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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

O CAMINHO INSEGURO E SOMBRIO PARA O BRASIL

RAUL JUNGMANN E MICHEL TEMER - SAUDADES DE 1964. A saída do chefe da Polícia Federal, Fernando Segóvia, da chefia da Polícia Federal, foi um fato recente e menor. Segóvia não foi um membro influente do governo Temer e parecia apto a falar dos escândalos de propina no porto de Santos, reduto do temeroso Michel Temer. Segóvia se expôs demais ao pedir o arquivamento do processo contra o presidente relacionado ao caso, alegando que "não há indícios de crime" e depois de, em outro inquérito, perguntar se uma "única mala" seria suficiente para acusar Temer de envolvimento. O esquema se refere à favorecimento de uma empresa nos contratos operacionais no porto de Santos. Aparentemente, Raquel Dodge dispensou o depoimento de Segóvia e o Supremo Tribunal Federal leva o processo contra Temer adiante, sob os cuidados do relator Luís Roberto Barroso. Pelo andar da carruagem, é um processo que vai dar em nada, mas que se seguirá apenas para "mostrar serviço&quo

FICOU MAIS DIFÍCIL GUEVARIZAR O "POPULAR DEMAIS"

Difícil encarar o comercialismo fácil do "popular demais" ou brega-popularesco como se fosse uma suposta causa bolivariana ou guevarista. Mesmo o "sertanejo", abertamente conservador e alinhado com os políticos de direita, chegou a receber tentativas de abordagem falsamente esquerdista. A ideia dos intelectuais "bacanas" que defendem o "popular demais" é bem clara. Esqueçam o talento dos intérpretes. O palco é só um detalhe. Se a plateia é superlotada, contém pobres, negros e LGBT, qualquer um que estiver no palco é tido como "libertário". Durante muito tempo prevalecia essa ideia e tive muita dificuldade em questioná-la, porque eu era um "patinho feio" na mídia esquerdista de 2010-2014. O caso Procure Saber foi um divisor de águas e revelou as posturas complexas entre artistas e escritores. A revelação se deu nem tanto pelo conflito entre quem defendia biografias não-oficiais ou as rejeitava, mas por alguns det

JORNAL DO BRASIL VOLTOU ÀS BANCAS COM MORAL ALTA

O retorno do Jornal do Brasil às bancas foi uma das melhores notícias ocorridas na grande imprensa brasileira. Num momento em que os grandes jornais estão substituindo a prática jornalística pelo panfletarismo reacionário, o JB veio com a promessa de recuperar o jornalismo de verdade. Um jornalismo com mais profissionalismo e menos vaidade, procurando honrar os fatos, ainda que jornalistas, redatores e articulistas possam ter opinião. Isso porque a honestidade jornalística, o respeito aos fatos, estava caindo. O Jornal do Brasil havia deixado de ser impresso em 31 de agosto de 2010. Sobreviveu, até anteontem, somente na Internet. O jornal O Dia, que sobrou como principal rival de O Globo, não cobriu a lacuna do JB. Se esforçava na editoria política, mas culturalmente O Dia era muito popularesco. Nos últimos anos O Dia até tornou-se sutilmente reacionário. Fora das bancas, o Jornal do Brasil pelo menos não participou da maré reaça que envolveu O Globo, Folha de São Pa

O QUE CIGARRO, ERVAS DE PASSARINHO, FAVELAS E POLUIÇÃO TÊM A VER COM CHUVAS NO RJ? MUITA COISA!

O Rio de Janeiro, digo a região metropolitana que inclui a capital e cidades vizinhas - como Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense - , vive no verão o mesmo pesadelo de sempre, as tempestades da estação. Constantes trovoadas, chuvas intensas, alagamentos e deslizamentos diversos, várias mortes. Isso influi até na queda de energia elétrica e no trânsito das cidades. Trata-se de um drama que possui um diagnóstico pouco generoso (na melhor das hipóteses) para os cariocas. Esse triste quadro é um retrato de muitos vícios que permitem essa lamentável situação ambiental. Primeiro, o excesso de favelas, motivados pela exclusão imobiliária, que se tornam estruturas suburbanas caóticas e ecologicamente predatórias. Se amontoam casas precariamente construídas, sob o preço de derrubar árvores e plantas e fazer queimadas nos matagais. Isso elimina muitas árvores que poderiam, com a fotossíntese, "limpar" o ar que circula no Grande Rio. O clima é quente e seco, e se

EXÉRCITO NAS FAVELAS: SEGURANÇA OU REPRESSÃO?

