Em três dias seguidos, anteontem, ontem e hoje, caíram raios no Rio de Janeiro.
A cidade do Rio de Janeiro anda muito decadente, desde que, nos anos 1990, os cariocas e fluminenses preferiram o pragmatismo e os retrocessos sócio-culturais.
Gente fumando muito, gente intolerante com quem não concorda com ela, gente defendendo retrocessos como se fossem a oitava maravilha do mundo.
O Rio de Janeiro já foi uma cidade glamourosa, então separada de um Estado do Rio de Janeiro promissor, onde Niterói, um dia, já foi capital e era quase cosmopolita.
Hoje Niterói é uma cidade dormitório de gente sonâmbula, indiferente aos seus próprios problemas, só se preocupando quando eles lhes tocam na carne.
Niterói nem parece mais a cidade dos sonhos de todo interiorano fluminense de 60 anos atrás.
Se nem o "correspondente da Rua Coronel Moreira César", aquele jornalista de Internet que escreve só para os amigos, se inquieta com uma praça-monstrengo na frente do Central Prime.
Em vez de se estimular o uso de praças já existentes, se montam aberrações que mais parecem suporte de carga de caminhão abandonada.
Os niteroienses parecem desatentos e felizes por nada. E ainda esbarram nos outros, ou barram o caminho de quem quer andar.
A degradação que se vê no Grande Rio cobra seu preço. Da criminalidade de traficantes, bicheiros e milicianos, até mesmo aos temporais de verão.
Rio 40 Graus não é alegria, é tragédia. Sensação térmica, aliás, que vai além de 40º, chegando a mais de 50º. Isso é catastrófico, não dá para transformar o efeito estufa em "borogodó".
Foram três dias seguidos com raios. Anteontem e ontem os raios se sucediam criando um jogo de iluminação piscante similar ao das boates.
Pode ser até bonito de se ver, mas pode eletrocutar qualquer um, de maneira fatal.
O verão do Rio de Janeiro já não tem o glamour de outrora. Desse glamour, só sobraram duas coisas: a sensação de calor e a vontade de cair na água.
De resto, é como em quase tudo no Rio de Janeiro, em que o pragmatismo e os retrocessos são aceitos de maneira bovina.
E aí o verdadeiro verão não dá para ser curtido, porque, de vez em quando, cai um temporal dos infernos. E muita trovoada.
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