Nem Luciano Huck, nem João Dória Jr.. O que pode haver, nos bastidores, é o treinamento de alguém inédito para disputar a Presidência da República em 2018.
A plutocracia, desde que retomou o poder em 2016, anda, aparentemente, "ventilando" alguns nomes tidos como supostos favoritos em 2018.
No âmbito dos candidatos liberais, sugere-se o apresentador da Rede Globo, Luciano Huck, e o prefeito de São Paulo, João Dória Jr..
No âmbito dos reacionários mais radicais, está Jair Bolsonaro.
Mas Jair Bolsonaro, embora agrade a direita pelo seu discurso anti-comunista, é considerado pelos direitistas moderados um grave perigo.
Isso porque o estilo de governar de Bolsonaro tende a ir "longe demais", no sentido de tender para um governo personalista que desagrade o sistema de alianças dentro das classes dominantes.
O que vemos é um aparente jogo de apostas para entreter as pessoas.
As pesquisas ainda citam a pouco badalada Marina Silva, ex-petista e hoje alinhada ao discurso liberal, embora fosse menos carismática.
E ainda há o veterano Geraldo Alckmin, governador paulista, como uma menos provável, porém almejada, opção nacional para o Executivo.
Até a estonteante Valéria Monteiro, jornalista e ex-apresentadora da Rede Globo, manifestou interesse em disputar a Presidência da República.
O que se vê, nos esforços das elites para banir a candidatura Lula em 2018, é um sigilo em prol de um candidato que atenda seus interesses.
Eles não abrem o jogo e preferem lançar supostos favoritos já conhecidos, para distrair a moçada nas mídias sociais e acreditar no previsível.
Enquanto Sérgio Moro implica com os recibos de Lula, em mais uma rodada da Operação Lava Jato, criando condições para, pelo menos, o banimento do ex-presidente à corrida presidencial, os bastidores do neoliberalismo articulam um novo candidato.
Isso se dá porque surgiu uma ONG de fachada, o movimento Renova BR, feito para camuflar a "caixa dois empresarial" sob o aparato do "fundo cívico" para candidatos "comprometidos com o país".
A ideia é investir não só dinheiro, mas treinamento e articulação para candidatos políticos alinhados com ideias neoliberais.
Empresários estão envolvidos no projeto. O próprio Luciano Huck é um dos investidores.
A iniciativa ganhou destaque na edição de setembro da Isto É Dinheiro, sobre os novos empresários que investem na "renovação política" do Brasil.
O Renova BR pode ser uma espécie de laboratório tanto para um novo presidente de ideias neoliberais quanto para membros do Legislativo a comporem sua base aliada.
Não há, a princípio, um palpite sobre quem possa ser o candidato liberal a ser considerado "favorito".
Isso pode ser estratégico, para evitar o "efeito Aécio Neves".
Aécio Neves sonhava em concorrer novamente em 2018, mas sofreu tanto desgaste nas mídias sociais que agora tem que se contentar com a manutenção do cargo de senador, confirmada anteontem em votação.
Huck e Dória Jr. também são surrados nas mídias sociais.
O que se pode inferir nos planos do Renova BR é evitar lançar um nome, ainda em 2017, que pode ser jogado ao "linchamento" digital nas mídias sociais.
Além do mais, a ideia é esperar o fim do prazo de registro das candidaturas para lançar um nome, e provavelmente será um inédito.
As elites querem parecer "boazinhas" para a população e é provável que lancem um candidato "limpo", sem os "pecados" de Temer, Aécio, Huck, Dória Jr. e Bolsonaro.
A expectativa é a mesma que criou o mito Fernando Collor em 1988, primeiro sob o respaldo da Folha de São Paulo e Veja, e no ano seguinte com o apoio escancarado das Organizações Globo.
A diferença é de contexto: será um candidato neoliberal, mas light, aparentemente conciliador.
Será um candidato com "mais preocupações sociais" que o atual presidente Michel Temer e os direitistas hoje cotados, mas muito distante do reformismo progressista que marcou a Era PT.
Até agora, tudo é mantido como um mistério.
Até que ocorra um imprevisto, a ideia é deixar os políticos conservadores conhecidos serem alvo de apostas na Internet, enquanto se planeja um novo candidato.
Esse novo candidato será estrategicamente bolado para significar "novidade" e "esperança" para a população e tentar neutralizar a força de Lula, se caso ele não tiver impedimento para 2018.
O que se sabe é que esse candidato neoliberal terá o respaldo de muito, muito dinheiro. E do apoio da mídia hegemônica, também.
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