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Mostrando postagens de maio, 2017

A GRANDE MÍDIA E A DEPRECIAÇÃO DA MULHER SOLTEIRA

A BANDA BRITÂNICA BELLE AND SEBASTIAN. Recentemente, o sítio Mensagens Com Amor fez uma lista de dez músicas cujo tema é a solteirice. Melhor esquecê-las. Todas. Primeiro, são apenas músicas comerciais. E quase todas brega-popularescas. Segundo, porque alguns intérpretes são pessoas casadas, como Beyoncé Knowles e a dupla, ou melhor, o casal Maria Cecília & Rodolfo. Terceiro, músicas sobre solteirice só servem para aquelas que procuram algum namorado ou marido, querem curtição e narcisismo ou sofrem de misandria. Tolice imaginar que a mulher solteira e feliz vai ouvir músicas sobre carências amorosas ou desavenças conjugais. A solteira feliz vai ficar preocupada se a música fala de um ex-namorado que não presta ou do homem dos sonhos que nunca vem? Não, a solteira feliz vai procurar outros temas relevantes. Ora, se ela está solteira e feliz, vai buscar outros interesses na vida. Não vai ficar chorando a ausência do "príncipe encantado" nem ficar com

CRACOLÂNDIA, CONFLITOS DE TERRA E A VIOLÊNCIA CARIOCA

Nunca as classes populares sofreram tanto no governo Michel Temer. Nem deu para criar uma ilusão de prosperidade, apesar de pessoas de classe média no Sul e Sudeste parecerem mais felizes com a saída do PT do governo. A crença de que políticos e tecnocratas considerados "moderados", "imparciais" e "responsáveis" iriam tomar o poder até tentou se firmar como uma pretensa realidade. Mas os escândalos políticos transformaram essa crença em ilusão. E "velhos fantasmas" tão conhecidos do período ditatorial vieram à tona. Como os conflitos de terras no interior do país, um longo drama de tragédias intensas, em quantidade e gravidade. Em Mato Grosso, num assentamento em Colniza, em abril passado, pistoleiros teriam atirado em vários trabalhadores, causando nove mortes. Já no município de Pau d'Arco, no interior do Pará, policiais mataram um grupo de colonos suspeitos de terem matado um vigilante de fazenda. Consta-se que os polici

ISOLADOS, MICHEL TEMER E ALIADOS PROPÕEM "INDIRETAS JÁ". JÁ O POVO...

O presidente Michel Temer anda apavorado. Perdeu quatro partidos políticos da base aliada: PSB, PPS, PTN e PHS. Embora partidos de médio ou pequeno porte, a perda já é um recado para o temeroso governante. Temer tenta ganhar tempo, pedindo troca de relator do Tribunal Superior Eleitoral, para ver se adia a cassação do caso da chapa Dilma-Temer de 2014. Temer, por uma estratégia política, trocou o ministro da Justiça. Saiu Osmar Serraglio (PMDB-PR), que não tinha influência sobre a Polícia Federal e ainda foi citado na fracassada Operação Carne Fraca, que tentou incriminar a JBS e a concorrente BRF, através de boatos. Em seu lugar, entrou Torquato Jardim, que era ministro da Transparência. Torquato estava nesta pasta depois que o antigo titular, Fabiano Silveira, foi envolvido em um escândalo de corrupção. Ele dava orientações sobre esquema de corrupção ao então presidente do Senado, Renan Calheiros, e ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o mesmo da famosa conv

OS "TEMPOS FELIZES" DAS ELITES COM MICHEL TEMER

Era uma vez, um período em que as elites econômicas ricas, os políticos conservadores e os cidadãos mais reacionários retomaram o poder, com apetite nunca visto antes. Um apetite maior que a fome, diga-se de passagem. Uma classe que quis institucionalizar seus vícios e omissões, promovendo graves retrocessos sociais. A desculpa era a crise econômica, a qual botaram a culpa em Dilma Rousseff, mas na verdade foi provocada mundialmente pelo capitalismo internacional. Eles combinavam uma suposta perspectiva de prosperidade social com a eliminação das conquistas sociais das classes populares. Esfregavam seus corpos suados, em passeatas "contra a corrupção", com a bandeira brasileira, mas defendiam que o país entregasse suas riquezas todas para os estrangeiros. Os tempos eram sombrios mas a chamada "sociedade do bem" parecia com uma felicidade além da conta. A fúria despejada contra Dilma se converteu numa apática aceitação do poder nada carismático de Mi

