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Mostrando postagens de maio, 2018

O PERIGO DA FASE "BOLSONARO PAZ E AMOR"

A pior mania do brasileiro médio é guiar-se pela catarse. Em dado momento, ele pensa mais nas suas convicções pessoais e nos seus desejos imediatos e se esquece do país. Até diz que "se lembra do país" e que "pensa, acima de tudo, pelo Brasil", mas é o Brasil que ele vê no umbigo, como se este fosse o círculo azul da bandeira brasileira. O que mais preocupa é que pessoas assim não aceitam serem contrariadas. Daí o valentonismo que se observa da parte de quem odeia ser contrariado. O perigoso fenômeno de Jair Bolsonaro, agora "amenizado" em seu discurso, preocupa o país. Uma parcela de conservadores, muitos deles jovens, e que se acha "dona da verdade", vem com um monte de desculpas para defender a eleição de Bolsonaro, que, se vir a ocorrer, será uma espécie de "intervenção militar" sob o aparato de voto livre. Sempre quando estoura a crise no Brasil, uma parcela narcisista de brasileiros, à qual reivindica a posse absolu

POR QUE O BRASIL ADORA DIVINIZAR PESSOAS DE TRAJETÓRIA IRREGULAR?

Há um estranho currículo de certas pessoas, instituições ou fenômenos adorados por uma considerável, e não obstante majoritária, parcela da sociedade. São pretensos "heróis" de trajetória confusa, que se ascenderam de maneira arrivista, cheia de irregularidades, não raro preocupantes e vergonhosas. A estranha catarse popular, que reduz o brasileiro médio, sobretudo cariocas, paulistas, paranaenses e gaúchos médios, a "morsas do Alasca" a se divertir se jogando para a morte no despenhadeiro, produz esse estranho tipo de "herói". Um dos casos mais notórios envolve uma religião, que, se não fosse a seletividade de nossa Justiça, estaria na galeria de seitas problemáticas que, no exterior, revelaram a Cientologia e o NXIVM. E o Espiritismo brasileiro que não mediu escrúpulos de trair, com gosto, as lições de prudência do pedagogo Leon Rivail, conhecido pela alcunha de Allan Kardec. Rebaixado a um exílio de católicos de orientação medieval que não

RIO DE JANEIRO E SUA DEFESA APAIXONADA DE CAUSAS FURADAS

MORSAS MORRENDO DEPOIS DE ROLAREM PELO ABISMO NO ALASKA - Metáfora para o efeito manada que está estragando com o Rio de Janeiro e com o Brasil. O Rio de Janeiro é, em boa parte, culpado pelo golpe político de 2016, que resultou nessa crise que culminou com o protesto dos caminhoneiros. Isso parece indelicado, preconceituoso, precipitado. Mas não é. Embora existam reacionários e valentões em todo o Brasil, a maioria dos manifestos de reacionarismo e valentonismo ( bullying ) vem justamente do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro sofreu retrocessos de toda ordem nos anos 1990, mas uma década depois esses retrocessos passaram a, estranhamente, ganhar adeptos fanáticos. Em São Paulo também ocorreu isso, mas não da forma sistemática que o RJ, onde os valentões chegam a ter um processo gradual de humilhação do outro das redes sociais às ruas. Para defender causas furadas - que vão de rádios pseudo-roqueiras à intervenção militar, da pintura padronizada dos ônibus à coisificação

ADMIRAÇÃO DE CANTOR DO ARCTIC MONKEYS POR LÔ BORGES ENVERGONHA FMS DE POP ADULTO

O SOL ENTROU NA CABEÇA DE ALEX TURNER (E), DOS ARCTIC MONKEYS, PELA MÚSICA DE LÔ BORGES. Depois do fim da MPB FM, rádio dedicada à música brasileira no Rio de Janeiro, as FMs de pop adulto acabaram comendo poeira nos últimos dias. Isso porque, quando divulgou o lançamento do sexto álbum dos Arctic Monkeys, o vocalista e guitarrista da banda britânica, Alex Turner, manifestou ter sido influenciado por ninguém menos que o cantor mineiro Lô Borges. O novo álbum, intitulado  Tranquility Base Hotel & Casino , teve uma lista de influências, pelo menos de parte do vocalista e principal compositor, divulgadas pela revista Mojo. A lista já embaralha o público brasileiro médio, mesmo o de rock, que bovinamente deve ficar assustado por não conter aqueles "sucessos" e "ídolos" que eles estão acostumados a curtir. SEM HITS  FÁCEIS - Lista de músicas ouvidas por Alex Turner confundiriam as mentes do público médio que costuma ouvir música no Brasil. Mesmo quand

