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Mostrando postagens de dezembro, 2014

OS "MALAS" BRASILEIROS DE 2014

O Brasil se marcou com um atraso retumbante que transforma o Sul e Sudeste, antes referências de progresso sócio-cultural, em antros de breguice e de reacionarismo político-tecnocrático-midiático. Há tanto os "coxinhas" que vieram pedindo intervenção militar como seus similares mais "positivos", os "quenuncas" ou "coxinhas do bem" que promoveram "deitaços" em defesa da embriaguez. Tomado pela mediocridade cultural que atinge até a MPB autêntica - hoje perdida em intermináveis homenagens e tributos, como se fosse se extinguir a qualquer momento - , o país mostrou seus "malas sem alça" diversos, que quase puseram o país a perder. Quase, porque, pelo menos, há reações na Internet contra tais pessoas, algo que nem a patrulha troleira consegue deter. Fizemos aqui uma lista dos maiores "malas" de 2014, gente que fez o país ficar mais chato e sem graça, ou que simboliza perspectivas piores para nosso país, por suas p

PARA PESSOAS DO COMEÇO DOS 60, LOLLAPALOOZA É MAIS BARATO QUE BAILES NO COPACABANA PALACE

Boa oportunidade para os homens e mulheres que começam a viver os 60 anos arejarem os ouvidos e modernizarem sem medo a trilha sonora. Pesquisa pela Internet indica que, por mais caros que sejam, festivais de música jovem são bem mais baratos do que bailes nostálgicos como os do Copacabana Palace. Um baile do Copacabana Palace, conforme um balanço feito no último carnaval, os preços variavam entre R$ 1.800 até quase R$ 3 mil. Para 2015, não deve ser diferente. Já um festival como o Rock In Rio, a ser realizado em setembro de 2015, os preços anunciados variam entre R$ 160 e R$ 320, aproximadamente um décimo do baile de carnaval do "Copa". O Lollapalooza 2015, a ocorrer em março próximo, o preço anunciado para um dia é de R$ 290. Dois dias de evento custam, portanto, R$ 580, um terço do preço mais barato cobrado no "baile do Copa" no ano que se encerra. Isso significa que custa muito caro pessoas dos 60 anos, nascidas na primeira metade da década de 60, aprec

INCOMPETÊNCIA DAS "RÁDIOS ROCK" MOTIVOU CRISE DO ROCK NAS RÁDIOS

SKANK - Único nome do Rock Brasil (e, por adoção, da MPB), a estar nas 100 mais tocadas pelas rádios brasileiras. Com uma certa boa-fé, o jornalista Ricardo Alexandre, em sua coluna , acredita na virada de jogo das rádios "roqueiras" 89 FM (SP) e Rádio Cidade (RJ) na crise do gênero nas músicas mais tocadas nas rádios brasileiras. Ele não consegue acreditar que o próprio perfil e a linguagem das duas emissoras são responsáveis em parte pela crise que vive o rock - ainda mais quando a 89 e a Cidade retomaram rigorosamente todos os erros que as derrubaram em 2006 - e as duas rádios possuem uma bela parcela de culpa que favorece breganejos e funqueiros a estarem no topo dos listões radiofônicos. As duas rádios demonstraram total incompetência. Mas, no Brasil, como o que vale é o que se diz, o primeiro autoproclamado de plantão é o maior representante de alguma coisa, temos que aceitar essas duas "coxinhas" em FM como representantes máximas e ideais do radialism

CLASSE DOS MÚSICOS DEVERIA REAGIR QUANDO A MÍDIA CHAMA GRUPOS VOCAIS DE "BANDAS"

SER MÚSICO DE UMA BANDA NÃO É TAREFA FÁCIL. Tem vezes que certas instituições ou classes adotam posturas um tanto bovinas, relativizando certos absurdos alegando que "os tempos são outros". É o caso de agora chamar qualquer grupo vocal de "banda", numa tradução equivocada do termo inglês band , que no caso dos grupos vocais deve ser traduzido não como "banda", mas como "conjunto" ou, quando muito, "bando". A classe dos músicos fica indiferente à atitude da mídia em geral, principalmente a de celebridades e a mídia voltada para o público juvenil, de chamar grupos vocais de "bandas", dentro daquela percepção um tanto apressada e confusa dos conjuntos musicais. Dói nos olhos e nos ouvidos quando alguém chama, por exemplo, o Menudo de "banda". O grupo foi marcado por ter somente cantores-dançarinos, que nem sequer compunham as músicas. Pior: vários de seus sucessos tinham apenas uma base de teclado, Mas o Brasi