CRIMINALIZAÇÃO DO "FUNK" É UMA PROPAGANDA ÀS AVESSAS

Um abaixo-assinado na página do Senado atingiu, anteontem, a marca de 20 mil assinaturas, diante de uma causa bastante controversa, a de criminalização do "funk". A proposta é de autoria do empresário paulista Marcelo Alonso, que se declara pai de família e afirma estar tentando "salvar a juventude". Deu um tiro no pé, porque a proposta acabou estimulando mais o natural coitadismo do "funk", tido como "vítima de preconceito". A repressão policial transformou um ritmo musicalmente medíocre em "canção de protesto". A presença de "bailes funk" em noticiários policiais transformou os ricos empresários-DJs, ávidos por dinheiro, em supostos ativistas culturais. A criminalização transformou medíocres MCs de vozes esganiçadas em pretensos militantes. Da mesma forma, a criminalização do "funk" fez um mero ritmo dançante e comercial virar, durante anos, um pretenso paradigma de folclore popular. Enquanto rolav

OAB PROTOCOLA PEDIDO DE IMPEACHMENT DO PRESIDENTE MICHEL TEMER

A Ordem dos Advogados do Brasil protocolou o pedido de impeachment  do presidente Michel Temer, ontem, em Brasília. O pedido, feito por motivação técnica, segundo a OAB, não provocará instabilidade no país. Representaram a OAB seu presidente do Conselho Federal, Cláudio Lamachia, e outros representantes regionais, como conselheiros, presidentes seccionais e outros. Além do pedido ter sido feito visando critérios técnicos, também não foi feito por razões ideológicas. O pedido teve o respaldo de advogados tanto de direita quanto de esquerda. Consta-se que, com este pedido, já são 13 os pedidos de impeachment  do governo temeroso. Isso revela uma situação grave e reforça o isolamento político de Michel Temer. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e espécie de "garoto de recados" de Temer, disse que não acolherá os pedidos. Sua desculpa é que o impeachment  iria "desestabilizar" o país. Mas o que provoca a instabilidade é a permanência de

MICHEL TEMER A UM PASSO DE DEIXAR O PODER?

No protesto de ontem, que resultou na destruição de alguns prédios da Esplanada dos Ministérios, Michel Temer fez mais um ato antipopular. Acionou o Exército para vigiar Brasília e reprimir manifestações. Mas o Exército não acatou a decisão, agravando ainda mais o isolamento de Temer. Temer cometeu crime de responsabilidade, pois uma atitude dessas só seria possível sem policiamento ostensivo e sem a intenção repressiva com que foi adotada. Temer acha que seu governo estará protegido com isso. Seu desgaste se agrava seriamente. Este texto foi escrito na noite de ontem, e imagina-se que Temer está vivo, continua no governo e parece indisposto a renunciar. E que, recado aos marmanjos mais afoitos, continua casado com Marcela Temer. Desde que eclodiram as denúncias do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, o governo Temer agoniza de maneira progressiva. Joesley, acusado de envolvimento com esquema de propinas, resolveu fazer delação e praticamente jogou o governo T

PROTESTOS EM BRASÍLIA DEIXAM TEMER EM SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL

Hoje houve sequência de uma série de protestos, em várias cidades do país, contra o governo Michel Temer, seu esquema de corrupção e suas reformas impopulares. Geralmente protestos desse nível costumam se destacar mais em São Paulo e, às vezes, no Rio de Janeiro. Mas desta vez Brasília, a capital do nosso país, se destacou nos noticiários. Foi um acontecimento que ganhou destaque até na imprensa estrangeira, só perdendo para o chocante atentado terrorista depois de uma apresentação de Ariana Grande, em Manchester, Grã-Bretanha. Neste evento, 22 pessoas morreram. Ariana suspendeu parte da turnê por alguns dias e vários artistas cancelaram apresentações na cidade britânica. Um possível mentor do atentado está preso e outros suspeitos estão sendo investigados. Mas o acontecimento brasileiro também foi explosivo e atinge mortalmente a reputação do presidente Michel Temer. De certo, houve atos de vandalismo que atingiram prédios da Esplanada dos Ministérios. Os prédios dos

