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Mostrando postagens de julho, 2015

PARA DIMINUIR CRISE, EDITORA ABRIL USA REVISTA PARA PARCERIA COM IOGURTE

IOGURTE NÃO SÓ DESTACA O LOGOTIPO DA REVISTA BOA FORMA, COMO TAMBÉM MOSTRA NO CRÉDITO O NOME "EDITORA ABRIL". Em grave crise econômica e com os anúncios de que o senador e ex-jogador de futebol Romário e o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, pretendem processar a revista Veja, a Editora Abril tenta evitar a falência com uma parceria publicitária inusitada. Através da revista Boa Forma - dedicada a ginástica e dietas para manter a forma física, mas curiosamente ganhando da Playboy na qualidade das mulheres da capa (na BF, elas são bem mais sensuais) - , a Editora Abril formou parceria com a Verde Campo, fabricante dos iogurtes sem lactose LacFree, para interagirem na publicidade. O contrato publicitário da série LacFree Boa Forma é destinado a lançar os sabores do iogurte tipo Grego da marca, e como se sabe o faturamento será compartilhado pela revista, o que representa uma arrecadação de dinheiro para minimizar a crise vivida pela editora. É, portan

IDIOTIZAÇÃO CULTURAL NÃO É RUPTURA DE PRECONCEITO

WESLEY SAFADÃO, VOCALISTA DO GRUPO DE FORRÓ-BREGA GAROTA SAFADA. Infelizmente, a falta de uma intelectualidade cultural de esquerda permitiu que visões contrárias à natureza progressista fossem levadas à tona, e o debate cultural saiu corrompido e prejudicado por abordagens tidas como "provocativas". O que se viu foi uma intelectualidade alienígena, vinda de veículos da grande mídia reacionária, que pegaram carona em jornalistas dissidentes que realmente passaram a ter uma visão esquerdista e se infiltraram na mídia de esquerda para jogar nela seus preconceituosos conceitos "sem preconceito" a respeito do que eles entendiam como "cultura popular". Quem procurava ler os periódicos esquerdistas com atenção, sem a pressa de pessoas que, em plena correria, só "pescam" palavras-chave em textos longos, veria a aberrante diferença entre textos coerentes trazidos por pessoas como Emir Sader e Rodrigo Vianna, e o neoliberalismo festivo e tendencio

JOVEM PAN FM E REDE GLOBO POPULARIZARAM GÍRIA "BALADA"

Não é à toa que, há oito anos atrás, um bando de "coxinhas" me esculhambou surgindo de dentro da comunidade "Eu Odeio Acordar Cedo", no Orkut. Os aprendizes de Reinaldo Azevedo defendiam a gíria "balada" e transformarem meu espaço de recados num pastiche de chat com mensagens em bloco de vários internautas com ironias, xingações e ameaças. É o mesmo que se foi feito, por exemplo, contra Maria Júlia Coutinho, uma das poucas que mostram competência dentro da perigosa maré reacionária da Rede Globo, capitaneada pelo sombrio Ali Kamel. Gente que se combina para mandar mensagens numa mesma hora, por iniciativa de algum valentão, só para desmoralizar e arruinar quem não pensa igual a esse "rebanho". Não por acaso, o que as pessoas não conseguem perceber e pouco se fala, até mesmo na mídia de esquerda - cujo pecado é de se pautar demais no noticiário político - , sobre as armadilhas que se faz sob o rótulo de "cultura" e que escondem pe

NO BRASIL, OS JOVENS PRECISAM TER MAIS DISCERNIMENTO

FILHO DO GRANDE ALMIR SATER, GABRIEL SATER SE RENDE A CANASTRÕES DO "SERTANEJO". "Pai, chiclete de bola dá em árvore?", é o que parecem perguntar os mais jovens que não possuem discernimento entre o que é comercial e o que é artístico. Parafraseando um comercial de operadora de TV por assinatura, existe "arte e cultura" e existe "tipo arte e cultura" que as gerações mais novas pensam que é a mesma coisa. Dá dó. Nos meus tempos de escola, na década de 1980, os adolescentes e pré-adolescentes tinham melhor discernimento do que os universitários de hoje. Aqui não se separa o joio do trigo porque até os antropólogos com pós-PhD tentam nos fazer crer que o joio é parte inseparável do trigo e que os bugalhos já contém o alho na sua própria palavra. Difícil nadar contra a corrente contra esses acadêmicos e outros intelectuais "bacanas" dotados de muita visibilidade. Se eles dizem que o "funk" é "cultura de qualidade"

RÁDIOS ROCK OU RÁDIOS "ROCK IN RIO"?