A TURMA DOS 1950 DEVERIA VIVER O ASTRAL DOS ANOS 80

O que causa indignação entre certos homens e mulheres ilustres que chegam à casa dos 60 anos, nascidos na primeira metade da década de 1950, é sua mania de parecerem mais velhos, mais maduros e mais vividos do que realmente são. Médicos, economistas, empresários e advogados dessa geração chegam mesmo a dedicar metade de suas palestras para expressar aquilo que Rui Barbosa e Carlos Heitor Cony descreveram sobre a saudade dos tempos não vividos. Rui Barbosa declarou, em sua vida, ter saudades do tempo em que não viveu, sentimento que, décadas mais tarde, foi definido por Carlos Heitor Cony como melancolia. Não que seja proibido ou reprovável sentir saudades pelos tempos não vividos, mas a turma born in the 50s exagera na dose. Eles vivem dando a impressão de que eram adultos nos anos 1950 e que conviveram com os intelectuais que faziam vibrar a boemia da época, como Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Sérgio Porto, Otto Lara Rezende, Vinícius de Moraes, entre tantos outros. Querem d

CANASTRICE DOS BREGAS NÃO TEM LIMITES

É DESTA FORMA QUE OS HAWAIANOS QUEREM INVADIR A MPB. A canastrice dos bregas não tem limites. Numa época em que a MPB autêntica desapareceu das rádios - quase não dá sinais nas 100 mais tocadas do país, com a única exceção do Skank - , os bregas de várias gerações investem no pretensiosismo, no pedantismo e alguns usam até factoides escandalosos para se autopromoverem, como Rick & Renner, Gian e Giovani e Edson & Hudson. Também preocupa a promoção à "MPB de verdade" de canastrões neo-bregas arrumadinhos, como Chitãozinho & Xororó (com direito a massacrar as músicas de Tom Jobim), Alexandre Pires, Belo, Péricles, Leonardo, Daniel e Zezé di Camargo & Luciano, quando eles somente pensam que MPB é uma mera questão de misturar plateias lotadas com ambiente de gala. Os neo-bregas ficam enrolando gravando covers de MPB autêntica e sendo "tão artísticos" quando os calouros de reality shows musicais, que usam e abusam do oversinging , que é aquele m

SUPERMERCADOS PÃO DE AÇÚCAR SUBSTITUEM FILIAIS DO EXTRA NO GRANDE RJ

SUPERMERCADOS EXTRA JÁ PERDERAM FILIAIS COMO A DA AV. SETE DE SETEMBRO, EM NITERÓI, AQUI EM FOTO DE 2012 DO GOOGLE STREET VIEW. Melhorias aconteceram no grupo controlador das redes de supermercados Extra e Pão de Açúcar. Visando melhorar os serviços, as filiais dos Supermercados Extra localizadas em várias cidades do Grande Rio de Janeiro começam a serem substituídas pela marca Pão de Açúcar, do mesmo grupo empresarial, visando mudar seu conceito de atendimentos e vendas. Em Niterói, depois de muitas reclamações relacionadas à filial dos Supermercados Extra na Av. Sete de Setembro, no Jardim Icaraí, agravadas por incidentes como o vazamento de esgoto na seção de padaria, foram feitas obras de melhorias e repintura, além das mudanças estéticas que transformaram o estabelecimento numa nova filial dos Supermercados Pão de Açúcar. A marca Pão de Açúcar já estava presente em Niterói através da filial da Rua Dr. Paulo Alves, no Ingá. Assim como o antigo Extra do Jardim Icaraí e outra

A "MODERNIDADE" DO ATRASO

O Brasil vive ainda o complexo de vira-lata. Quer ser o último a saber e mesmo assim achar que caminha para a frente e antecipa tendências. Essa postura esquizofrênica complica a situação no país, quando até o moderno se dilui num paradigma que mais parece retrógrado. Se você acha o programa Chaves sinônimo de humorismo revolucionário e pensa que a disco music é música do outro mundo, pode crer, você é um desses atrasados de plantão que pensam ser as pessoas mais modernas e vanguardistas do mundo. Mas não dá para dizer que uma pessoa dessas é atrasada. Ela vê o mundo com seu próprio umbigo, a vanguarda é o seu ego, a atualidade é o seu reflexo no espelho, essa pessoa vê as coisas conforme suas convicções pessoais. Pode viver numa caverna que ela se julga conectada com o mundo. O mundo é que se conforme com o juízo narcisista dessa pessoa. O Brasil está atrasado até mesmo no aspecto lúdico. Só agora, com Patrícia Marx e Letícia Sabatella a reboque, que as curtições que há 40,

