Ontem foi solto o almirante da Marinha do Brasil e ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, de 78 anos, depois de um ano de prisão em 2016 e uma temporada em 2015.
Ele havia sido condenado a 43 anos de prisão pela tendenciosa Operação Lava Jato.
Ele cumpria pena numa base de fuzileiros navais em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Era acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e obstrução de investigações, trazidas pelo disse-me-disse das delações premiadas.
Othon Luiz, dizem, foi detido porque contrariava interesses estratégicos da plutocracia dos EUA.
A soltura, autorizada por pelos membros do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), cuja jurisdição se situa no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, se deu pelo pedido do militar em tratar em casa do câncer de pele.
Os desembargadores decidiram, por unanimidade, conceder liberdade e não prisão domiciliar.
Além de doente, o almirante Othon estava deprimido.
Era um entusiasmado especialista em tecnologia nuclear, com muitas proezas.
Ele desenvolveu um método de produção de combustível nuclear, o urânio U35 que foi enriquecido pelo processo de centrifugação.
O almirante também desenvolveu um sistema propulsor do submarino nuclear brasileiro, no estaleiro da Marinha em Itaguaí, no Sul fluminense.
Seu projeto recente era desenvolver energia elétrica-nuclear que se tornasse acessível para as populações carentes no interior do Brasil.
A prisão de 2016, que parecia se destinar a ser "perpétua" - condição não prevista em lei, mas camuflada em sentenças longas ou dadas a pessoas com idade avançada, como o almirante - , foi dada por decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, no Rio de Janeiro.
Espécie de "Sérgio Moro carioca", Bretas chegou a receber solidariedade da chamada esquerda fashion, associada a posturas bastante duvidosas para as causas progressistas.
Othon não era para ser preso. Era para dar palestras nas universidades públicas e instituições militares, ensinando ciência e relatando sua experiência como cientista e militar da Marinha.
Era para ser indicado ao Prêmio Nobel, ainda que esta premiação estivesse também associada a imperfeições.
Ainda assim, um Nobel de Ciências seria meritório para o almirante Othon, cuja contribuição científica é comparável ao de Santos Dumont para a Engenharia.
Infelizmente, grandes valores como o almirante Othon não são devidamente reconhecidos.
Era um militar altruísta e comprometido com o progresso do Brasil e com o interesse público de muitos cidadãos.
As acusações de corrupção, sem provas convincentes, mais parecem coisa de estadunidense inventando defeito para desmoralizar o concorrente brasileiro e obter reserva de mercado em nosso país.
Enquanto isso, muitos preferem achar que um reacionário e ex-militar (sim, ex-militar) que só faz injúrias e apologias à violência é a "salvação do Brasil". Triste surrealidade.
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