Comparando as propagandas do Rock In Rio e de seus produtos associados - como uma rede de postos de gasolina que mostrava "metaleiros" debiloides - com os eventos de relançamento da 89 FM (SP) e da Rádio Cidade (RJ), tenho a constatação que as duas estão mais para "rádios Rock In Rio" do que para rádios de rock. Jovens de boa aparência, um tanto mauricinhos, botando a língua para fora e fazendo o sinal do demo com as mãos, rebeldes caricaturais mostrando seus braços cheios de tatuagem, entre outros tipos bastante convencionais, como aqueles pais de família grisalhos que têm medo de irem ao Lollapalooza sozinhos, e só vão para acompanhar os filhinhos. São estereótipos de roqueiros de boutique ou de simpatizantes "musicalmente ecumênicos", desses que adoram comemorar o Dia Mundial do Rock que o mundo não comemora. E que fazem com que se derrubem as ilusões que durante cerca de 20 anos cercaram as supostas "rádios rock". Hoje os tempos muda

GERAÇÕES MAIS NOVAS SUPERESTIMAM SONS COMERCIAIS

PABLO DYLAN, NETO DE BOB DYLAN, ATRIBUIU VALOR "REVOLUCIONÁRIO" AO ARROZ-DE-FESTA KANYE WEST. As gerações mais recentes não tendem a ver diferença entre sons comerciais e outros de valor artístico. Desde os anos 1990, essa noção, que parece "libertária" ou "democrática", revela a falta de discernimento que a overdose de informações faz na juventude, e a supremacia das FMs pop na influência de suas vidas. Um exemplo é o neto de Bob Dylan, Pablo Dylan, que está no começo da faixa dos 20 anos. Ele parece ser um artista bem intencionado, e pode ser que seu talento até cresça com o decorrer dos tempos, mas ele tem sua boa-fé em relação ao hip hop recente, mais carregado de pretensão do que de musicalidade e criatividade. Pablo produziu nomes recentes do gênero, se diz influenciado por Drake e alegou que, quando ouviu Kanye West, "sua vida mudou". Ele diz que o hip hop é o "novo rock'n'roll", "uma música que quer dizer

RÉGIS TADEU ALERTA PARA O FASCISMO NA INTERNET

Até pouco tempo atrás, os encrenqueiros on line estavam em alta. Como trogloditas isolados em suas cavernas, eles urravam contra tudo aquilo que era o contrário que essa turma retrógrada acreditava. "Patrulheiros" do establishment , essa moçada esnobava até para as mais realistas advertências contra seus abusos. Houve gente que defendia da gíria "balada" à pintura padronizada nos ônibus, da "roqueira" Rádio Cidade às mulheres-frutas, e que, quando contrariada, chamava sua "tropa-de-choque" em alguma comunidade nas mídias sociais para esculhambar o discordante. Era assim. De repente, a vítima via sua página de recados transformada em uma paródia de chat, com internautas grotescos despejando, em quantidades "industriais", ironias, sarcasmos, xingações e ameaças. Quando a situação saía do controle, o "valentão" que lidera o triste espetáculo de humilhações virtuais produz um blogue de ofensas em que pega tudo de sua vít

RIO DE JANEIRO NÃO SABE AINDA FAZER PÃO DE MILHO

O Rio de Janeiro já está sendo alvo de muitas queixas pelo seu surto de provincianismo que havia desde os anos 1990, mas que se tornou intenso nos últimos cinco anos e culminou pela "destacada" figura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que leva às últimas consequências o autoritarismo já presente em Eduardo Paes e companhia. Esse provincianismo se reflete em diversos aspectos. Sobretudo na música, em que o Brasil do samba que viu surgir a vibrantemente inovadora Bossa Nova agora sucumbe à "monocultura" do "funk", que aos poucos empurra o samba dos morros para o isolamento nos gostos paternalistas das elites econômicas e acadêmicas. No mercado, a surpreendente lentidão dos gerentes de supermercados em repor os estoques de vários produtos assusta, porque o Rio de Janeiro integra uma região central de fabricantes e distribuidores de produtos e, no entanto, a renovação dos estoques de muitos produtos é digna de mercadinhos de alguma c

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A MÚSICA BRASILEIRA?