O que deu todo o golpismo político de 2016. Nas comunidades pobres do Rio de Janeiro, agora todo mundo é suspeito, inclusive crianças, até que se prove o contrário. É o inverso do princípio constitucional de garantia da integridade humana e do direito de defesa. O Exército está policiando as favelas cariocas e está pegando muito pesado. Todos os moradores estão sendo revistados. São fichados e terão que pedir autorização até para sair para o trabalho. Terão que mostrar as fotos nos documentos. Os dados não tem destino definido. Falta transparência. Fala-se apenas que é para controle do trânsito dos moradores, e só. Isso é um horror. O Exército está trazendo mais medo e insegurança para a população. E não está resolvendo o problema da criminalidade. Os tiroteios estão ocorrendo com mais intensidade. A população pobre está sentindo o clima de 1964. Quando terminou o Horário de Verão, há uma semana, houve até uma piada que circulou nas mídias sociais: "Termina

50 ANOS APÓS ATAQUE À UNB PELA DITADURA, MINISTRO DE TEMER CONDENA DISCIPLINA SOBRE "GOLPE DE 2016"

O ministro da Educação do governo Michel Temer, José Mendonça Filho (DEM-PE), afirmou anteontem no seu perfil no Facebook que irá acionar a Justiça para impedir a realização do curso "Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil". A disciplina é organizada pelo professor Luís Felipe Miguel (foto acima), da Universidade de Brasília, também responsável pelo ensino. Miguel tem 51 anos e era um bebê quando a mesma instituição foi atingida por outra ação golpista. Tropas da ditadura militar, em 29 de agosto de 1968, invadiram a universidade, reprimindo e prendendo professores que lutavam contra o regime militar. Era o auge dos movimentos estudantis, iniciados em 1966 depois que o ministro da Educação e acadêmico paranaense Flávio Suplicy de Lacerda, ainda no governo Castelo Branco, divulgou um programa privatizante e tecnocrático de Educação. Esse programa era feito em parceria com a até hoje existente Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internaciona

JÁ PENSOU EM REMOVER SUAS TATUAGENS UM DIA?

Alguém já imaginou na hipótese de remover sua tatuagem um dia? A mania das tatuagens é um modismo, e um dia irá acabar. Sabemos que isso vai doer nas pessoas, que irão reagir com indignação, achando que isso não é modismo, é "filosofia de vida", "estilo de personalidade" e outros papos fáceis. Vão usar a choradeira do "preconceito", desculpa para as pessoas fazerem o que quiserem, criando a "Contracultura do umbigo". Na "Contracultura do umbigo", as pessoas carregam demais no hedonismo e usam a desculpa do "preconceito" para se acharem acima do tempo, do espaço e dos contextos do momento. Mas a realidade é que o uso de tatuagens nem de longe significa vanguarda ou atitude de rebeldia. Pelo contrário, quanto mais tatuada a pessoa for, mais cafona ela acaba sendo. Além do mais, a tatuagem coloca o Brasil num contexto em que se equipara à virada dos anos 1940 aos 1950 nos EUA. Nessa época os estadunidenses pass

ATÉ QUE PONTO OS CARIOCAS DEIXARAM A INTERVENÇÃO CHEGAR AO RJ?

A intervenção militar ainda não foi oficialmente implantada no Rio de Janeiro porque a medida depende de aprovação do Legislativo. Mas tudo indica que a medida será para valer, até o fim deste ano. Polêmicas à parte, pergunta-se até que ponto o Rio de Janeiro deixou que isso acontecesse. Violência sem limites? Falta de verbas públicas para o Estado e sua capital? Descaso das autoridades? Corrupção? Seria lugar comum considerar esses motivos, porque a coisa é ainda mais complexa. O Rio de Janeiro paga por excesso de pragmatismo, em vários aspectos acomodado na satisfação com o básico ou mesmo com o precário. Ao mesmo tempo narcisista, conservador, conformista, consumista e submisso às autoridades. É um coquetel social que envolve funqueiros, bolsomitos, cyberbullies , fanáticos por futebol e pessoas que, para ouvir música, recorrem à zona de conforto do hit-parade . Desde os anos 90, o Rio de Janeiro jogou no lixo a sua antiga imponência, a sua vocação de resistência,

