas.

A CARTEIRADA MORAL QUE ASSOLA O BRASIL

Ainda vamos ouvir falar de "carteirada moral" ou dos "quenuncas". A banalização da noção de que "todo mundo erra" e a ostentação desta ideia por parte de certas pessoas revela a triste realidade do nosso país. É a desigual preocupação das pessoas com os erros alheios. Desde que Michel Temer assumiu o poder, uma realidade desafia seriamente a percepção das pessoas, que passaram a ter uma preocupante despreocupação com as coisas da vida. Pouco antes, esse mesmo pessoal se enfurecia só de ver uma foto ou imagem de Lula ou Dilma Rousseff, uma só que fosse de cada um. Hoje vemos erros da mais extrema e nociva gravidade, que podem afetar as vidas dos brasileiros, e as pessoas nem estão aí. Andando pelas ruas, as pessoas em boa parte fazem a gente pensar que elas vivem no paraíso. Vemos políticos expressarem abertamente graves preconceitos sociais, de maneira violenta, como os Bolsonaro, e as pessoas ainda dão atenção a eles no Twitter, Facebook

GÍRIA "BALADA": DE JARGÃO DE RICOS À NOVILÍNGUA MIDIÁTICA

A estranha gíria "balada", que não tem pé nem cabeça e não aceita ter a vida efêmera e grupal de uma gíria, tem tudo a ver com 1984  de George Orwell. A gíria, que define tão vagamente a vida noturna - pode ser uma apresentação de um DJ como um jantar entre amigos - , é o símbolo da novilíngua midiática. As pessoas não percebem, porque, aparentemente, qualquer pessoa fala e se o amigo tal e a amiga qual falam, a gíria é "espontânea" e surgiu como o ar que respiramos. Infelizmente, poucos percebem que é na cultura que existem as maiores armadilhas da corporação midiática. Talvez por acidente ou boa-fé, até setores das esquerdas às vezes acabam falando o "sotaque da Globo". Pois "balada" é o exemplo da novilíngua de 1984 , uma mudança arbitrária de vocábulos e significantes visando empobrecer a linguagem. Com um vocabulário mais precário e simplório, as pessoas teriam uma linguagem mais superficial, e com os vocábulos decididos "

ROMERO JUCÁ E COMPANHIA OBSTRUÍRAM A JUSTIÇA, SIM

Há três dias, a Policia Federal divulgou o relatório de inquérito sobre as conversas do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney. Numa estranha conclusão, a PF alegou que os peemedebistas não obstruíram a Justiça nas investigações sobre esquemas de corrupção da Operação Lava Jato. A PF admitiu "eventual intenção" de obstrução, mas alegou "não haver materialidade da intenção". Ignorou que tal intenção já estava sendo aplicada sutilmente pelo governo Temer. Mas sutilezas "não são materialidade", não é mesmo? Para quem analisa as coisas de forma imediatista e aparente, isso faz sentido. A conversa entre Jucá e Machado, que custou um cargo daquele no "ministério de notáveis" de Michel Temer, deixou clara a intenção. Aliás, a própria derrubada da presidenta Dilma Rousseff faz parte desse processo. Ela, na verdade, estava combatendo a corrupção, mas isso não era coisa para

'ESTABLISHMENT' CAETÂNICO... OU LAVIGNIANO?

O grande problema do Tropicalismo não é sua competência artística e sua provocatividade, que criaram momentos bastante interessantes, há 50 anos. Neste sentido, o Tropicalismo, em muitos aspectos, havia atualizado o espírito modernista de 1922 para o contexto da Contracultura, do psicodelismo e do hippismo dos anos 1960-1970. Outra virtude é a capacidade de se tornar jovial mesmo depois da velhice, e é inegável a surpreendente jovialidade de Caetano Veloso, a caminho de completar 75 anos de idade. O problema foi sempre o acolhimento da chamada "cultura de massa", que poucos admitem ser um perverso processo de exploração comercial da cultura popular. O apoio dos tropicalistas à bregalização cultural acabou influindo na degradação da cultura popular, apesar daquela desculpa da "diversidade cultural". Essa desculpa parecia verossímil, quando a tese da "geleia geral" prometia debater a cultura popular apreciando até mesmo o "lixo cultural&quo

HENRIQUE MEIRELLES DORMINDO, PATO DE VOLTA, KATAGUIRI E OUTRAS DESVENTURAS

ÀS VEZES ATÉ HENRIQUE MEIRELLES, COM SONO, NÃO AGUENTA OUVIR MICHEL TEMER FALAR. Com o Brasil no comando do Mercosul, o presidente Temer foi para a Argentina. Depois de impor um aumento do imposto sobre a gasolina, o que pode agravar ainda mais a crise econômica, Temer foi para o exterior brincar de ser líder mais uma vez. Fez a mesma fala de sempre, mas como são mentiras de sempre. Durante a fala, se viu Henrique Meirelles dormindo e tentando se manter acordado, com aquela cara pesada de muito cansaço e tédio. A fala de Temer nem precisava de misturador de voz, embora não fizesse diferença se colocasse, já que o discurso do presidente foi oco. Para sugestão de um som para o misturador, se poderia usar o ronco de Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do governo temeroso. Assim, se Temer quiser falar sobre "esquemas confidenciais", poderia jogar no aparelho de som o ronco de seu dedicado ministro, como um dos ruídos para abafar os vazamentos. Se bem que mis