MARIA BETHÂNIA É TALENTOSA, MAS ESTÁ FICANDO BASTANTE REPETITIVA. O que está acontecendo com a MPB autêntica? Ela está ficando autorreverente, com excesso de homenagens e tributos que dão calafrios, porque dão a impressão de despedida, de fim da MPB, que em breve poderá entregar os pontos ao mais escancarado comercialismo musical brasileiro. Isso é de arrancar os cabelos. Os talentosos artistas da MPB verdadeira - aquela que não depende de plateias lotadas para ser bem-sucedida, é MPB com M de música maiúsculo - se perdem revisitando repertórios, fazendo tributos intermináveis, em vez de fazer algo novo, que atingisse o grande público sem se vender para a breguice disponível no caminho. Enquanto o brega-popularesco fica superlotado de intérpretes, com um verdadeiro exército de duplas "sertanejas", funqueiros, axézeiros, "pagodeiros" e tudo o mais, tantos ídolos e tão iguais uns aos outros que, quando um se desgasta, o outro entra no lugar, a MPB parece canta

ADEPTOS DA RÁDIO CIDADE (RJ) ANTECIPARAM REACIONARISMO DA JOVEM PAN

OUVINTES DA RÁDIO CIDADE FINGEM ODIAR AÉCIO NEVES E REINALDO AZEVEDO. MAS ADORAM, E MUITO. Conscientes do perigo que correm, as rádios "roqueiras" 89 FM, de São Paulo, e Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, tentam fugir da sombra da Jovem Pan FM como o diabo foge da cruz. Ultimamente, a principal rádio pop do Brasil, agora se fundindo com a Jovem Pan AM devido à ameaça de extinção da Amplitude Modulada, tornou-se um dos maiores redutos do reacionarismo midiático. Controlada por Tutinha, a Jovem Pan FM liderou o paradigma de linguagem e mentalidade das FMs consideradas "jovens". Com vinhetas "espaciais" nas propagandas, locução frenética sob um fundo musical eletrônico e alucinado, propagandas com vozes quase cavernosas e programação que incluía humorísticos e muitas promoções, a Jovem Pan 2 marcou época com tudo isso nos anos 90. De forma explícita, as "rádios rock" passaram a copiar todos os seus trejeitos. É claro que a mentalidade pop cont

IPHAN FOI TOMADO POR "ATLETAS DE CONCURSO"?

Recentemente, 31 casas antigas foram demolidas no Centro Histórico de Salvador. A medida causou muita polêmica, já que o IPHAN autorizou a destruição das casas, duas delas oficialmente consideradas patrimônio histórico. A alegação é de que as casas não tinham qualquer valor, individual ou histórico, que justificassem a preservação. Técnicos do IPHAN e da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), da Prefeitura do Salvador, alegaram que as casas estavam condenadas e em avançado estado de deterioração. Se as casas estavam condenadas, tudo bem. O grande problema é que isso acaba servindo de desculpa para liberar espaço para a especulação imobiliária, que irá construir edifícios totalmente diferentes aos anteriores, sem qualquer significação histórica e causando uma poluição visual em relação ao contexto da área. Afinal, o Centro Histórico não é o Iguatemi. Não é a Av. Tancredo Neves nem o Caminho das Árvores, ou o entorno da Barra e Graça. Sei que reconstruir as casas à semelhanç