INTERVENÇÃO NO RIO AGRAVA A CRISE DO GOVERNO MICHEL TEMER

Michel Temer é um grande canastrão político. Não tem competência nem representatividade para governar o país, só lançou ideias retrógradas e provocou inúmeras confusões. É um verdadeiro canastrão, com pinta de ator no papel de vampiro de filmes B. Afinal, Temer não tem o talento de um Bela Lugosi, a quem é muito comparado na aparência. Temer é canastrão demais. No papel de estadista, chega a ser insuportável no seu orgulho de ser impopular. Pois ele agora, vendo seu mandato-tampão chegar ao fim, precisa deixar um "grande legado". Ele seria o último ato da trilogia "econômica" de sua "Ponte para o Futuro", na verdade uma "pinguela para o passado". A reforma da Previdência, que iria completar a reforma trabalhista e o corte de verbas públicas nessa trágica trilogia "contra a recessão", que na prática é contra os trabalhadores, está emperrada. Há risco da tal reforma, na verdade uma deforma, não poder sair. Ficará mofand

A INTELECTUALIDADE QUE DESCONTEXTUALIZA A CRÍTICA AO "POPULAR DEMAIS"

Oficialmente, qual a diferença entre a música comercial e a música não-comercial no Brasil? A diferença é que a música comercial é não-comercial e a música não-comercial é comercial. Vá entender. Hoje vivemos a era do ultracomercialismo na música brasileira, com Jojo Toddynho, Pablo Vittar e Anitta, no qual se consolida o tão almejado, há 50 anos, vínculo com o hit-parade  estadunidense, e a hora é da grande mídia e dos intelectuais "bacanas" defenderem o establishment  comercial. A choradeira é a mesma: "sucessos populares" que historicamente receberam ataques de críticos musicais, "movidos pelo preconceito". Embora parta de jornalistas, intelectuais e acadêmicos tão "bonzinhos" com o "popular demais", na esperança de que o jabaculê de hoje vire o folclore do amanhã, eles acionam a munição quando se fala de críticos da música brasileira de sucesso. Não sobra alvo: são os "intelectuais muito inteligentes", as &quo

TV LINHAÇA - PROPAGANDA DO LIVRO DESCASCANDO MIOLOS

Este é o vídeo de propaganda do meu livro, DESCASCANDO MIOLOS, que contém vários textos publicados na Internet (mas alguns já fora do ar) e outros tantos entre inéditos e raros. Para quem quiser conhecer temas de interesse para a cultura alternativa, é uma boa pedida. O endereço para adquirir é esse:  https://www.amazon.com/DESCASCANDO-MIOLOS-cultura-alternativa-Portuguese-ebook/dp/B077KM1XVV/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1518914034&sr=8-1&keywords=descascando+miolos Ajudem a prestigiar meu trabalho, adquirindo o livro. Vejam o vídeo e tenham uma boa leitura!

O RIO DE JANEIRO DECADENTE E SOB INTERVENÇÃO

O Rio de Janeiro paga hoje o "pragmatismo" que adotou nos últimos 25 anos. A obsessão por fenômenos, medidas e personalidades que representassem o atendimento a necessidades básicas das básicas deixou o Rio de Janeiro naufragar. Afinal, como muitos dizem, de básico em básico, se vai abaixo do básico. Aquela conversa de que "não é aquela maravilha, mas até que é bom demais" fez a qualidade de vida despencar até na classe média alta. A raivinha de cyberbullies  que criavam blogues de ofensas contra quem questiona o "estabelecido" também estabeleceu sua conta. Os valentões digitais, primeiro, brigavam com seus discordantes e chamavam seus amigos para surrarem juntos o "miguxo" da temporada. Depois, porém, os valentões brigavam com seus próprios aliados e também apanhavam na Internet. Isso quando não eram denunciados por crimes digitais. Essa raivinha mostra que o Rio de Janeiro parou no tempo. Duas ocorrências mostram isso, num Es

LUCIANO HUCK NÃO VAI SE CANDIDATAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Aparentemente, Luciano Huck desistiu de ser candidato à Presidência da República. Até o fechamento deste texto, ele não havia dado um comunicado oficial, mas antecipou esta posição à jornalista Sônia Racy, colunista de O Estado de São Paulo. Huck recusou-se a comentar sobre o assunto. "Preciso digerir a decisão", afirmou o apresentador. Na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, veio a notícia de que Huck está muito triste com a desistência. "Vou ali chorar um pouquinho e já volto", disse Huck aos amigos, segundo nota na coluna. Com a desistência, também perde efeito o processo do PT contra Huck, Fausto Silva e a Rede Globo, por conta de uma entrevista com o apresentador e Angélica que sugeriu propaganda política subliminar e antecipada. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Napoleão Nunes Maia, considerou que o apresentador declarou não ter intenção de concorrer à Presidência da República e por isso arquivou o processo movido pelo senad

ESTÁ A CAMINHO UMA "ESQUERDA CALDEIRÃO"?

