Há muito tempo a grande mídia traz notícias sobre as "guerras intermináveis" do Oriente Médio.
O público que consome o que Jessé Souza chama de "veneno midiático" fica confuso diante das notícias que vilanizam países hostis aos EUA e heroificam países solidários ao poder estadunidense.
Por ironia, sua extensão territorial inclui a antiga Judeia, hoje o Sul da Cisjordânia, local onde Jesus Cristo viveu seus dias.
A situação no Oriente Médio é complexa, deve ser encarada com muito cuidado.
Os judeus, é certo, foram vítimas da opressão nazista, que realmente existiu e era de direita, do contrário que certos lunáticos bolsonaristas tentam afirmar.
Evidentemente, por outro lado, é que judeus não são heróis nem vilões, mas as elites dessa etnia, ligadas ou solidárias ao poderio de Israel, país-cliente dos EUA, contribuem para o banho de sangue que atinge muitos inocentes.
Israel se empenhou em barrar a criação do Estado palestino, causa que, por enquanto, deve ter sido colocada "de molho", aparentemente, pois não há novidades em torno de seus movimentos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que eu conheci quando fazia os informes noticiosos para a Rádio Educadora, em Salvador, é considerado um dos piores tiranos do mundo árabe, e sua carreira é marcada por ordenar banhos de sangue que mataram muita gente inocente.
Netanyahu é apoiado por Donald Trump e Jair Bolsonaro e isso diz muito ao caráter fascista do premiê israelense.
Outro ponto que poucos sabem que Arábia Saudita vive uma ditadura, que não consegue disfarçar devido ao episódio do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, a 11 dias deste completar 60 anos, em 2018.
O principal suspeito do crime é o príncipe saudita Mohammed bin Salman. O motivo provável do crime é que Jamal era um dos críticos mais duros do governo saudita.
Há também um erro muito comum, que eu mesmo já cometi, que é de chamar os "xiitas" de radicais. Essa parcela de muçulmanos é tradicional e menos violenta, enquanto os "sunitas" é que são os extremistas e belicosos.
Sobre o general Qassem Soleimani, morto no atentado da última quinta-feira, ele é visto como "genocida", mas ele foi o que mais combateu as ações do Estado Islâmico.
O Estado Islâmico é um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo, capaz de dominar cidades ou bairros inteiros nas regiões do Oriente Médio.
Soleimani era um combatente, mas empenhado em defender o povo iraniano, principalmente mulheres e crianças que normalmente costumam ser alvos em atentados terroristas.
Soleimani foi considerado pela revista Time, vejam só, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo de 2017.
E ele não havia planejado ataque algum. O Irã tem relações rompidas com os EUA, mas nos últimos meses não havia pensado em algum ataque contra os Estados Unidos.
No entanto, o Irã sofreu atentados. Dois, na semana passada, um matando Soleimani e outros militares e paramilitares, e outro matando seis médicos.
O Irã reagiu, atacando a área da Embaixada dos Estados Unidos no Iraque.
Região de ricas reservas de petróleo, o Oriente Médio é cobiçado pelos Estados Unidos, que, sob a desculpa de querer promover a democracia, quer dominar certos países para se apropriar de suas riquezas.
Dai que a região que mostrou Jesus ao mundo tornou-se, hoje, o barril de pólvora da Terra e que guarda resíduos da antiga Guerra Fria do século XX.
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