A GREVE DOS CAMINHONEIROS E A AGONIA DO GOVERNO MICHEL TEMER

Pela primeira vez, Michel Temer admitiu que não pode governar para si mesmo. Até pouco tempo atrás, Temer governava para si e seus pares. Impunha medidas e subornava quem ele pudesse para obter o apoio necessário para a realização das mesmas. Pagava a grande mídia para argumentar à população como as medidas nefastas do seu governo eram "benéficas" ao povo brasileiro. Foi assim que ele empurrou goela abaixo a reforma trabalhista e o congelamento dos gastos públicos. Quando foi empurrar a reforma previdenciária, já tinha uma margem de oposição que complicava a realização de seus projetos elitistas. Agora, quando há uma greve dos caminhoneiros por uma série de motivos, Temer aprendeu a ceder. Ele tenta agora atender às reivindicações, tentou reduzir o preço do diesel, prometeu resolver o problema dos reajustes dos combustíveis, que eram diários, e atender algumas reivindicações dos caminhoneiros, sejam eles patronais ou autônomos. Mas Temer tem limites para suas

'BAILE DA FAVORITA' CONFIRMA: "FUNK" É TEMER!

Às vezes mesmo colunas de fofocas conseguem fazer algumas revelações. Na coluna de Léo Dias, do jornal O Dia, feita pelo mesmo comentarista do Fofocalizando do SBT, mais uma revelação de que o "funk" está no ritmo da plutocracia há muito tempo. Depois que entrevistou o DJ Tubarão, que entregou que a Rede Globo, através de Xuxa Meneghel (então estrela da casa e cujos programas serviam de vitrine dos famosos de então), foi decisiva no sucesso do "funk", outra novidade veio à tona. O Baile da Favorita, da promoter Carol Sampaio, que apresentou o "funk" para as elites, recebeu uma verba poderosa do Governo Federal, através do Ministério da Cultura. E é uma verba inédita, um valor maior do que o baile poderia antes ter recebido. A notícia está toda aqui e mostra que o "funk" nunca teve a ver com as forças progressistas do país. Ele sempre foi uma "leitura" das classes populares feita pelo "deus mercado" e pela mídia v

QUANDO A EMANCIPAÇÃO FEMININA É PATROCINADA PELO MACHISMO 'LIGHT'

Que a questão da emancipação feminina no Brasil é surreal, isso é verdade. Aqui, as mulheres com apelo popularesco e que seguem o receituário machista da coisificação sexual estão dispensadas até de viver um namorico curto, quanto mais ter um marido. Já as mulheres que fogem dos valores do machismo e buscam se afirmar com ideias interessantes e relevantes são "aconselhadas" a ter um marido, geralmente um empresário, executivo ou profissional liberal. No contexto brasileiro, isso é um processo duplo de higienização e desmobilização social. Nas classes pobres, se desestimula o casamento até mesmo de pessoas afins. Até o fato de um rapaz da favela sair para jogar bola com os amigos é fator de repulsa para as jovens de seu meio. No entretenimento popularesco, há uma enxurrada de "solteironas" de corpos siliconados e sensualidade excessiva. Podem ser funqueiras, dançarinas de "pagodão" ou alguma outra de apelo "mais popular", tem que ha

TV LINHAÇA - A GREVE DOS CAMINHONEIROS E A CRISE NO BRASIL

Comentário sobre a greve dos caminhoneiros e a crise vivida pelo Brasil nos últimos tempos.