REACIONARISMO DOS DEFENSORES DA RÁDIO CIDADE PREOCUPA

Nervosos por causa da baixa popularidade do rock no mercado radiofônico brasileiro - o fato do ritmo ter raras colocações nas 100 mais tocadas nas rádios e, ainda assim, abaixo do 50o. colocado - , os defensores da Rádio Cidade mais uma vez demonstram intolerância às críticas. Diante de uma notícia, nas mídias sociais, de uma parceria entre uma rádio da Região dos Lagos e da Rádio Cidade, critiquei o fato de que a rádio só vai tirar ouvintes de outras emissoras, de pop e brega-popularesco, porque não vai atrair um público roqueiro. Com isso, os defensores da Rádio Cidade, de maneira reacionária, passaram a me criticar. "Ele deve ter tomado um tarja preta", reclamou um internauta nervosinho, querendo dar a falsa impressão de que o nervosismo era eu (talvez ele saiba o nome do remédio tarja preta que ele tomou ao saber que o rock anda em baixa e os roqueiros não ouvem Rádio Cidade). Outros, irritados, não suportavam mais uma onda de discussões. A onda de reacionarismo

PESSOAS DESPREZAM HIGIENE NUM SUPERMERCADO EM NITERÓI

Fiquei pasmo com o pouco caso das pessoas com a higiene. Eu estava, há cerca de um mês - tarde do dia 24 de novembro - , fazendo compras com meu irmão na filial niteroiense dos Supermercados Guanabara e eu, sentado num banco no corredor, vi um saco de supermercado voar de um balcão de caixa e cair no chão. Fiquei cerca de três minutos esperando que alguém pegasse o saco caído no chão e ninguém deu a iniciativa. Todos passavam indiferentes, como se aquilo fosse algo natural, ninguém sequer foi pegar o saco e colocá-lo de volta ao balcão. Claro, se fosse uma nota de dinheiro ou um talão de premiação da Mega Sena, haveria quem pegasse rapidinho, mas como é um saco de supermercado, ninguém sequer agiu. Se fosse um papel de bala ou alguma bola de papel qualquer, daria na mesma indiferença. No Rio de Janeiro eu noto esse comportamento bovino, passivo, das pessoas, de deixar lixo no chão. Ninguém se mexe, e em três minutos depois que tentei observar as pessoas diante de uma saco

ROCK TEM PIOR DESEMPENHO NAS RÁDIOS BRASILEIRAS. MPB NEM APARECE

O COLDPLAY MOSTRA O MÁXIMO QUE O ROCK ATINGIU AS RÁDIOS BRASILEIRAS...UMA AMARGA 53a. COLOCAÇÃO!! Nunca o segmento rock esteve tão em baixa e nunca as chamadas "rádios rock" tiveram tanto fracasso. Uma pesquisa divulgada no portal G1, na semana passada, mostra que o rock, seja brasileiro ou estrangeiro, teve o pior desempenho nas rádios brasileiras desde 2000, segundo registra a Crowley, instituto que pesquisa os sucessos radiofônicos de cada época. O rock brasileiro, sem uma banda nova representativa - apesar das "ambiciosas" rádios 89 FM, de São Paulo, e Cidade FM, do Rio de Janeiro, estarem há um bom tempo no ar, o suficiente para impulsionarem uma nova cena roqueira no país - , amarga as piores condições, não chegando sequer ao 80o. lugar das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras. Para piorar, nas cem mais tocadas, as bandas consideradas de Rock Brasil que aparecem nas rádios seguem um som mais ameno, mais pop, como Skank e Jota Quest (cujo rótulo

A "ESQUERDA" QUE GEORGE SOROS TANTO GOSTA

As "esquerdas médias" desconhecem as armadilhas que estão dentro de seus meios. Os piores inimigos não são os que estão fora, mas os que estão dentro, Daí o enfraquecimento das esquerdas que não oferecem diferencial para o direitismo que dominou historicamente o Brasil entre 1964 e 2002 e que quer voltar ao poder. Nota-se vários cacoetes dos esquerdistas, e vamos aqui questioná-los sem a histeria reacionária da direita nem o anti-petismo doentio que considera um "crime hediondo" até um "bom dia" dado educadamente pelo ex-presidente Lula. Aqui vamos mostrar um pouco da agenda deficitária que os movimentos de esquerda fazem em algum espaço da blogosfera progressista, em que se mistura um populismo rasteiro e uma tecnocracia desenfreada, dois lados que nada têm a ver com a verdadeira luta por conquistas sociais e qualidade de vida. Em muitos casos, essas estranhas causas têm muito mais a ver com o consumismo do que com a cidadania, e se voltam mais p

