O QUE UMA CAMISETA PODE EXPLICAR SOBRE O APOIO A UM ALIMENTO CONSIDERADO INDIGNO PELOS NUTRICIONISTAS E MOVIMENTOS SOCIAIS.
O episódio de João Dória Jr. com sua "ração humana" pode dar o que falar, com mais coisas do que se imagina.
A mídia progressista está criticando católicos e evangélicos por causa do apoio dado à "ração humana" que o prefeito de São Paulo, João Dória Jr., denomina "farinata" ou "granulado nutricional".
Mas se esquecem de outro movimento religioso, que, embora não muito popular, é considerado tão blindado quanto o PSDB na política brasileira.
Nem vou dizer o nome, mas contar uma historinha.
Era uma vez um pedagogo francês que criou uma doutrina e buscava dar uma abordagem científica a ela, e com seu esforço quase solitário publicou livros e artigos a respeito da mesma.
No Brasil, porém, um bando de supostos seguidores ignorou a essência científica dessa doutrina e distorceu seus conceitos com base nos valores católicos medievais do Brasil colonial.
Eu fui adepto desta religião durante 28 anos, entre 1984 e 2012, mas abandonei por motivos de natureza particular.
Essa religião é blindada até pela Rede Globo e cometeu a façanha de mexer no mercado literário, tirando de circulação obras originais do escritor Humberto de Campos, para evitar comparações com uma coleção fake que leva seu nome.
Seus maiores pregadores, que dizem falar com vozes do além, são conhecidos por uma função cuja palavra tem a ver com "mídia".
Esses pregadores defendem um padrão de "caridade humana" que mais impressiona as plateias do que realiza, de fato, alguma coisa.
É aquele tipo de "caridade" que a direita gosta: não "dá demais" para o povo pobre (porque senão seria "comunismo"), mas garante o bom-mocismo das elites.
E aí um desses pregadores, tido como "sábio" a ponto de achar que tem respostas para tudo, foi organizar seu habitual evento "pacifista", uma mera missa ecumênica com atrações de entretenimento.
Fui a um desses eventos em Salvador, em 19 de dezembro. Gostava deles. Hoje não gosto mais.
E qual foi o maior homenageado na edição paulista do evento "pacifista", realizado no Parque do Ibirapuera?
Luís Inácio Lula da Silva? Dom Paulo Evaristo Arns? Paulo Freire? Paul McCartney?
Não. Ninguém menos que o prefeito de São Paulo, João Dória Jr., e seu "alimento sagrado".
Sim, o "sábio pregador" que tem "respostas prontas" para tudo está apoiando a "ração humana" de João Dória Jr. apenas pela iniciativa em si.
Não acreditamos que o pregador, já com seus 90 anos, tenha sido enganado pelo prefake, porque o pregador aparenta manter a lucidez bastante para saber o que está fazendo.
Um sobrinho do contador caipira Cornélio Pires havia chamado esse pregador de "impostor", apresentando motivos bastante coerentes.
E esse pregador, assim como João Dória Jr., adora viajar pelo Brasil e pelo mundo em busca de prêmios e aplausos das plateias elitistas.
Antes que os adeptos ou simpatizantes do referido pregador venham com ginástica mental para tentar inocentá-lo do apoio a Dória e seu projeto "Alimento para Todos", vamos explicar algumas coisas.
Primeiro, o pregador organizou o tal evento "pacifista" e decidiu ele mesmo homenagear o prefeito de São Paulo, que não parece digno de homenagem alguma.
Afinal, João Dória Jr. abandonou São Paulo e fez várias medidas eticamente duvidosas.
Com seu projeto "Acelera São Paulo", aumentou as velocidades dos veículos nas avenidas marginais e isso fez provocar mais acidentes com mortes.
O prefeito reprimiu com violência policial um ponto de venda de crack, no qual assistentes sociais e psicólogos tentavam atuar pacificamente educando os viciados a abandonar o consumo.
Além da ação truculenta, a polícia de Dória Jr. fez deslocar o ponto de vendas para uma praça em área residencial, trazendo insegurança e outros incômodos para a população.
João Dória Jr. também ordenou para que moradores sem teto fossem acordados com jato de água, que gera muitos incômodos e até mesmo choque térmico, pois muitos moradores usam cobertores para se protegerem do frio noturno.
E, quando era apresentador do programa O Aprendiz, da Record, João Dória Jr. declarou certa vez que "pobre não tem hábito alimentar".
Ele despreza que muitas famílias pobres chegam a cultivar alimentos, em muitos casos remetendo às suas origens rurais, para consumo próprio e são os pobres que têm mais contato com os alimentos encontrados na natureza,
Que motivo tem o "sábio" pregador, que tem "respostas para tudo" e é considerado uma unanimidade entre seus seguidores e simpatizantes, para homenagear o prefeito paulistano?
Nenhuma, embora seus seguidores e simpatizantes sempre tenham uma ginástica mental pronta para relativizar até os piores erros do seu ídolo da fé.