O GRAMPO DE REINALDO AZEVEDO E A EMENDA DAS DIRETAS

Em dois episódios, mais uma luta por protagonismo histórico. Na Câmara dos Deputados, estava em pauta a votação da PEC que estabelece eleições diretas no caso de vacância do presidente da República. A base aliada do governo Michel Temer, dominante na casa legislativa, já tinha colocado a PEC das Diretas, proposta de autoria de Miro Teixeira (REDE-RJ), como pauta secundária. Aí tentou, na tarde de ontem, atrapalhar os debates da Comissão de Constituição e Justiça quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, iniciou a sessão, o que paralisa os trabalhos das comissões. Maia é braço-direito do presidente Michel Temer, e defende a realização de eleições indiretas se o temeroso presidente tiver que deixar o mandato. A oposição a Temer tentou reverter a situação, mas a votação foi adiada para as 10 horas da manhã de hoje. A ideia dos aliados de Temer é empurrar com a barriga a PEC das Diretas até ela ser reprovada ou, ao menos, engavetada. O Legislativo quer o protagonismo na

UMA ILUSÃO DE ÓTICA QUE EXPRESSA A DURA REALIDADE

A crise política do governo Michel Temer não significa que os retrocessos sociais não possam ser levados adiante. Temer é apenas o "funcionário de plantão" de um projeto que envolve interesses empresariais e elitistas diversos. Vendo que várias empresas, como Riachuelo, McDonalds, Marisa e outros exploram trabalho escravo direta ou indiretamente, é bastante assustador. E ainda há a solução das eleições indiretas, feitas por um Congresso Nacional que em maioria age às costas do povo. Penso até na música "Hand in Glove", dos Smiths: "Mão na luva... O sol brilha às nossas costas...". Do mesmo Morrissey que mais tarde colocaria uma referência ao problema político brasileiro numa de suas letras. E os estrangeiros vendo melhor o Brasil que muitos brasileiros que só conhecem o mundo pelo Jornal Nacional. No cada vez mais provinciano Rio de Janeiro, os cariocas (e os demais fluminenses, por conseguinte), só conseguem conhecer o mundo de duas fonte

A CRISE POLÍTICA E A LUTA POR PROTAGONISMO

O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, RODRIGO JANOT, E O EMPRESÁRIO JOÃO ROBERTO MARINHO, UM DOS DONOS DA GLOBO. O governo Michel Temer encontra-se na mais aguda crise que o temeroso presidente praticamente surtou. Fez dois pronunciamentos nervosos nos últimos dias. Teve que cancelar jantar com aliados por falta de quórum. Vê políticos ameaçarem não apoiar mais o seu governo, com o Legislativo reagindo contra seu projeto de reformas amargas. No domingo, passeatas ocorreram pedindo a saída do presidente Temer, em várias cidades, seja Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador, só citando algumas capitais. Temer parece se comportar como aquele político corrupto que tenta resistir até o fim. Arrogante, Temer até disse que renunciar seria admissão de culpa e acrescentou, irônico: "Se quiserem derrubar, me derrubem". O governo está caminhando para o fim, mas isso não significa o encerramento de uma fase sombria de nossa história. A crise do gover

A ARROGÂNCIA DE MICHEL TEMER

O presidente Michel Temer fez mais um discurso nervoso ontem, mantendo a arrogância do pronunciamento feito anteontem. Com o chamado "terremoto político" que atinge seu governo, Temer reafirmou ontem que permanece no poder e que, portanto, não renuncia. Pediu arquivamento do inquérito do Supremo Tribunal Federal. E disse que as gravações de suas conversas com o empresário da JBS, Joesley Batista, foram "editadas". Temer é o anti-Jango, se lembrarmos do saudoso João Goulart. O antigo presidente, deposto pelo golpe de 1964, defendia outro tipo de reformas, as reformas de base, progressistas e benéficas às classes trabalhadoras. As reformas de Temer são maléficas aos trabalhadores e sinalizam mais favores ao patronato e proteção aos abusos destes. Na extrema crise política, Temer continua sendo o anti-Jango. João Goulart, popularíssimo depois do comício da Central do Brasil, foi duramente pressionado pela oposição a deixar o poder. Com humildade, J