ACORDO EUA-CUBA E O CASO DO FILME 'A ENTREVISTA': CAMINHOS E DESCAMINHOS DA GUERRA FRIA

As relações entre países comunistas e EUA tiveram uma boa e uma má notícia, A boa notícia é um acordo entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raul Castro - irmão de Fidel Castro e parceiro dele na Revolução Cubana de 1959 - para reduzir o embargo dos EUA a Cuba, que incluiu a libertação de um preso político norte-americano. O acordo é histórico e pode reestabelecer parcerias entre os dois países, históricos rivais, embora o acordo tenha desagradado anti-castristas históricos, que compõem boa parte da elite latino-americana que mora em Miami e passeia por Los Angeles. O mais curioso é que Barack Obama é do mesmo Partido Democrata do falecido presidente John Kennedy, e o próprio Barack ainda estava na barriga da mãe quando o então presidente estadunidense ordenou uma invasão, coordenada pela CIA, na Baía de Los Cochinos (Baía dos Porcos), em Cuba, no dia 17 de abril de 1961. A invasão foi um fracasso, e tinha por objetivo depor o então primeiro-ministro

MÍDIA TRATA BRITTANY MURPHY COMO "ATRIZ DE UM DRAMA SÓ": A PRÓPRIA TRAGÉDIA PESSOAL

Diferente de casos como Paul Walker e Philip Seymour Hoffman que, em que pese suas respectivas tragédias, são mais relembrados nos seus trabalhos de atuação, Brittany Murphy, falecida há cinco anos, tornou-se prisioneira de sua própria tragédia. Atriz bastante talentosa e, conforme garantem seus amigos e colegas, uma figura humana admirável, Brittany teve o azar de ter se casado com uma figura problemática e estranha como Simon Monjack, um aspirante a cineasta inglês de um temperamento desleixado e já detido por ter passado cheques sem fundo. Brittany, que se ascendia tranquilamente em 2006, não só como atriz mas também como cantora, havia engatado dois sucessos, o filme Sin City - Cidade do Pecado (2005) , e o filme de animação Happy Feet - O Pinguim (Happy Feet) , de 2006, do qual participava também como cantora em duas covers na trilha sonora, "Boogie Wonderland" (Earth Wind & Fire) e "Somebody to Love" (Queen). Sobre Sin City , os cineastas Robert

QUEM PODE ASSUMIR BAGAGENS E VIVÊNCIAS DE GENTE "MAIS ANTIGA"?

Pesquisando a Caras, a Isto É Gente e até mesmo uma breve tentativa de lançar no Brasil a revista espanhola ¡Hola! - "Jacinto de Thormes" demais para nosso gosto - , nota-se que nossos empresários, executivos e profissionais liberais na casa dos 60 anos têm uma mania muito grande de parecerem mais velhos do que são. Nascidos na década de 1950, década do surgimento do rock'n'roll, do movimento beat e de todo um questionamento sobre padrões e símbolos do "mundo adulto", esses homens ainda ficam presos a paradigmas que eram derrubados como que pelo avanço de um trator por Bill Haley, Chuck Berry e companhia. Lendo as entrevistas de vários deles, nota-se que eles sofrem os efeitos de terem convivido demais com gente mais velha - sobretudo patrões e professores universitários com cerca de 20 anos de diferença - e, quando chegaram aos 50 ou 55 anos, acharam que "entraram no clube" a defender referenciais antigos que eles não entendem direito. E

MPB SOFRE UMA SÉRIA CRISE DE IDENTIDADE

MARCELO JENECI - MESMO COM OLHAR DE "MALVADO", É MUSICALMENTE INOFENSIVO. A Música Popular Brasileira, que há 50 anos atrás era um movimento de resistência cultural e herdeiro dos debates culturais do forçadamente extinto Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, hoje sofre uma grave crise de identidade. Os grandes artistas de MPB autêntica, do nível de Edu Lobo, Marília Medalha e dos saudosos Sylvia Telles e Sidney Miller, continuam existindo, mas eles não conseguem ter um por cento a mais de projeção midiática ou terão que compactuar com o mercado e a mídia para ter um mínimo de cartaz e competir com os brega-popularescos. Exemplo disso é a brilhante cantora Roberta Sá, que com todo seu admirável talento teve que usar um reality show para obter visibilidade, usou trilhas de novelas e até gravou música de Michael Sullivan, uma espécie de "Fernando Collor" da música brasileira, que quase destruiu a MPB nos anos 80, para ter algum lugar ao