Reportagem da Folha de São Paulo da última segunda-feira deu o sinal. Segundo o texto , Luciano Huck tende a atrair segmentos do lulismo, garantindo votos de setores de esquerda simpáticos a ele. Huck costuma ser diplomático com as esquerdas e evita ataques frontais a Lula. Chegou, de forma tendenciosa, a aparecer em fotos ao lado do ex-presidente. Apesar de recentemente denunciado por pegar dinheiro do BNDES para comprar um jatinho, conforme informação revelada por Fernando Brito, do Tijolaço, Huck continua em alta. O jatinho foi comprado em nome da Brisair Serviços Técnicos Aeronáuticos Ltda., empresa de propriedade de Luciano Huck e da esposa e colega de ofício, Angélica Ksyvickis. O preço pago pelo avião foi de R$ 17,71 milhões, considerado barato para um avião desse porte. Trata-se de um avião Phenom 505, cujo prefixo traz um trocadilho com o nome do apresentador: PP-HUC. Só falta botar um "K" no final. O bem foi adquirido dentro do Finame, programa de f

PARAÍSO DO TUIUTI: VICE COM SABOR DE PRIMEIRO LUGAR

A apuração do Carnaval 2018 de hoje foi diferente da de antes. Não se tratava de um mero rodízio de medalhões dos desfiles, como as grandes escolas de samba mais conhecidas. Trata-se de um "duelo" entre a favorita da Rede Globo, a Beija-Flor de Nilópolis, e a Paraíso do Tuiuti, a mais popular. Evidentemente, a plutocracia vibrou com a vitória da escola de samba da Baixada Fluminense. Mas a Tuiuti teve, no vice-campeonato, um sabor extra de vitória. Em 2017, a escola de São Cristóvão, bairro carioca, teve um carro alegórico acidentado, matando uma pessoa, a jornalista e radialista Elizabeth Ferreira Jofre, a Liza Carioca, e ferindo 19. E, em tempos temerosos, lançou um samba-enredo de risco, com o desfile criado pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. O tema era a escravidão, com o título "Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?". Por ironia, um dos autores do enredo, o sambista Moacyr Luz, foi assaltado quando se dirigia à Marquês de Sapucaí. O

A PEGADINHA DA MÚSICA DE LÉO SANTANA NAS ESQUERDAS

Infelizmente, as esquerdas ficam complacentes com o tal "popular demais" da música brega-popularesca. Acham que um simples sucesso radiofônico pode significar uma "revolução bolivariana" que vai levar Lula para a Presidência da República nas próximas eleições. Superestimam a presença de um grande público de negros, mestiços, pobres e LGBT na plateia, como se isso em si fosse uma revolução socialista. Mas não é. Quem é que não garante que aquelas plateias superlotadas só estão ali por consumismo e seguem as "ordens" da rádio FM mais ouvida, "popular" mas oligárquica? Uma pegadinha recente fez os petistas "pirarem", nesses tempos carnavalescos que ora se encerram. O cantor Léo Santana, no seu trio elétrico, foi cantar uma música chamada "Vai dar PT". "Vai dar PT, vai dar / Vai dar PT, vai dar", foi o refrão contagioso. Aí as esquerdas morderam a isca. De repente Léo Santana virou cabo eleitoral de Lula

PARAÍSO DO TUIUTI FEZ O RÉQUIEM DO GOVERNO MICHEL TEMER

Domingo foi um Carnaval bastante festivo, mas até que relativamente mais alegre do que se esperaria nesse ano sombrio de 2018. Fora os arrastões, assaltos e outros incidentes registrados, pelo menos, no Rio de Janeiro e Niterói - pelo menos é o que eu consultei na mídia, deve haver atos assim em outras cidades - , o Carnaval esteve bastante alegre. No Carnaval carioca, nota-se a repercussão que se deu no Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Tuiuti, escola de samba sediada no bairro carioca de São Cristóvão. O enredo se chama "Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?", de autoria de Cláudio Russo, Anibal, Jurandir, Moacyr Luz e Zezé. As alegorias e fantasias foram feitas pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. Seu enredo aparentemente, falava apenas de escravidão, descrevendo seu histórico transformado em letras de música, alegorias e encenações. Havia desde representação de escravos amarrados e açoitados até pessoas "vestindo" a fantas