KID VINIL ERA ZEN. PUNKS SÃO OS GRANFINOS DA MESMA GERAÇÃO

Uma coisa chamava a atenção do já saudoso Kid Vinil. Apesar dos 62 anos de vida, infelizmente encerrada ontem, Kid Vinil era um meninão. Muito jovial, espontaneamente jovial e muito, muito descontraído e simpático. Comunicativo, tranquilo, apesar de estar associado ao punk paulista, que tinha imagem de agressivo. Nascido em 1955, ele dava a impressão de ser uma pessoa zen, e como locutor tinha o estilo tranquilo que fazia um diferencial num radialismo rock cada vez mais decadente. Com "rádios rock" cada vez mais reduzidas a sub-Jovem Pan com "vitrolão roqueiro", com seus locutores cada vez mais histéricos, Kid Vinil era um dos que restavam do velho e heroico radialismo rock dos anos 80. Na 89 FM cada vez mais jovempanizada (alguém poderia me dizer se Tutinha virou sócio da 89?), Kid era uma ilha naquela programação decadente da emissora paulista. Esse estilo tranquilo era um diferencial até para os homens de sua geração. Há cerca de dez anos, folh

TV LINHAÇA - GET OUT MR. TEMER

Um vídeo educativo de curso de inglês sobre a verdadeira lição sobre o "brazilian leader".

EM CRISE, ROCK AINDA SOFRE COM A PERDA DE KID VINIL

KID VINIL, EM UMA DE SUAS ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES COM O GRUPO KID VINIL XPERIENCE. Perdemos Antônio Carlos Senefonte, o Kid Vinil, num momento muito delicado. Um momento frágil, não só politicamente, ou no âmbito econômico, institucional ou de segurança, mas também cultural. Kid Vinil acompanha, no contexto do Rock Brasil, as perdas que se vê na Música Popular Brasileira. No rock, o público já sofre com a repentina morte do cantor e músico estadunidense Chris Cornell, do Soundgarden e Audioslave e também da banda-tributo Temple of the Dog. Kid Vinil, a exemplo de Belchior, tinha aquela aparência de "titio", mas ambos eram amigos da cultura independente e batalharam pela cultura alternativa, cada um no seu âmbito musical. Eles vieram de um tempo de muito idealismo, que falta até mesmo nos jovens de hoje, cada vez mais reduzidos a marionetes dos valores midiáticos. Kid Vinil era um grande colecionador de discos de rock e um profundo conhecedor de rock alternativo.

A "PROVOCATIVIDADE" TEM MAIS UMA "MUSA": MC LYNN DA QUEBRADA

É sempre assim. Toda vez que o governo Temer "balança", a intelligentzia  "mais legal do país" apela para o "mau gosto cultural" para dar um freio nas forças progressistas. Intelectuais "bacanas" num país marcado pelo anti-intelectualismo fazem proselitismo nas forças progressistas defendendo a falácia de que o "mau gosto" é uma causa "libertária". Há poucos dias perdemos Belchior que, com todas as esquisitices dele, era sobretudo música. Você ouve "Apenas um Rapaz Latino-Americano" e vê uma música visceral, orgânica, com suas melodias e suas letras fortes. Não era uma provocação gratuita. A verdadeira vanguarda não vive da provocação como um fim em si mesmo. Até quando a Semana de Arte Moderna, na São Paulo de 1922, queria provocar, era apenas um gancho para mostrar experiências artísticas de valor hoje bastante reconhecido. A provocação é como um tempero. Colocado no prato, muitas vezes melhora seu s