Pois o "alimento sagrado" que o pregador deve achar ótimo para "dar ao próximo" e "matar a fome dos necessitados" é um engodo condenado por nutricionistas.
Trata-se de um monte de resto de comida de diversas e duvidosas procedências a ser processado industrialmente, num processo não informado, e seria transformado em um monte de bolas brancas oficialmente denominadas "farinata" ou "granulado nutricional".
A empresa Plataforma Sinergia, da ex-executiva da Monsanto, Rosana Perrotti, irá distribuir os alimentos num pote parecido com os que se usa em casa, e a comida será preparada por empresas parceiras.
Não há informação sobre que empresas são, nem da procedência de alimentos e nem o conteúdo nutricional dos mesmos.
Aliás, não haverá mesmo um nível nutricional determinado, porque o conteúdo dos alimentos será feito com o que há de disponível, podendo ser o resto de um fast food do McDonald's ou o resto de um churrasco com guarnições de um restaurante de rodovia.
Isso para não dizer os restos de comida dos hospitais, contaminados com o contato dos doentes.
Consta-se que o projeto "Alimento para Todos" é uma armação que visa favorecer as empresas que juntam restos de comida e os doam para a Sinergia, em troca de benefícios fiscais da Prefeitura de São Paulo.
O Conselho Federal de Nutricionistas já afirmou que o granulado do prefeito Dória Jr. "fere a dignidade humana".
A "farinata" também contraria recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira, do Ministério da Saúde, que descreve critérios sobre como deve ser uma alimentação saudável.
O manual recomenda que a alimentação, para ser saudável, deve estar sempre próxima do que se encontra na natureza, definindo como dieta completa e nutritiva aquela que majoritariamente utilize alimentos não-industrializados.
Vários críticos da "farinata" já estão comparando o engodo a uma "lavagem de porco" ou a uma comida para cachorro.
E logo o pregador, que organizou o evento "pacifista" e é tido como "humanista", apoia esse projeto que trata o povo pobre de maneira desumana, lhe oferecendo algo parecido com ração animal.
O pregador, se souber disso, irá até pedir desculpas, mas aí será tarde demais, pois cometeu uma gafe muito séria para alguém que se julga "sábio", "iluminado", "humanista" e com "respostas prontas" para tudo.
Até porque, antes de organizar o evento "pacifista" no Parque do Ibirapuera, o homenageado já era notoriamente denunciado por inúmeras irregularidades e, como político, sofria profundo desgaste de reputação.
O que uma camiseta usada por João Dória Jr. pode nos dizer, e que derruba o mundo de sonho e fantasia que protege certo movimento religioso...
O episódio de João Dória Jr. com sua "ração humana" pode dar o que falar, com mais coisas do que se imagina.
A mídia progressista está criticando católicos e evangélicos por causa do apoio dado à "ração humana" que o prefeito de São Paulo, João Dória Jr., denomina "farinata" ou "granulado nutricional".
Mas se esquecem de outro movimento religioso, que, embora não muito popular, é considerado tão blindado quanto o PSDB na política brasileira.
Nem vou dizer o nome, mas contar uma historinha.
Era uma vez um pedagogo francês que criou uma doutrina e buscava dar uma abordagem científica a ela, e com seu esforço quase solitário publicou livros e artigos a respeito da mesma.
No Brasil, porém, um bando de supostos seguidores ignorou a essência científica dessa doutrina e distorceu seus conceitos com base nos valores católicos medievais do Brasil colonial.
Eu fui adepto desta religião durante 28 anos, entre 1984 e 2012, mas abandonei por motivos de natureza particular.
Essa religião é blindada até pela Rede Globo e cometeu a façanha de mexer no mercado literário, tirando de circulação obras originais do escritor Humberto de Campos, para evitar comparações com uma coleção fake que leva seu nome.
Seus maiores pregadores, que dizem falar com vozes do além, são conhecidos por uma função cuja palavra tem a ver com "mídia".
Esses pregadores defendem um padrão de "caridade humana" que mais impressiona as plateias do que realiza, de fato, alguma coisa.
É aquele tipo de "caridade" que a direita gosta: não "dá demais" para o povo pobre (porque senão seria "comunismo"), mas garante o bom-mocismo das elites.
E aí um desses pregadores, tido como "sábio" a ponto de achar que tem respostas para tudo, foi organizar seu habitual evento "pacifista", uma mera missa ecumênica com atrações de entretenimento.
Fui a um desses eventos em Salvador, em 19 de dezembro. Gostava deles. Hoje não gosto mais.
E qual foi o maior homenageado na edição paulista do evento "pacifista", realizado no Parque do Ibirapuera?
Luís Inácio Lula da Silva? Dom Paulo Evaristo Arns? Paulo Freire? Paul McCartney?
Não. Ninguém menos que o prefeito de São Paulo, João Dória Jr., e seu "alimento sagrado".
Sim, o "sábio pregador" que tem "respostas prontas" para tudo está apoiando a "ração humana" de João Dória Jr. apenas pela iniciativa em si.