MICHEL TEMER COMETE IMORALIDADE

O presidente Michel Temer está cometendo imoralidade para se manter no poder. Compra deputados, transforma ministros em parlamentares provisórios para votar a favor do presidente, dá dinheiro para quem quiser ou puder mantê-lo no poder. O governo está se tornando mesquinho, não bastasse o carisma nulo de Temer e sua indiferença quanto à impopularidade de sua pessoa. O Brasil está há tempos desgovernado, e é preocupante a despreocupação de muitos brasileiros. Pelo menos da classe média que antes batia panelas e ia para as ruas teleguiados por um pato de borracha. Manifestações contra Temer existem, mas ainda é muito pouco. Ontem, houve manifestações em várias capitais do país, sendo a principal em São Paulo, que contou com vários políticos do Partido dos Trabalhadores e membros de vários movimentos sociais. Embora em quantidade significativa, ainda não é decisiva para derrubar o temeroso governo. Deveria haver mais e sair um pouco do ideologismo petista. Não que Lul

DAVI NÃO REBOLOU NEM "DESCEU ATÉ O CHÃO" PARA ENFRENTAR GOLIAS

Hoje ocorrem mais uma etapa de manifestações contra Temer, as reformas e outros atos da plutocracia, em várias cidades do Brasil. Cabe, portanto, uma reflexão. Surgem muitas discussões a respeito da falta de ativismo popular nos últimos tempos. O governo Temer virou uma tragicomédia de erros gravíssimos, piores do que os erros do governo da antiga titular, Dilma Rousseff, e não há panelaços, não há pressão popular ou coisa parecida. As manifestações contra Temer ocorrem, mas parecem protestos pontuais. Eles trazem efeito relativo, de grande descontentamento popular, mas insuficiente para acuar o presidente temeroso, que parece triunfante governando às costas do povo. O Poder Legislativo também aprova propostas que não somente contrariam os interesses populares, mas também causam profundos arranhões às leis e até à Constituição Federal de 1988. E o que se observa é que, nas esquerdas, há o vício da espetacularização dos protestos populares. Diferente do Primeiro Mundo

SURREAL: REFORMA TRABALHISTA PERMITE ATÉ CRIAR "EMPRESA-FANTASMA!"!

Nisso que dá haver as passeatas do pato de borracha e das camisetas da CBF. Abriu-se caminho para um governo marcado de retrocessos sociais. Em quase dois anos, o Brasil passou a viver uma comédia surreal. Uma série de propostas contrárias à qualidade de vida da população passaram a prevalecer. Preconceitos sociais antes à beira de se tornarem crimes hediondos, e alguns até considerados inafiançáveis, voltaram a ser abertamente expressos. Até defender a redução salarial é feito sem pudor por muita gente nas mídias sociais. E aí veio a defesa da reforma trabalhista do governo Michel Temer, que representa todo esse obscurantismo high tech . Temer jura que a reforma "irá modernizar" as relações entre patrões e empregados. O temeroso presidente, da mesma forma, disse que "vai preservar" os direitos dos trabalhadores. No entanto, é aquele jogo psicológico: a reforma trabalhista "libera o caminho" para os patrões fazerem o que quiserem. Os

ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO E O ESTRANHO PROSELITISMO

Um caso muito estranho que marcou o ano de 2005 foi o proselitismo que o mercado fez às esquerdas através da via cultural. Sabe-se que setores de centro-direita se infiltraram nas esquerdas médias para impor o mesmo "popular demais" que dominava na mídia hegemônica. 2005 era o ano de dois filmes em que se pregava um "dirigismo cultural" às forças progressistas. Um foi o documentário Sou Feia Mas Tô Na Moda , feita por uma ex-jornalista da Rede Brasil Sul (RBS), Denise Garcia. O documentário, sobre as intérpretes de "funk carioca", teve o patrocínio não creditado da Globo Filmes, até para evitar monopólio do mercado. A Globo já havia produzido o outro filme, Os Dois Filhos de Francisco , de Breno Silveira, ex-diretor de clipes da antiga MTV Brasil. O filme é uma biografia em forma de dramaturgia da dupla breganeja Zezé di Camargo & Luciano. De perfil conservador, a dupla foi empurrada para as esquerdas médias apenas por um pequeno e ten

A QUEDA DE BRAÇO DE LULA E SEUS OPOSITORES

O Brasil está muito desmoralizado. As instituições estão todas sofrendo colapso, e a crise de 2013-2016 só aumenta. A chamada plutocracia e quase tudo que representa o alto da pirâmide social está em crise. A crise atinge tudo: prestígios de diploma, fama, poder político, poder empresarial, religião, técnica, visibilidade. Mas a ganância ainda movimenta esses setores. Até religiosos lutam para terem a posse da verdade e se acham portadores do passaporte para o Paraíso. A grande mídia, em decadência, ainda comemora suas vitórias de Pirro como se isso fosse recuperar a reputação perdida. A Rede Globo vive sempre dizendo que o Jornal Nacional "aumentou a audiência". Mentira: compraram-se estabelecimentos comerciais para sintonizar o programa. Recolhe-se o número de frequentadores desses estabelecimentos, e, pronto: você pode até dormir numa sala de espera de um consultório, se a TV está ligada no JN, você é "espectador" do mesmo. E aí a grande mídi