QUANDO A CARIDADE SE REBAIXA AO "CATIVEIRO" SOCIAL

Não é preciso analisar muito para sabermos por que o chamado Espiritismo brasileiro se tornou uma religião bastante reacionária e extremamente retrógrada. Esta religião, que eu segui entre 1984 e 2012, e que nunca trouxe de positivo para minha vida, é, na verdade, uma gigantesca, aberrante e vergonhosa traição. Ela se desenvolveu no Brasil traindo de maneira irresponsável e leviana os ensinamentos da Doutrina Espírita original, desenvolvida pelo pedagogo Leon Rivail, o Allan Kardec, em prol de uma repaginação do Catolicismo medieval português, introduzido no Brasil pelos jesuítas. Pior: a doutrina brasileira vomita no prato servido pelo pedagogo e depois lhe bajula e alega seguir com fidelidade canina o seu legado. Segundo os críticos do que se conhece como deturpação espírita, evocou-se um jesuíta, o Padre Manuel da Nóbrega, que ganhou um codinome e virou "protetor" de um arrivista que se ascendeu com mais habilidade do que os antigos picaretas Marcelo Nascimento

A GREVE DE CAMINHONEIROS COMPLICOU O TRÂNSITO E A ECONOMIA, MAS TAMBÉM O PAÍS COMO UM TODO

Demorei a escrever sobre a greve dos caminhoneiros porque preferi acompanhar os noticiários. Ontem à noite governo e a referida categoria profissional entraram em acordo para suspender a greve, pelo menos por 15 dias, e criou-se uma promessa de encerrar a paralização hoje. Aparentemente, até a edição deste texto, os protestos continuam. O assunto é muito complexo, a manifestação, repentina, e os efeitos ainda mais complicados do que se imagina. O protesto, por incrível que pareça, não é para derrubar o governo Michel Temer, mas para, entre outras coisas, abater as alíquotas do óleo diesel. O movimento instabilizou de forma grave o país. Mas de maneira tão complexa que eu esperei os fatos ocorrerem para eu escrever a respeito. O fato é comparável, em impacto, ao das manifestações de junho de 2013. Estas manifestações de cinco anos atrás foram polêmicas. Consta-se que elas impulsionaram o golpe de 2016, mas acredito que, em primeiro momento, elas estavam realmente acima

O CAMINHO QUE DERRUBOU UM MEMBRO DA ABL PARA MERVAL PEREIRA NELA ENTRAR

HUMBERTO DE CAMPOS, O ESCRITOR USURPADO POR OBRAS FAKE  E MERVAL PEREIRA, O JORNALISTA FAKE  QUE ENTROU NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. O Brasil é um país doente. Acha que está assumindo uma postura nobre ao abrir mão de seus próprios tesouros e a aceitar óbitos, em boa parte prematuros, de nossos grandes gênios. Mas se apega, de maneira febril e psicótica, aos entulhos materiais e humanos, e se ofendem quando dissemos que até nossos facínoras e assassinos também adoecem e morrem. O país é tão doente que, não raro, trai a coerência e a justiça social para criar uma "realidade oficial" ao sabor das conveniências e interesses de uns poucos privilegiados e arrivistas. E isso envolve muita coisa. A literatura, por exemplo. Vemos o caso surreal, típico de comédia de Luís Buñuel, do escritor maranhense Humberto de Campos. O autor se situa no intervalo entre a geração do fim do século XIX, de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, e a geração de 1945, de Carlos Drummon

A HABILIDADE DE ALBERTO DINES DE ENFRENTAR OBSTÁCULOS

Felizmente, Alberto Dines não faleceu sem intervir na sociedade nos últimos anos, comandando o Observatório da Imprensa que significou um fórum de debates da mídia em geral. Ele fez o possível para suprir nossa atualidade com suas lições de vida, além do legado do passado em que ele enfrentou sérias limitações do empresariado midiático. Dines pagou o preço várias vezes com sua preocupação ética e com o compromisso social com a informação, mas ele preferiu a honra. Naquela época se podia deslocar de um veículo jornalístico para outro, e havia jornalistas com mentalidade mais progressista. Dines faleceu com 66 anos de jornalismo profissional, uma experiência significativa e batalhadora, rica e instigante, testemunhando a vida cotidiana que havia nos tempos em que se escreviam textos pela máquina datilográfica. Havia escrito um texto para o blogue Anos 50, 60 e 70 para Principiantes , com uma breve biografia profissional do jornalista, e passei algumas horas escrevendo e pesq