Não acreditamos que o pregador, já com seus 90 anos, tenha sido enganado pelo prefake, porque o pregador aparenta manter a lucidez bastante para saber o que está fazendo.
Um sobrinho do contador caipira Cornélio Pires havia chamado esse pregador de "impostor", apresentando motivos bastante coerentes.
E esse pregador, assim como João Dória Jr., adora viajar pelo Brasil e pelo mundo em busca de prêmios e aplausos das plateias elitistas.
Antes que os adeptos ou simpatizantes do referido pregador venham com ginástica mental para tentar inocentá-lo do apoio a Dória e seu projeto "Alimento para Todos", vamos explicar algumas coisas.
Primeiro, o pregador organizou o tal evento "pacifista" e decidiu ele mesmo homenagear o prefeito de São Paulo, que não parece digno de homenagem alguma.
Afinal, João Dória Jr. abandonou São Paulo e fez várias medidas eticamente duvidosas.
Com seu projeto "Acelera São Paulo", aumentou as velocidades dos veículos nas avenidas marginais e isso fez provocar mais acidentes com mortes.
O prefeito reprimiu com violência policial um ponto de venda de crack, no qual assistentes sociais e psicólogos tentavam atuar pacificamente educando os viciados a abandonar o consumo.
Além da ação truculenta, a polícia de Dória Jr. fez deslocar o ponto de vendas para uma praça em área residencial, trazendo insegurança e outros incômodos para a população.
João Dória Jr. também ordenou para que moradores sem teto fossem acordados com jato de água, que gera muitos incômodos e até mesmo choque térmico, pois muitos moradores usam cobertores para se protegerem do frio noturno.
E, quando era apresentador do programa O Aprendiz, da Record, João Dória Jr. declarou certa vez que "pobre não tem hábito alimentar".
Ele despreza que muitas famílias pobres chegam a cultivar alimentos, em muitos casos remetendo às suas origens rurais, para consumo próprio e são os pobres que têm mais contato com os alimentos encontrados na natureza,
Que motivo tem o "sábio" pregador, que tem "respostas para tudo" e é considerado uma unanimidade entre seus seguidores e simpatizantes, para homenagear o prefeito paulistano?
Nenhuma, embora seus seguidores e simpatizantes sempre tenham uma ginástica mental pronta para relativizar até os piores erros do seu ídolo da fé.
Pois o "alimento sagrado" que o pregador deve achar ótimo para "dar ao próximo" e "matar a fome dos necessitados" é um engodo condenado por nutricionistas.
Trata-se de um monte de resto de comida de diversas e duvidosas procedências a ser processado industrialmente, num processo não informado, e seria transformado em um monte de bolas brancas oficialmente denominadas "farinata" ou "granulado nutricional".
A empresa Plataforma Sinergia, da ex-executiva da Monsanto, Rosana Perrotti, irá distribuir os alimentos num pote parecido com os que se usa em casa, e a comida será preparada por empresas parceiras.
Não há informação sobre que empresas são, nem da procedência de alimentos e nem o conteúdo nutricional dos mesmos.
Aliás, não haverá mesmo um nível nutricional determinado, porque o conteúdo dos alimentos será feito com o que há de disponível, podendo ser o resto de um fast food do McDonald's ou o resto de um churrasco com guarnições de um restaurante de rodovia.
Isso para não dizer os restos de comida dos hospitais, contaminados com o contato dos doentes.
Consta-se que o projeto "Alimento para Todos" é uma armação que visa favorecer as empresas que juntam restos de comida e os doam para a Sinergia, em troca de benefícios fiscais da Prefeitura de São Paulo.
O Conselho Federal de Nutricionistas já afirmou que o granulado do prefeito Dória Jr. "fere a dignidade humana".
A "farinata" também contraria recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira, do Ministério da Saúde, que descreve critérios sobre como deve ser uma alimentação saudável.
O manual recomenda que a alimentação, para ser saudável, deve estar sempre próxima do que se encontra na natureza, definindo como dieta completa e nutritiva aquela que majoritariamente utilize alimentos não-industrializados.
Vários críticos da "farinata" já estão comparando o engodo a uma "lavagem de porco" ou a uma comida para cachorro.
E logo o pregador, que organizou o evento "pacifista" e é tido como "humanista", apoia esse projeto que trata o povo pobre de maneira desumana, lhe oferecendo algo parecido com ração animal.
O pregador, se souber disso, irá até pedir desculpas, mas aí será tarde demais, pois cometeu uma gafe muito séria para alguém que se julga "sábio", "iluminado", "humanista" e com "respostas prontas" para tudo.
Até porque, antes de organizar o evento "pacifista" no Parque do Ibirapuera, o homenageado já era notoriamente denunciado por inúmeras irregularidades e, como político, sofria profundo desgaste de reputação.
O que uma camiseta usada por João Dória Jr. pode nos dizer, e que derruba o mundo de sonho e fantasia que protege certo movimento religioso...
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