APOIO DE SETORES DA ESQUERDA A FERNANDO COLLOR É PERIGOSO

Desde que agentes da Polícia Federal foram autorizados por Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, a vasculhar as casas de vários acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, investigado pela Operação Lava-Jato, entre eles, o senador Fernando Collor de Mello, uma situação surreal aconteceu. Outros envolvidos que tiveram suas casas vistoriadas foram Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), o ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA), o ex-ministro e senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e o ex-deputado João Pizzolati (PP). Buscas foram feitas em várias capitais, como Brasília, Maceíó, Salvador e Rio de Janeiro. Por incluir Fernando Collor de Mello, conhecido ex-presidente da República, setores da esquerda brasileira adotaram uma situação estranhíssima de sutil solidariedade. Sob o pretexto de que o Senado Federal reclamava de não ter havido um mandado judicial de busca e apreensão, e que Collor dizia ter se oferecido para dep

MORRISSEY E AMANDLA STENBERG MOSTRAM O QUANTO O BRASIL ESTÁ DEFASADO

O que um cantor inglês de 56 anos, ex-vocalista de uma das maiores bandas dos anos 1980, tem em relação a uma atriz negra de 17 anos que se tornou conhecida pelo blockbuster juvenil Jogos Vorazes (The Hunger Games) ? Diretamente, nada, a não ser a brilhante sensatez que, em diferentes ocasiões, Morrissey e Amandla Stenberg deram em seus depoimentos, que mostram que, em relação ao Brasil afogado na areia movediça do provincianismo nos últimos 25 anos, o mundo está a mil léguas na frente do nosso país tão narcisista. Vamos primeiro à Amandla. Ao ver uma foto da modelo Kylie Jenner - integrante da "milionária" família Jenner-Kardashian que se tornou um dos principais clãs de sub-celebridades da atualidade - no Instagram, usando trancinhas feitas no estilo da cultura negra, a jovem atriz - conhecida por ser amiga íntima de Kiernan Shipka , de Mad Men - , fez o seguinte comentário: "Adereços de negros são bonitos. Mulheres negras não são. Mulheres brancas são modelo

"SERTANEJOS" E FUNQUEIROS CARREGAM NO PRETENSIOSISMO

Sabemos que ser brega, na verdade, é sempre ser o último a saber. Os bregas originais eram pessoas que, de forma caricatural e forçada, seguiam modismos que, na verdade, eram passados ou rotineiros. Houve, nos anos 1970, até arremedos de "MPB jovem" que, na verdade, são carregados de cafonice. Desde os anos 1980, o brega foi carregado de pretensiosismo de "arte séria". Poucos percebem o quanto é irritante que, nos últimos 30 anos, os bregas passaram a querer serem levados a sério demais. Muito pior e mais deplorável do que o pretensiosismo que praticamente "matou" o rock progressivo, porque, neste caso, os músicos tinham talento e conhecimento de causa. A partir daí, vieram novas abordagens do brega-popularesco musical. Vieram os neo-bregas, uma fusão entre o brega "arrumadinho" de Michael Sullivan e Paulo Massadas e a MPB pasteurizada de Lincoln Olivetti e Robson Jorge. Conhecidos ídolos "sertanejos" e "pagodeiros" sur

"DIA MUNDIAL DO ROCK" FOI UMA MENTIRA FABRICADA NO BRASIL

ASTROS POP CONVENCIONAIS, COMO GEORGE MICHAEL, TAMBÉM SE APRESENTARAM NO LIVE AID DE 1985. Hoje não vou ouvir rock. Vou entrar no clima de sábado à noite e ouvir pop dançante, inclusive disco music , em protesto contra esse tal Dia Mundial do Rock, que nunca foi uma data que eu tivesse o interesse de comemorar, sendo mais o Dia do Roqueiro Estereotipado. Pouco diz a referência de surgimento dos Rolling Stones em 1962, porque, apesar da grande importância da banda para a história do rock, a data não chama a atenção dos leigos como fator de comemoração. Isso porque os dois fatos não são a razão principal da criação do Dia Mundial do Rock, mas apenas desculpas para "amarrar" o dia que foi inspirado no aparentemente filantrópico evento Live Aid, realizado há 30 anos, que não foi um festival necessariamente de rock, embora a sugestão da escolha da data tenha sido dada pelo músico inglês Phil Collins (pai da deliciosa atriz Lily Collins). O problema é que o Live Aid tinha