MICHEL TEMER (AINDA) NÃO RENUNCIA, MAS ROBERTO FREIRE PEDIU O BONÉ

Michel Temer, diante da delação dos donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, tentou dar uma de "corajoso". Com um tom de firmeza, Temer disse, enérgico: - Não renunciarei. Repito, não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Apesar disso, Temer já parece sentir seu isolamento político, assim como Aécio Neves, que, afastado do Senado, se licenciou da presidência nacional do PSDB. Os tucanos já cogitam colocar Tarso Jereissatti no lugar de Aécio, no comando do partido. Aécio teve as fotos com o amigo Luciano Huck apagadas do perfil do apresentador do Instagram. As fotos sumiram do perfil do marido de Angélica, mas foram recuperadas na Internet, com páginas e internautas tirando sarro da "eterna amizade". Aécio e Temer, os dois artífices do impeachment  de Dilma Rousse

"FUNK" EM RITMO DE AÉCIO NEVES

SANDRA DE SÁ E FERNANDA ABREU: PROPAGANDISTAS DO "FUNK" EM CAMPANHA POR AÉCIO NEVES PRESIDENTE, EM 2014. O "baile funk" ocorrido em Copacabana, em 17 de abril de 2016, numa suposta solidariedade à então presidenta Dilma Rousseff, foi na verdade uma cortina de fumaça. Foi uma forma de abafar os manifestos a favor de Dilma, enfatizando mais a "alegria" e a "dança", como foi confirmado em vários serviços de imagens nas agências internacionais. O "protesto" perdeu lugar para a "alegria", e o "funk", tendencioso e oportunista, reduziu o evento a uma "micareta sem muito impacto". O barulho do "funk" na manifestação foi uma tentativa de abafar os protestos contra a votação de abertura de processo de impeachment  na Câmara dos Deputados, que meses depois resultou na saída definitiva da presidenta, depois de várias etapas de votações na Câmara e no Senado Federal. A Furacão 2000 fazia, em tese,

O OCASO DO NETO DE TANCREDO NEVES

O clima de luto que se observou nos telejornais da Rede Globo hoje de manhã foi notório. Os semblantes cansados, tristes, melancólicos. Muito diferentes do clima de alegria de um ano atrás, quando Michel Temer assumiu o poder tendo nas mãos o receituário do rival de chapa eleitoral de 2014, Aécio Neves. Temer chegou até a nomear o vice de Aécio, Aloysio Nunes Ferreira, como ministro das Relações Exteriores, substituindo José Serra, depois que este cumpriu as negociações sobre a entrega de parte do espólio da Petrobras para as "grandes irmãs" do petróleo. Pois o motivo da melancolia é este: o Supremo Tribunal Federal mandou afastar do mandato de senador o presidente nacional do PSDB. Aécio Neves já andava desacreditado por causa das pressões na Internet. Até pouco tempo atrás, ele era blindado como se fosse mais "santo" do que o "santo da Odebrecht", seu colega de partido e ocasional rival de ambições políticas, o governador paulista Geraldo

MARIDO DE TICIANA VILLAS-BOAS ABALA TEMER E SACODE O JORNAL NACIONAL

WILLIAM BONNER COMANDOU UMA EDIÇÃO TENSA DO JORNAL NACIONAL E, POR DESATENÇÃO, CHAMOU MICHEL TEMER DE "EX-PRESIDENTE". Na semana passada, o governo Michel Temer completou um ano de exercício. Tudo parecia lindo, Temer fingindo que é um "missionário" e, pouco se importando com a popularidade, se revelava otimista e "consciente" com seu "papel na História". O presidente até teve uma "entrevista" com a jornalista Eliane Cantanhede, num clima de tanta camaradagem que até o Estadão publicou fotos dos dois se divertindo em risadas. Pejorativamente, esse jornalismo de compadres e comadres é denominado "jornalismo de coalizão". Tinha a denúncia de que a babá do homônimo filho do temeroso presidente havia ganho um cargo de assessora do governo, mas isso não parecia assustar Temer. Havia a cortina de fumaça do depoimento de Lula e a manipulação da mídia em torno de declarações do ex-presidente de que a falecida esposa Mari